Veja bem, não era a primeira vez que eu suava frio e tremia, muito longe disso. Minhas vestes mal suportaram as últimas semanas, imagine agora. Aquele perfume inglês forte era o que me salvava, por que se fosse depender do meu nervosismo... Por Snape, eu estaria morto.
Eu estava indo bem, indo até muito bem. Estava num cantinho do corredor aonde eu repetia as palavras que queria muito dizer a Jimin, me comparar a um trasgo trouxa e idiota eram algumas delas, não nego. Mas eu estava bem até demais, até ver ele.
Estava junto do grupinho lufano de sempre, com as vestes sempre cheirando aquele cheiro gostoso de bebê e flores, o cabelo – mesmo que um pouco desbotado – arrumadinho para um dos lados e os livros entre as mãos. A varinha, muito bem guardada no bolso também era tão delicada quanto as feições lindas do meu meio coreano. O Senhor Olivaras tinha feito um ótimo trabalho em encontrar uma varinha tão perfeita quanto ele.
E aquele foi o tiro no meu coração, mais um. O brilho característico naqueles olhinhos azuis não estava mais lá. Para falar bem a verdade, Jimin que sempre pareceu falar até demais e de forma tão animada sobre tudo estava muito xoxo. Parecia amuado e tristinho enquanto aquela rodinha de texugos comentava sobre o torneio e o baile, que inclusive estava próximo demais.
Como o maior dos clichés sugeriria, eu não tinha sido o representante da Sonserina a competir no Torneio Tribuxo. E por Merlin, eu não queria de qualquer forma! Mas não mentiria em dizer que a minha credibilidade subiria de zero para mil, e talvez assim eu conseguisse mais fácil o que eu queria. Ganhar o torneio e falar no meio de toda aquela gente "é o seguinte, Jimin, a gente vai pro baile juntos e vai ser o melhor baile da tua vida linda".
Mas só de pensar nisso eu já descartava, Jimin não se importava com rótulos, não se importava com popularidade e aquilo me orgulhava para caramba. Se ele desse uma mísera chance para esse jogador de quadribol... eu morreria feliz e realizado. Um Avada Kedavra muito bem feito no meio do meu coração apaixonado e trouxa.
Eu estava naquele cantinho observando muito bem até levar um chute na canela. Não precisei nem olhar para cima para perceber que tinha vindo de uma Collins bem irritada com as sobrancelhas franzidas passando reto enquanto me chamava de "babaca". E ah, que dor. Mas eu mereci, mereci muito, era babaca e covarde mesmo. Pra quê negar quando uma coisa está bem na cara de meia Hogwarts?
Apesar de todo o incomodo na canela eu consegui me esconder de novo enquanto Lucy se juntava aquele mesmo grupinho e ainda apontava para o meu lado igual uma X9. E por sorte do destino Jimin não deu nem bola, quando olhou para aquele lado eu me escondi com o coração na mão e muita vergonha em qualquer lugar, menos na cara.
Assim que estava seguro o suficiente eu tive coragem para olhar de novo, mas não gostei de nada que eu vi.
Um grupo de três meninas da Corvinal estavam se engraçando pro lado do meu loirinho coreano. A do meio mexia no cabelo e só faltava pular em cima do Park. Eu já tinha visto aquela cena mil vezes, mas não imaginava ver de tão perto. A garota convidava Jimin para o baile de inverno.
Eu suspirei pesado até demais quando Jimin foi o cavalheiro de sempre, sorriu bonito, negou com a cabeça e não disse nada mais. Como eu me sentia com aquilo? Com sensações mistas. Por um lado eu não poderia estar mais feliz em ver o garoto negar o convide, mas por outro... a possibilidade de que Jimin já tivesse um par era grande, não?
E se assim fosse, sem chance de dancinha lenta e uns beijinhos gostosos dentro da Sala Precisa.
Mas pela primeira vez na vida eu deveria parar de ser o segundo maior covarde de toda aquela escola – depois do Jamie – e agir de vez, por isso eu tinha um plano. Um plano muito bem baseado em filmes românticos e no que eu imaginava que seria fofo.
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De "Vassoura Arriada" Por Um Texugo | jikook
RomanceVindo de uma família dividida entre Sonserinos e Grifinórios, eu não fugi à regra. Logo aos meus onze o Chapéu Seletor mal precisou ser posto na minha cabeça e já gritara "Sonserina!". Mas cá entre nós, não era muito comum que um sonserino, como eu...