Era definitivamente estranho me reconhecer, esquisito como sempre no meio daquela foto no jornal. Visivelmente eu não estava muito seguro ou confiante, segurava a vassoura e dava um sorriso de lado, sem graça ao lado do time. A foto se movimentava até que eu mexesse uma das mãos e a colocasse num dos bolsos da minha veste amarela e preta. Fazia cinco anos que eu fazia parte das Vespas de Wimbourne mas ainda não tinha me acostumado com toda essa rotina de fotos quando vencíamos as fases eliminatórias da Liga Britânica e Irlandesa de quadribol.
Mas de uma coisa eu tinha certeza: Jimin se sairia muito melhor com todo aquele holofote sobre si. E ah, sobre Jimin, se fosse possível ele acabou se transformando num homem mais bonito ainda com o passar dos anos. Os cabelos, agora pretos naturais e os olhos azuis brilhantes contrastavam da forma mais harmoniosa o possível. E era tudo o que eu pensava com o jornal aberto em mãos e o olhar perdido.
— Ei, meu galã — Escutei a voz melodiosa e gostosa bem próxima no meu ouvido enquanto sentia os braços ainda cobertos pelas mangas do casaco se envolvendo em meu pescoço por trás. Jimin chegara em casa e eu sequer tinha escutado, e aquela era uma das melhores surpresas que eu poderia ter, sempre.
Ele encostou o queixo sobre os braços cruzados no meu pescoço enquanto se abaixava pelas costas do sofá, ofeguei baixinho com seu cheiro.
— Galã? — Ri soprado enquanto sentia os óculos de leitura escorregarem até a ponta do nariz, levei uma das mãos até seus braços cobertos, acariciando-os.
— Galã, sim. Olha como está bonito nessa foto — Jimin soltou um dos braços do meu pescoço e apontou para o jornal aberto, apontando, especificamente para esse jogador de quadribol estranho que vos fala. Logo senti sua boca gordinha em minha bochecha, despejando um, dois, talvez três beijos gostosos ali — Temos que emoldurar essa também.
Era estranho perceber o quanto de falta Jimin fazia em casa pelo dia. Era o sub secretário sênior do ministro da magia, cargo esse que demandava muito tempo, o que de fato me dava um orgulho imenso, mas uma falta enorme da sua companhia.
— Ei, vem cá, estou com saudades — Disse baixinho e manhoso como sempre, como um bom dependente do marido, como Jimin muito bem sabia que sou. Senti os braços desprenderem do meu pescoço e observei meu marido dar a volta no sofá, desfazendo o cachecol azul — que combinava perfeitamente com seus olhos — e retirando o casaco preto enquanto eu fechava o jornal e o punha de lado no sofá, descruzando as pernas a tempo de Jimin se sentar ali, de lado do meu colo.
Sentir a quentura da sua pele quando ele chegava pela noite era, sem dúvidas a minha coisa favorita. Por isso encostei nossas testas, mesmo que de forma um pouco atrapalhada pelos meus óculos de leitura, envolvi os braços na sua cintura, o apertando em mim o máximo que conseguia e respirei fundo seu cheirinho gostoso enquanto fechava os olhos.
Já estávamos casados por oito anos, o que era surreal. Sempre nos encaixamos perfeitamente e a saída de Hogwarts não nos atrapalhou em nada, pelo contrário. Nos vimos crescer profissionalmente, e amadurecer — apesar de que eu tivesse amadurecido bem menos do que Jimin, pessoalmente falando — ao longo dos anos. E nosso amor um pelo outro nunca diminuiu, pelo contrário, era muito maior do que todos os gigantes que poderiam existir no mundo mágico e eu sentia que seria eterno como o sangue de unicórnios.
Senti a mão gordinha de Jimin na minha bochecha e suspirei com seu toque, era tão bom senti-lo em casa. E eu sequer conseguia me sentir estupido por tanta carência, qualquer pessoa se sentiria dependente da presença de alguém como a presença incrível de Jimin. E cá entre nós, eu posso ser um trasgo na maior parte do tempo, mas sou um marido babão.
Ele trouxe meu queixo com seus dedinhos gostosos e me deu um beijo apaixonado logo de cara, envolvemos logo as línguas e senti seus dedinhos se embrenhando pela minha camisa social levemente aberta, acariciando meu peitoral com carinho enquanto embrenhava os outros dedinhos curiosos na minha nuca. Me arrepiei por completo quando ele puxou meu lábio inferior entre os seus, o chupando com carinho. E, por Merlin, como eu o amava.
YOU ARE READING
De "Vassoura Arriada" Por Um Texugo | jikook
RomanceVindo de uma família dividida entre Sonserinos e Grifinórios, eu não fugi à regra. Logo aos meus onze o Chapéu Seletor mal precisou ser posto na minha cabeça e já gritara "Sonserina!". Mas cá entre nós, não era muito comum que um sonserino, como eu...