Capítulo 8 - Os pequenos momentos

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Era aniversario de Bianca, e a mesma havia decidido fazer uma festa, nada grade demais para não deixar Nico a flor da pele, somente uma pequena comemoração com pessoas que o irmão conhecia e até gostava.

A festa acontecia no jardim e Nico estava conseguindo se manter entre a rodinha de adolecentes no meio do gramado.

Ele estava conversando ou interagindo por livre e espontânea vontade? Não.

Porém só o fato de ele estar em uma rodinha de conversa já era algo inédito em sua vida. Se bem que lá só haviam pessoas que ele conhecia, de um lado seu estava Reyna e do outro Jason. Na rodinha também estavam presentes Bianca, Thalia, Anabeth, Percy e Piper.

O som da capinha tocando ecoou pela casa.

-Nico - Bianca o chamou - pode ir ver quem é por favor?

    Nico fez que sim com a cabeça se levantando do chão e indo em direção  a porta com o coração acelerado, e assim que ele a abriu e viu um par de olhos azuis e cabelos loiros cacheados seu estomago deu piruetas e Nico não pode evitar sorrir.

-Oi - Will disse com aquele sorriso doce, que faziam as pernas de Nico fraquejarem.

-Oi - ele respondeu de uma forma mais boba do que ele gostaria.

O som de alguém limpando a garganta foi ouvido, e só então Nico percebeu a presença de um garoto de traços latinos e sorriso travesso ao lado de Will.

-Ah, ham - Solace começou a falar - Nico, esse é Leo Valdez, Leo, esse é Nico Di Ângelo, irmão de Bianca.

-Oi - Nico disse em voz baixa.

-Oi - Leo responde animado.

Di Ângelo deu passagem para que eles entrassem e então os levou até o jardim a onde Bianca os apresentou as pessoas que eles não conheciam.

Leo Valdez era bateristas da banda de Will, a banda que agora era só um duo já que eles havia brigado com o baixista, Octavian. Will passou um bom tempo falando como ele era babaca, foi a primeira vez que Nico viu Will de mal humor.

Eles se juntaram a rodinha, Jason piscou para Nico lhe lançando um sorriso travesso e ofereceu seu lugar a Will, coisa essa que fez as bochechas de Nico adquirirem um tom rosado.

Di Ângelo tinha que admitir que foi um dia incrível, e que ele se divertiu ouvindo Percy falar sobre sua viagem com a namorada, e com as piadas de Leo, e ele até se aventurou a conversar um pouco com Anabeth sobre literatura classica.

E no final da tarde quando todos foram embora Nico foi até a varanda com Will.

O dia estava ensolarado, o céu estava limpo e um brisa suave passa pelos dois adolecentes agora se encarando.

-Ham... eu... - Will começa a falar - gostaria de te fazer uma pergunta.

-Faça.

Will fecha os olhos e respira fundo, tentando tomar coragem para se pronunciar.

-Você aceita ser meu namorado?

O coração de Nico quase para.

-Você está me p-pedindo em namoro? - ele pergunta desacreditado.

-S-sim.

-Ham... - Nico olha para o chão - você tem certeza?

-Porque eu não teria?

-E-eu sou todo estranho - Nico começou a dizer sentindo uma súbita vontade de chorar - sou cheio de medos idiotas e de manias bizarras, nós nunca conseguiríamos ser um casal normal, e...

-Nico, eu sei que você tem alguns problemas, mas tudo bem, porque eu realmente gosto muito de você, e conforme você for trilhando a sua jornada, você ira superar esses problemas - Will dizia, um pouco rapido - e-e eu sei que não posso levar você de uma vez até o fim dessa jornada, mas eu realmente gostaria de te acompanhar pelo caminho.

Agora Nico realmente chorava, ninguém nunca havia lhe dito algo tão puro e sincero.

-Então. Você aceita ser meu namorado?

-Sim - Nico respondeu o abraçando. Um abraço que durou poucos segundos, mas que foi o suficiente para fazer com que Will sentisse o perfume de Nico e para que o seu coração acelerasse.

Eles deram um breve selinho e então se separaram.

Nico sempre ficou preso dentro de si mesmo, e de algum modo sempre se sentirá vazio, menos agora, agora ele se sentia cheio. Cheio de paz, cheio de amor.

Ele ainda tinha problemas, mas agora ele também tinha a certeza de que problemas não o definião por completo, e que eles eram apenas problemas, que Nico um dia iria superar, porque aquele dia estava bonito, e sempre haveriam dias bonitos, porque no final as tempestades sempre passam.

E ali naquele momento Nico entendeu uma coisa muito importante sobre a vida: eram as pequenas coisas que importavam, eram elas que valiam apena.

Rir de coisas idiotas com os seus amigos no Mcdonalds, tomar sorvete no parque com a sua irmã enquanto ve o seu cachorro correndo atrás de uma borboleta, comer besteiras e jogar vídeo game de tarde com o seu melhor amigo, ouvir o garoto que ele gostas cantar músicas do Bob Dylan, cantar rock clássico no carro com o seu pai, Nico não trocaria essas coisas por nada.

Os pequenos momentos são oque fazer a vida valer apena, são eles que tornam a vida plena e alegre. E Nico podia se apegar a eles, e então tudo ficaria bem.

Ele sabia que nunca poderia mudar aquele fatídico dia que aconteceu a um ano atrás, ele nunca esqueceria aquilo, sua mãe nunca voltaria... mas... mas ainda lhe restavam coisas pelas quais valia apena lutar.

São sempre os pequenos momentos que importam.

~Fim~

Os Pequenos Momentos (Solangelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora