Um desvaneio qualquer

Acordei e pude sentir "você" chegando de mansinho.

Acordei em horários variados, diferente de tais dias nos quais acordo e começo a refletir sobre a vida; mas o que posso fazer se há um sentido em tudo o que acontece, talvez o meu seja ter muitos devaneios pela madrugada. Uns sobre amor, outros sobre amores passados; até sobre finanças venho tendo devaneios (E esse não é nem de longe uma das áreas que eu queira seguir enquanto vivo). Ver planejamentos do futuro, ter certezas e incertezas que fazem partes de mim todo dia. Aprender algo novo dia após dia, o que é uma das minha metas diárias. Como será ter algo recíproco? Essa é uma das questões que mais me pergunto; será essa a felicidade plena, ou somente uma forma de distração e algo que possa tirar o peso diário de um mundo com energias negativas, e pessoas que são tóxicas. Será isso tirar o peso que a vida tem? E que para muitos não tem sentido, como para mim um dia já não teve. Mas que hoje em dia se tornou minha rotina, e um simples hábito que me permitiu expressar tudo o que tenho de mais profundo e, por anos ficou confinado em uma escuridão que não tinha rotas de fuga, direções ou ao menos um planejamento de despejo desses tais sentimentos que em um mar revolto se mostrou inóspito. E no meio disso tudo "você" surgiu, mostrou um novo sentido a vida e me revelou a verdadeira felicidade. Seu nome era amor, e ele chegou de mansinho, tomando todos os lados de uma pessoa fria e que de forma alguma se revelava para ninguém; "você" chegou forte, tirou o que de mais profundo eu tinha, e revelou em mim o que eu mesma não conhecia. "Você" se tornou o meu ponto de fuga daquela escuridão que lá trás me atormentou e que hoje não se faz presente; me ensinou a conviver comigo mesma e voltar a acreditar nas pessoas. Me mostrou o que há de mais lindo nessa vastidão que é o mundo. E em meio a um olhar que só via em preto e branco, "você" o coloriu com suas diversas cores. E mais belas paisagens e sabores. Então estou aqui, a beirada desse mesmo mar revolto que me envolvia, tendo visão de tudo o que eu poderia ter feito, e aos poucos o transformando em um mar tranquilo de ondas calmas e pequenas que se quebram na areia da praia, e que relaxa a alma com seus mais belos sons inebriantes.