Silêncio

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Talvez eu me martirizasse por muito e muitos dias, por ter me privado de viver tantas coisas. Mas qual seria a alegria de algo raso demais, de algo que nem de perto se parece com um primeiro amor. Me vejo rodeada de pessoas todos dias, porém poucas me arrancam um sorriso verdadeiro, será que isso seria solidão? Será que isso me molda a cada instante, ou só me torna uma pessoa ausente no meio de tantas pessoas. Apenas percebo com o passar do tempo que as conversas não são mais as mesmas, os casos não mais tão prazerosos como antigamente, então seria esse o momento de algo mais profundo? Ou apenas demonstro com tal atitude certo desespero; como se no momento mesmo rodeada de tantas pessoas eu sentisse um mísero ponto em um quadro imenso que espera por retas para dar continuidade a esse desenho, a esse destino. Talvez fosse o motivo de tanto martírio; não conseguir percorrer as linhas, pois a cada passo pulo de pontos e pontos atrás de uma resposta que eu ao menos nem sei o que é, ou que mudará no destino. Portanto agora eu olho o meu presente vejo as pessoas que me tornam quem eu sou e sorrio verdadeiramente para aqueles que me fazem felizes e me aguentam todos os dias. Porque talvez seja assim conviver com várias pessoas; se sentir sozinha em meio a milhões e encontrando um ponto de paz perto mediante a poucas pessoas. Aos poucos minhas memórias insistem em invadir minha vida, como facas cortantes que perfuram os mais escondidos dos sentimentos os trazendo a tona, e transformando algo guardado a tempos em dor. Só que o abatimento vira arte, se torna calmaria e vai embora em forma de letras em uma tela ou em um papel qualquer. É nesse momento que todas as minhas frustrações somem, que toda a amargura se vai em forma de palavras, onde o silêncio é meu melhor amigo e me fala tudo que eu preciso ouvir. Deve ser verdade o que falam: "Talvez o silêncio seja a melhor resposta para nossas perguntas".

Um desvaneio qualquerOnde histórias criam vida. Descubra agora