Prólogo: entre deuses

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A alvorada havia começado.

Taehyung estava em pé, as mãos nos bolsos frontais da calça escura, seus olhos vermelhos observando o início do dia.

Estava sobre uma base cristalizada acima das nuvens feito por si especialmente para aquele momento.

O céu brilhou com uma intensa luz que poderia cegar os terráqueos cinco vezes seguidas, mas aos seus olhos, aquilo não poderia nem mesmo se comparar com um fraco raio de sol. O brilho sumiu aos poucos, voltando ao normal em seguida.

Taehyung sentiu os olhos pesarem em suas costas, virando-se, olhando para seus cinco irmãos, um ao lado do outro, formando um círculo.

- É raro que você faça uma convocação. - Yoongi, o deus da Vida, foi o primeiro a iniciar.

Taehyung assentiu. De fato, podia contar nos dedos as vezes que exigiu uma reunião entre os divinos. Era difícil conseguir que todos ficassem juntos por mais do que cinco minutos em um mesmo lugar. Por esse motivo, o deus foi rápido ao colocar suas cartas na mesa.

- Eu quero abrir mão da minha divindade.

Silêncio. Um tão ensurdecedor que mesmo as respirações pareceram altas demais.

- Eu sempre desconfiei que você chegaria com essa ideia em um momento ou outro. - Jimin, conhecido como Destino, ditou áspero. Na escala de evitar humanos, ele estava no topo. Odiava aquela raça, e por saber disso, evitava-os. Poderia mudar o curso da vida deles apenas por raiva, o que era motivo suficiente para que ficar distante.

- De onde você tirou essa ideia, Taehyung? Você por um acaso ficou maluco? - o deus da Guerra, Hoseok, pareceu concordar com o desgosto de Jimin.

- Calma, deve ter um motivo para isso - a voz de Seokjin foi ouvida, e o silêncio se instaurou novamente. Como deus do Equilíbrio, ele era o mais calmo entre todos.

- É bom que tenha, porque esse pedido é algo sério. - a voz de Namjoon, deus da Justiça, foi ouvida. - Taehyung, pode nos explicar?

Taehyung respirou fundo, entediado. Podia sentir algo queimar dentro de si, como fogo. Ser um deus da morte trazia características impertinentes que surgiam na menor oportunidade, como impaciência e raiva.

- Um humano. Há um humano que desejo ver de novo.

- Você não estava vendo esse humano pela oferenda? O tempo passa rápido para nós, não me diga que já está tão impaciente... - Hoseok provocou com um sorriso arteiro, sumindo rapidamente e ressurgindo em outro lugar, vendo Taehyung retirar o punho fechado do chão cristalizado bem no local onde estava antes, a qual havia rachado por completo.

Taehyung levantou a cabeça, procurando com os olhos frisados o deus da guerra. Eles eram os que mais tinham desentendimentos justamente por terem ódio preso em suas veias, devido suas posições como divindades.

O círculo bagunçado foi organizado de novo, e Taehyung levantou por completo, voltando a sua posição inicial.

- Não estou mais satisfeito com aquilo. Quero ver o humano de perto... por mais tempo.

- Está fazendo isso por alguém em específico... Quem? - Jimin indagou, olhando para baixo, enxergando muito além das nuvens e casas, enxergando as almas que vagavam por toda aquela Terra incerta.

- Não irei dizer a você, sei muito bem que tentará brincar com o destino dele - Taehyung disse baixo, os olhos completamente azuis de Jimin caindo sobre ele, julgando-o por suas decisões.

Viu Jimin fechar o punho com força, olhando-o desgostoso. Eles costumavam estar ligados devido ao fato que destino levava as almas a morte. Mas Taehyung estava ultrapassando uma linha que todos tentavam ao máximo evitar, e Jimin era o que menos suportava aquela ideia.

GOD OF LOVERS | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora