A caminho de Hawkins

643 44 6
                                    

Depois de subirem de volta pelo elevador, os meninos se reuniram nos fundos do centro comercial de Hawkins. Max estava mais calma agora que o perigo havia passado... por hora. A energia da cidade já havia retornado.

- O que estavam fazendo lá embaixo? - Questiona Kyle.

Os garotos se olham e Dustin se adianta dizendo:

- Tínhamos que ter certeza se o portal estava ou não aberto.
- E para isso fomos até lá. - Diz Steve.
- Vocês quase morreram. - Kyle diz seriamente.
- É, a gente já quase morreu um monte de vezes. - Diz Lucas.
- Quando ficamos presos com russos. - Diz Robin enrolando o cabelo.
- Quando a gente enfrentou o demogorgon na escola. - Diz Dustin.
- Quando a gente enfrentou o devorador de mentes no Starcourt. - Diz Mike.
- A gente já passou por isso, e com esse portal aberto vamos passar de novo.

   Kyle passa a mão no cabelo, enquanto Timothy se aproxima dos garotos dizendo:

- Não somos inimigos, somos voluntários.
- Timothy. - Kyle contesta.
- Sam Owens nos ofereceu proteção se nos cumprissemos essa missão.
- Como assim proteção? - Max questiona.

  Timothy estende a mão direita na direção deles e um rápido brilho passa pelos garotos. A realidade ao seu redor vai mudando aos poucos até que eles se encontram em um quarto onde há um pequeno garotinho.

- Minha vida nunca foi normal, desde muito jovem eu já apresenta habilidades sobrenaturais. Eu podia trazer objetos até a minha mão simplesmente usando minha mente.

  O pequeno garoto a frente puxa um boneco para perto de si.

- Meu irmão sabia, meus pais sabiam, eles foram ingênuos em me levar para o hospital.
- Se eu soubesse que iria acontecer em seguida, eu não tinha deixado eles te levarem até o hospital. - Diz Kyle.
- Um mês depois estava aqui, brincando, me divertindo, quando alguém bateu na porta e eu ouvi minha mãe dizendo "eu atendo"

   A mãe de Kyle, uma jovem moça de pele clara passa correndo pelo corredor.

- Eu não ouvi o som do tiro, a arma dela deveria ter um silenciador, o meu pai passou logo em seguida.

   O pai deles, um homem negro, alto, de óculos, vestido com um suéter passa pelo corredor e cai logo em seguida ficando exposto na porta, o pequeno Timothy não viu isso e continuou a brincar.
    Uma mulher loura entra no quarto logo em seguida acompanhada de um homem de cabelos brancos e vestido com um terno, Dr Martin Brenner.

- Ela me pegou no colo, disse que me levaria para um lugar melhor, eu vi os corpos, eu vi eles caídos. - Timothy expele lágrimas. - Eu chamei por eles, e eles não responderam.

  Max abraça Lucas e chora em seu peito, Lucas parece não acreditar no que está vendo.

- Eu não estava em casa, senão eu teria sido morto também. - Diz Kyle. - Mas ao ver meus pais mortos e depois chorar sobre seus corpos, eu liguei para a emergência e descobri por acaso que Timothy estava mantido no hospital para uma bateria de exames. Eu entrei lá em um momento em que ninguém percebeu, eles achavam que ninguém iria aparecer, por isso não montaram guarda, eu só entrei lá, peguei meu irmão e fugi.

   A realidade volta a ser o que era, eles estão nos fundos do centro comercial.

- Tempos depois, nós conhecemos a Lilá, ele nos apresentou o Sam Owens. - Diz Kyle.
-  Ele protege pessoas como eu, de pessoas como o Brenner em um lugar muito distante daqui.
- Se chama "Home" e abriga ao menos 20 crianças e jovens com habilidades especiais.
- Então, não vão nos matar? - Dustin Questiona.

Lucas da um tapa no braço de Dustin e faz uma expressão de "qual é cara?"

- Não. - Kyle sorri. - Nem por terem entrado em nossa casa.

Stranger Things 4 - Shadow of the dayOnde histórias criam vida. Descubra agora