Crítica da 4ª temporada de ST parte 3

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E cá estou eu acabada em pedaços. Isso depois de assistir "apenas" dois eps que somados dão quase 3 horas, foi praticamente um filme. Já vou avisando que TEM SPOILER caralho, então você está lendo por sua conta e risco.

Vamos analisar o final dessa temporada maravilhosa.

Já vou avisando que vou escrever uma FIC nova baseada nessa temporada.

Esses eps é onde o roteiro abusa da trama interligada nos passando aquela sensação boa de "caramba olha o tanto de coisa que tá acontecendo agora". E tudo isso, sem qualquer interligação entre os planos, já que seria muita conveniência do roteiro fazer isso, utilizando seus próprios artifícios sem criar nada novo do absoluto zero, o roteiro utiliza esses artifícios para cumprir a interligação do plano que mesmo separadamente funcional em uníssono.

Murray tacar fogo nos bichos e ao mesmo tempo vermos VECNA gritar de dor é inteligentíssimo, e me lembrou a segunda temporada, demonstrando que eles não se esqueceram ou deram uma nova natureza ao que o mundo invertido é. Porém, apenas utilizando o que já existe.

O roteiro também da uma apelada para o famoso "discurso no jutsu" (nós fãs de naruto sabemos bem o que é isso). No entanto, quando Onze apela para o discurso no jutsu contra VECNA, o que é que ele simplesmente liga o foda-se, ela está lá apelando para o lado bom dele (que não existe), e o que ele faz? FOUDASSE!!! E sim, isso é muito bom, pois funciona como a desconstrução de um clichê. No entanto, o roteiro entra em outro clichê que chamamos de "O PODER DO AMOR E DA AMIZADE".

- É basicamente o poder que o protagonista utiliza pra driblar qualquer vilão, mesmo que esse vilão tenha mil anos de treinamento.

  Mas a essa altura, a gente já tá torcendo pra isso acontecer, já que o roteiro extraiu do nós essa sensação, você fica tipo "putz, o Vecna é do mal mesmo. FAZ ALGUMA COISA ONZE!!!" E simplesmente torcemos para alguma solução conveniente aparecer. E é justamente o que aconteceu. Mike faz o discurso no jutsu sobre amor, e Onze evoca as forças do amor para dar uma chalapada no Vecna e isso no passa uma sensação satisfatória, já que ele quebrou uma perna e um braço de Max.

Uma coisa que me chama atenção no roteiro dessa temporada são as "quase cenas de amor". São bastante satisfatórias sem passar aquela imagem de climão. Lucas e Max ficam naquele quase, e de repente ocorre aquele desenho fofo que ela faz, indicando que ela ainda ama ele, e que quer ficar junto com ele (LUMAX FANS SCREAMS). O mesmo para Nancy e Steve, já que o roteiro subverte a imagem de Jonathan e o torna agora um maconheiro pacífico e Steve um badboy redimido.

Mas nem tudo são flores, eu não senti a química fluída no beijo de Joyce e Hopper. Era como a expectativa da explosão de uma dinamite, você observa a faísca percorrer todo o fio e espera o espetáculo que é a explosão, mas de repente, não ocorre na intensidade ou no momento que deveria. Pra mim foi bem OK, uma vez que os "quase momentos" os flertes dos dois foram mais intensos e geravam a sensação de "MEU CASAL" do que o finalmente beijo deles.

  Martin brenner foi o que mais me surpreendeu. Quem não passou as 3 temporadas anteriores pensando que ele era o vilão principal e final de toda a história que atire a primeira pedra. O cara é simplesmente é a pessoa com boas intenções que fez muita merda e que teve a pior execução de atos possível. No final, descobrimos que ele já sabia que Henry estava lá, e que ele precisaria treinar Onze, uma vez que só restou ela até o momento. A morte dele foi uma das que mais me chocou, porque eu simplesmente não esperava.

Essa imagem gerada, esse frame é um dos mais impactantes pra mim

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Essa imagem gerada, esse frame é um dos mais impactantes pra mim. Ele morre como um pai que se preocupava com sua filha, e Onze apenas com o olhar (CARALHO MILLIE BOBBY BROWN), o perdoa, passando aquela sensação de "eu te perdoo" e toca aquela trilha sonora foda de fundo.
Parabéns ao Matthew Modine.

Quanto a morte do Eddie, bom, quanto a qualquer morte, que no caso foram duas né, eu esperava que ele tocasse Final Countdown, mas parando pra pensar melhor, não combinaria, e o solo de guitarra combinou perfeitamente, e foi muito, muito foda. A sua morte na minha opinião foi uma rápida redenção de um covarde que outrora fugiu, e se você perceber bem, é um artifício do roteiro para dar a um personagem que seria só um peso narrativo.

Pensa comigo, o Eddie sobrevive, e???

Ele é suspeito de assassinato conhecido agora nacionalmente, procurado, e etc, como é que ele ia fazer pra viver? Como o roteiro iria utilizar ele sem que ele fosse um peso narrativo sendo perseguido por doidos e policiais ??? A morte dele foi bem colocada, e deu ao personagem o status de "ETERNAMENTE EM NOSSOS CORAÇÕES".

O último Ep não foi uma carnificina, mas não deixou a desejar, mais personagens poderiam morrer para aumentar o impacto dramático, no entanto o roteiro ainda não encontra coragem pra fazer isso, vamos ver na quinta temporada. Para mim, o final foi levemente triste, mais feliz do que triste, mais épico do que os dois anteriores, é aquela coisa né, o pior ainda está por vir.

Stranger Things 4 - Shadow of the dayOnde histórias criam vida. Descubra agora