crítica da 4ª temporada de ST parte 2

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Bom, já dei minha nota, agora vou basicamente descrever a participação de cada personagem e uma nota para eles.

Cada personagem possui um grau de importância para a série, mesmo que alguns sejam apenas cabrestos da história, ainda assim tem seu charme participativo, começamos por:

Eleven/Onze/Jane: A principal peça da história, reconhecida como super-heroína que vai salvar o mundo das maldades do mundo invertido. Nessa temporada achei Onze mais... humana. Ela me lembrou muito como eu era no ensino médio, introspectiva, as vezes ingênua, isso pelo fato de ainda não saber lidar bem com as relações sociais, ainda mais em um ambiente tribalizado ao extremo como a escola pode ser. On é nos apresentada como uma garota machucada em reconstrução que não consegue criar laços além dos que ela já conhece, aqui Millie Bobby Brown faz mais do mesmo para a personagem e isso para mim está ótimo, já que quase não há mais camadas para se conhecer em uma personagem já estabelecida. A série abusa da personagem na parte do "da pra piorar mais", mas ainda assim é uma atuação memorável. Nota 9.8/10.

Mike: Michael Wheeler está um pouco menos importante nessa temporada, já que seu arco com Will foi basicamente ignorado, e seu arco de relação com On também foi ignorado, ou seja, esses dois arcos não tiveram tempo suficiente em tela para não tomar a trama principal (mesmo que a série também seja sobre laços e amizade). Eu senti que Mike, assim como Jonathan e Will (Will tem algo mais) está com a responsabilidade de cena distribuída, ou seja, com pó destaque sozinho, já que de fato não há o que destacar muito. Quanto a personalidade, Mike ainda continua sendo aquele garota um tanto nervoso, impulsivo, mas que de fato ama Onze, Finn Wolfhard entrega a mesma essência do personagem que agora encara o ensino médio. No mais, a atuação é boa e o personagem o mesmo de sempre. Nota 8.1/10

Will Byers: Como dito anteriormente, Will tem sua responsabilidade de cena, distribuída, em grande parte, com outros personagens, mas a sagacidade do roteiro diminui essa distribuição ao utilizar tomadas e textos que sugerem que Will esconde sua Homossexualidade e porventura sua atração por Mike, seria quase como em Luca onde há referências visuais que indicam uma possível atração homoafetiva, no entanto o roteiro não escancara isso, até porque são os anos 80, e não a década de 10s dos anos 2000, por isso Robbin até mesmo esconde sua homossexualidade de Nancy que faz parte do grupo. No mais, o Noah interpreta um Will mais limitado, ele não tem mais aquela responsabilidade dramática, quase como se fosse escanteado, o que ao meu ver pode ser erro, pois pode levar a uma atribuição ideológica do personagem (sabe aquele personagem que o único poder dele é fazer parte de uma minoria? Então... o Will pode acabar virando um se o roteiro não der um jeito). Nota 7.7/10

Dustin Henderson: O boca suja, cérebro pensante do grupo continua o mesmo, é um personagem que tem momentos chave, por isso sua importância e relevância dramáticas são essenciais, da pra dizer que se o Dustin fosse tirado de cena, a série perderia boa parte de sua carga narrativa, Gaten interpreta um personagem que é basicamente um "suco de adolescente", revoltado, teimoso, nervoso, sarcástico e inteligente, um dos meus favoritos. Nota 9.4/10

Lucas Sinclair: Achei interessante o arco do Lucas, mesmo que com carga narrativa rasa, Lucas encara o dilema de ser popular, conhecido e viver a hipocrisia da fama do ensino médio ou ser um completo nerd de RPG, mas ter amigos de verdade. Acho interessante, pois ele parece estar sempre assombrado por esse dilema até o momento em que ele foge da busca por Eddie, já que ao confrontar o dilema, ele prefere proteger seus amigos de verdade, do que pessoas passageiras, vazias de espírito. Caleb entrega uma atuação um tanto mais madura para Lucas, já que o arco dele com Max me tocou de fato, outrora Lucas tinha sido um babaca, mas ao dizer que ele a enxerga, isso me deixou bastante tocado, por demonstrar que o personagem evoluiu de certa maneira. Ignorando o fato de que eu amo o casal Lumax, bom, o Lucas foi um personagem agradável nessa temporada. Nora 9.2/10

Max Mayfield: Depressiva!!! Aérea!!! Distraída!!! Angustiada!!! Max estivera assim em toda a temporada. Assombrada pela morte do irmão e pela separação dos pais, Max se afundou em uma depressão, se afastando dos amigos, tomando medicamentos, e até mesmo terminando com Lucas. Sadie Sink entrega uma atuação impecável de sua parte, da pra ver em seu rosto a angústia, a desistência de viver em certos momentos. É angustiante ver uma personagem tão sagaz e viva como Max se afundar em uma cinzenta tristeza, ela chega até mesmo a aceitar o fato de que vai morrer escrevendo cartas para aqueles que se importam com ela. Não há quem não fique tocado, consternado, ela está derretendo, e aquela cena do 4° episódio é simplesmente uma metáfora dela lutando contra sua depressão para não morrer, e quem ajuda ela a sair disso são seus amigos que a amam e se importam. Sadie foi impecável. Nota 10/10

Mais tarde continuo o restante

Stranger Things 4 - Shadow of the dayOnde histórias criam vida. Descubra agora