Spin Off: A carta da Vovó

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12 de novembro de 1989.

Jim Hopper se levantou um pouco cedo naquela manhã de sábado, depois de uma noite bem amorosa com Joyce, agora ele estava ali parado com uma caneca de café fumegante, enquanto o ar frio batia em seu peitoral nu. Tantos acontecimentos, tantas coisas que ele passou e agora finalmente ele podia aproveitar sua manhã de contemplação.
   Exceto por um simples detalhe. Joyce sempre o abraçava por trás de maneira que ele sempre levava um sustinho, ela fazia carinho em seu peitoral e quebrava a crosta do "super e duríssimo" Jim Hopper, o transformando quase numa doce criança desesperada por carinho.

- Você sempre adora me surpreender. - Ele diz tomando mais um gole de café.
- Sabe que eu não gosto de ficar sozinha na cama. - Ela diz com a cara afundada nas costas de Hopper.
- Está frio. Não deveria estar aqui fora.
- Eu não ligo se você me esquentar. - Ela sussurra.
- Joyce. - Ele se vira para ela. - Você é maluca de pedra, mas acho que... eu...
- O que? - Ela olha vidrada para ele.
- Mas acho que eu quero mais café.

   Hopper passa por ela, Joyce esperava a grande frase que tem esperado durante esse tempo todo junto com Hopper, uma vez que seus filhos estavam longe na Universidade. Mas ela sabia que uma hora ou outra Hopper iria dizer. Ela entrou atrás dele, apanhou um punhado de cartas sobre a mesa e se sentou enquanto Hopper colocava mais café fumegante na caneca.

- Chegaram algumas cartas ontem, não quis dizer pra não impedir nossa noite.
- Bom. - Ele se senta ao lado de Joyce no sofá. - Um monte eu sei que são cobranças, mas deve ter algo para mim, não tem?
- Bem, eu não vi, mas tem essa daqui com esse selo estranho, veio de Londres.

   Hopper apanha a carta cor de vinho da mão de Joyce, a carta tem um aroma doce que lembra amêndoas, tambem possui um lacre dourado com um símbolo pomposo, além do selo que tem o rosto da...

- Vovó? O desgraçado tem um selo com o rosto dele.
- Quem?
- É um rico inglês que me resgatou da URSS.
- URSS? Bom, fiquei sabendo que o muro de Berlim caiu no dia 9.
- Hmmmm. Então se ele me mandou isso... - Diz Hopper enquanto abre a carta com cuidado. - Deve ser importante.

   Hopper se depara com um papel igualmente cheiroso, com uma letra bem escrita, muito bonita feita a mão. Hopper entrega a carta para Joyce e diz:

- Leia para mim, eu estou meio... zonzo.
- Que foi? Eu te dei uma canceira? - Diz Joyce ironicamente indiscreta.
- Leia logo querida.
- Okay.

   "Oi Hop, sou eu, seu amiguinho inglês e cheio de dinheiro, vovó. Eu sei que você ficou impressionado com o selo postal com o meu rosto, é eu sou lindo até em um selo postal, mas cá entre nós eu fico lindo em qualquer coisa. A letra da carta é do javier, a letra dele é tão bonita que eu venderia essa carta por 10 mil libras, mas resolvi te enviar, olha só que maravilha! Escrevi essa carta porque eu senti saudade, de você, do meia noite, do banguela chupa carne, do cabelo de modelo, da cabelo fogo skatista, do magrelo cor de neve, e claro da esquisita que voa...

- Perai, ele falou do Will? - Questiona Joyce.
- Continua.

"... Quando você ler essa carta, saiba que o muro de Berlim já caiu e que eu finalmente reencontrei minha filha e minha esposa, e infelizmente... minha sogra. Mas sabe como é!? Ócios do ofício. Morgan é nome dela, está do tamanho da esquisita que voa, só não tem os poderes, mas é muito inteligente, tão inteligente quanto eu... mentira, ninguém é mais inteligente que eu. Enfim, eu espero que você não se meta em confusão, afinal, o que você seria sem mim? Semana passada eu tentei comprar a Marvel, disse que eu queria interpretar o Homem de ferro, mas um cara, um cantor tentou primeiro, um tal de Michael Jackson, conhece? Enfim, fiquei sabendo que nos anos 2000 eles querem fazer um filme dos X-Men, vou pedir o papel do ciclope e você fica com o papel do fera ou quem sabe fica com o papel da Jean Gray, já se imaginou de peruca? Enfim, eu espero que fique bem, da próxima vez que se meter em confusão de novo, ou for pra outro universo ou enfrentar alienígenas tarados, me chama, eu vou de helicóptero e se quiser compro um exército de um país pequeno pra ajudar. Do seu melhor amigo, rico, playboy, gênio e filantropo, vovó. Ps: Espero que você tenha conseguido uma namorada... Não vai se emocionar nos primeiros segundos na cama...

- Sério que aquele cara super rico escreveu isso?
- É. Ele tentou comprar a Marvel. - Diz Jim Hopper impressionado com o fato já conhecido da Vovó ter muito dinheiro.

   Hopper olha com um olhar mais terno para Joyce que se senta em seu colo e diz:

- Sabe, eu acho que eu... eu... eu te amo.

   Joyce fica paralisada, essa era a palavra que ela queria ouvir depois de todo esse tempo, então sorrindo ela diz:

- Eu também te amo, urso americano.

E os dois selam seu amor, com um beijo.

Stranger Things 4 - Shadow of the dayOnde histórias criam vida. Descubra agora