O fugitivo e os monstros chineses

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- Ty sobirayesh'sya pozvonit' yemu? (Vai ligar pra ele?) - Dimitri pergunta para sua mulher que segura o telefone.
- U nas yest' shans ne byt' zastrelennym. (Ele é a chance que temos de não sermos fuzilados).

Alguém atende.

- Tovarishch Agustin, vy slushayete? (Camarada Agustin, está ouvindo?). Mne nuzhna tvoya odolzheniye. YA khochu, chtoby ty vzyal podarok dlya babushki, sdelal eto dlya menya, i ya budu vechno blagodaren. (Preciso um favor seu. Quero que leve uma entrega um presente para a vovó, faça isso por mim e eu serei eternamente grata).

   Ela fica alguns segundos em silêncio.

- Razmer? Eto medved'. Na grudi yest' zvezda nashego flaga. (O tamanho? É um urso. Tem a estrela de nossa bandeira no seu peito.)

  Mais silêncio por alguns segundos.

- Da, da. spasibo. (Sim, sim. Obrigado).

  Ela desliga o telefone. E se volta para Hopper que está deitado no sofá ainda meio debilitado.

- Ubezhat'. Ty ubezhish'. (Fugir. Você vai fugir).

   Hopper em sua magreza e debilidade, acena com a cabeça.

- Mne nuzhna tvoya rubashka. (Preciso da sua camisa). - Diz Matilda passando para o quarto enquanto o marido vem atrás.
- Kakaya rubashka? A s flagom zvezdy? (Qual camiseta? A com a estrela da bandeira?)
- Da. (Sim). - Ela abre o guarda roupas velho e começa a procurar.
- Eta rubashka - podarok ot samogo prezidenta. (Aquela camisa é um presente do próprio presidente). - O homem lança uma expressão perplexa.

   Ela encontra a camisa e passa pelo marido dizendo:

- Trakhni prezidenta. (Que se foda o presidente).

  Ela entrega a camisa para Hopper juntamente com uma calça e diz:

- Nosit' eto. (Veste isso).

  Enquanto Hopper recebia roupas novas, Starlov vestido de oficial do exército soviético estavano antro de um dos rastros de Hopper. Um dos guardas estava sendo atendido por um paramédico, foi um belo golpe em seu rosto, lhe causando um corte na testa. Enquanto lhe faziam um curativo, ele contava para Starlov o que havia ocorrido.

- On udaril les po moyemu litsu. (Ele pegou uma madeira e bateu no meu rosto). Dolzhno byt', p'yanyy. (Deve ser algum bêbado).
- On amerikanskiy beglets. (Ele é um fugitivo americano).

  O guarda ficou perplexo ao ouvir que era um "fugitivo americano", até mesmo o médico parou para ouvir.

- Kuda on poshel? (Para onde ele foi?)

   O guarda aponta para frente depois de uma venda de frutas. Starlov sai sem agradecer e vai seguindo um possível rastro de Hopper.

Algum lugar na china de Mao Tsé tung

Haviam soldados chineses apressados correndo de um lado pra o outro em uma base militar que ficava as margens do rio amarelo, uma autoridade estava chegando na localidade. O general Kai cheng. Antes de ele descer do seu carro, um oficial se adiantou e anunciou.

- Nǐ de yībān yìyì (Seu general, sentido).

  Os soldados e cientistas ali presentes ficaram em posições exatas e depois se abaixaram em respeito ao general.

- Xiūxí. (Descansar).

   O general se aproxima de um cientista mais velho, seus cabelos são brancos e o rosto meio enrugado.

- Gàosù wǒ jìnbù. (Me mostre avanços.) - Diz o general.
- Wǒmen yǒu hěnduō jìnbù, wǒmen de rén jiēchùguò.  (E temos muitos avanços, fizemos contato). - Diz o cientista enquanto começam a caminhar para dentro de um galpão.

Há muitos soldados caminhando para lá e para cá, isso pelo simples fato de que ocorrerá um novo teste. Eles caminham para um elevador.

- Huángdì huì hěn kāixīn. (O imperador ficará muito feliz). - Diz o general.

    Eles vão até o subsolo, muitos andares abaixo, talvez 30 ou 40 andares no sub-solo, mostrando que os chineses não queriam a presença de ninguém espionando seus projetos.
Ao abrir a porta, havia um corredor com várias salas, há soldados e homens com uniformes de proteção se encaminhando para a última sala no corredor que está extremamente iluminada.
  Eles voltam a caminhar, param na segunda sala a esquerda onde há recipientes com amostras do mundo invertido.

- Wǒmen yǒu tǔdì, zhíwù, shènzhì zhǒngzǐ. (Temos terra, plantas, e até mesmo sementes). - Ele mostra os recipientes. - Yīqiè sìhū dōu shì huóshēngshēng de, yǐ díduì de fāngshì huózhe. (Tudo parece estar vivo, vivo de uma maneira hostil).

Ele se dirige para o último recipiente que está coberto com uma manta branca. Com uma luva ele retira o manto e eis lá uma pequena gosma do tamanho de uma mão de uma criança, ela se move devagar e salta no vidro deixando um rastro.

- Zhè shì shénme? (O que é isso?). - O general pergunta se aproximando do recipiente, parece curioso.
- Wǒmen wúfǎ dìngyì, dànshì zhège shēngwù hái huózhe bìng tūnshìle wǒmen fàng rù róngqì de suǒyǒu dōngxī. Tā sìhū bù xǐhuān qiángliè de guāngxiàn. (Não soubemos definir, mas essa criatura está viva e devorou tudo que colocamos no recipiente. Parece não gostar de luz intensa).

A criatura pula mais no vidro, como se quisesse quebrar o recipiente e escapar.

- Wǒmen de rén zhèngzài jìnrù lièfèng bìng shōují yàngběn. (Nossos homens estão entrando na fenda e recolhendo amostras). - Diz o cientista tomando a frente e deixando a gosma de lado sem cobrir.

   Eles vão seguindo para a última sala que é protegida por vidros. A frente, uma fenda bem aberta emanando uma intensa luz azul, haviam homens armados e protegidos adentrando ao portal. Ao lado, uma tela onde um dos soldados com uma câmera caminhava a frente no local obscuro. Parecia estar caminhando a céu aberto, havia uma espécie de cinzas caindo céu e tudo tinha o aspecto abandonado.

  Enquanto o cientista dava explicações para o general sobre o que ele estava vendo, mesmo com toda sua inteligência, deixou passar um pequeno detalhe. Ele não voltou a cobrir o recipiente. A gosma lá dentro parecia estar irritada com a luz branca forte e ficava se debatendo no vidro.  Sua força aumentava tanto que em dado momento, o vidro rachou, a criatura parou por alguns segundos e novamente se ergueu saltando em direção ao vidro e rachando-o ainda mais. Foi então que a criatura conseguiu fazer um buraco no vidro e devagar saiu.

  Ela caiu diretamente no chão e começou a se mover rapidamente no chão. Ela se escondeu debaixo de uma mesa quando um soldado adentrou e não percebeu nada. Ela aproveitou que o soldado estava se voltando para sair e saiu primeiro antes que ele a visse. Ela seguiu para a sala frente e passou por debaixo da porta, nessa sala, havia um soldado dormindo tranquilamente, talvez porque se esqueceu que o general havia vindo visitar essa divisão.
   A gosma se aproximou do homem que estava com o braço quase tocando o chão e saltou na direção dela. Ela foi escalando lentamente seu braço e passando por dentro de sua camisa ela não o acordou. A criatura deslizou por seu pescoço e vendo que a boca do rapaz estava entreaberta ela entrou de uma vez, descendo goela abaixo, acordando o rapaz que começou a engasgar violentamente caindo no chão se debatendo.

    O que está por vir?

Stranger Things 4 - Shadow of the dayOnde histórias criam vida. Descubra agora