09.

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Assim que entrei no carro lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto involuntariamente. Tremia freneticamente. Effy não demorou a entrar no carro e assim que o fez saiu dali, indo em direção a minha casa. Procurei pela minha mala mas nada, devia estar no porta bagagens. Preciso de um cigarro, ugh.

Sentia Effy de vez em quando olhar para mim mas não proferia nada, sabia como me estava a sentir aliás não era a primeira vez que Effy me vira desta forma.

Estávamos paradas num semáforo em silêncio até que Effy decide acabar o mesmo.

“Doi-te algo?” Effy pergunta, fazendo-me virar o rosto olhando-a.

“Não, estou bem.” Respondi e voltei a virar a minha cara encostando-a de seguida à janela do carro. Ouvi Effy suspirar e poderia apostar que a mesma está a revirar os olhos, provavelmente porque sabia que eu estava a mentir. Conhece-me demasiado  bem.

Minutos depois estávamos já à frente da minha casa e Effy tirava as minhas malas do porta bagagens enquanto eu apenas estava encostada ao carro. Pois, Effy não me deixa pegar em nada, eu ainda consigo andar minimamente para a ajudar mas ela é demasiado teimosa – sim porque tu não és nada teimosa Aphrodite, o meu subconsciente lembra-se de falar.

Também só me faltava mais esta ir de muletas para a escola, sim porque eu aposto que a minha mãe quando eu lhe contar que torci o pé me vai obrigar a ir com ela até ao hospital mas o que eu menos quero neste momento é isso, eu só quero ir para o meu quarto e dormir até a escola começar. Sou interrompida dos meus pensamentos com Effy a abanar-me ligeiramente.

“Aphrodite, estás-me a ouvir?” pergunta arqueando uma sobrancelha.

“Humm? O que disseste? desculpa.” Respondi, pronta a levantar-me.

“Já te abri a porta, tem tudo já lá dentro.” Effy deixa-me saber.

“Oh, obrigada Effy, desculpa por te ter arruinado estas mini-férias antes das aulas, não era de tod— ”

“Não começes, sabes que nem sequer ia se tu não fosses.” Interrompeu-me docemente abraçando-me de seguida. “Sabes que eu estou aqui Ro, sempre estive e vou continuar a estar ao teu lado, sempre” falou indo-me largando aos poucos enquanto acabava de falar.

“Sim, eu sei. Mas não me faças ficar mais gay do que já estou” disse dando um leve sorriso fazendo Effy rir-se ajudando-me a ir até à entrada de minha casa.

“Venho-te buscar na segunda, logo mando mensagem” falou acenando antes de entrar no seu carro.

Esperei até perder Effy no meu campo de visão e entrei em casa, fechando a porta.

“Mãe?” falei ligeiramente alto, olhei para todos os lados e nada. Provavelmente não estaria em casa. Olha que bom.

Andei com dificuldade em direção às escadas e assim que começei a tentar subi-la ao pé crescinho o meu pé falha e acabo por cair no chão lavada em lágrimas de frustração e sofrimento. Puxo os meus cabelos tentando aliviar a raiva que está dentro de mim, tentando encontrar a resposta a pergunta que tanto perfura a minha mente? Porque que sou tão frágil? Porque que não consigo ser forte uma vez na vida? Porque?

Após me conseguir acalmar e tentando vezes sem conta subir às escadas consegui chegar ao quarto acabando por me mandar para a cama deixando sair um suspiro de cansaço.

Acabo, por adormecer assim, deitada envolvida em pensamentos que no fundo deveriam estar bem no fundo da minha mente.  

[…]

“ Boom Boom Boom Clap

You're picture perfect blue

Sunbathing under moon

Stars shining as your bones illuminate

First kiss just like a drug

Under your influence

You take me over you're the magic in my veins

This must be love …” o meu despertador toca a alto som fazendo-me colocar a cabeça debaixo da almofada e respirar fundo para de seguida tentar desligar aquela merda irritante que me consome a pouca paciencia que me resta para poder ir para as aulas.

Abro os olhos minimanente para poder desligar o despertador e mergulhar a minha cabeça para debaixo dos lençois e suspirar de alivio.

 “Aphrodite espero que já estejas levantada” a minha mãe grita do outro lado da porta fazendo-me soltar um suspiro em descontentamento revirando os olhos múltiplas vezes. Quero chorar.

Ganho coragem, sentando-me na cama com os pés de fora fazendo a cara de uma criança prestes a chorar. Agarro na muletas que se encontram ao fundo da cama. E sim, ando de muletas, como esperava a minha mãe obrigou-me a ir hospital. Tive a minha ultima semana toda deitada, basicamente. e reblogando fotos que acho interessantes no meu Tumblr.

Ando até ao armário tirando do mesmo um sutien e umas cuecas lavadas. Sigo até a casa de banho, despindo-me com algum custo e tomo um duche, fazendo a minha dor de costas de tanto estar na cama acalmar ligeiramente.

Seco-me e visto a roupa interior, saio do quarto e olho para dentro do armário vendo o que hei-de vestir para o primeiro dia de aulas.

Acabo por vestir umas skinny jeans de cintura subida, um top simples preto, um casaco de cabedal preto e calço as minhas vans pretas por ultimo. Pego na minha mochila já com as coisas necessárias para as aulas de hoje, coloco meu iphone no bolso de trás das calças e saio do quarto.

Felizmente já consigo descer as escadas com a merda das muletas, e assim que as desço, deixo a mala no chão da entrada e vou até à cozinha sentando-me num banco encontrando a minha mãe a sentada também já a comer o seu pequeno almoço.

“Come rápido não quero que chegues atrasada no primeiro dia de aulas Aphrodite” a minha mãe fala limpando a boca e levantando-se colocando o prato e o copo dentro da máquina de lavar.

Abano a cabeça e tiro uma panqueca dum prato que se encontra no meio da mesa, sirvo-me de sumo de laranja e como, o mais lentamente possível. O que eu menos quero agora é ir para aquela escola.

Assim que acabo de comer começo-me a levantar e pegar nos pratos para os colocar na máquina mas sou interrompidas nos meus movimentos pela minha mãe que me tira as coisas da mão e me diz que arruma isso e para eu me ir acabar de preparar.

Subo uma vez mais a porra das escadas com mais uma vez, dificuldade e dirigimo-me à casa de banho lavando os dentes e coloco uma leve maquilhagem para tentar não parecer tão zombie como me encontro. Assim que estou a acabar de lavar as mãos ouço um carro buzinar e já sei de quem se trata de faze-lo, Effy.

Tento descer rapidamente as escadas, mas quanto mais lento pior. Profiro um “até logo” até à minha mãe, pego na mochila que se encontra no chão e ando com as minhas adoráveis muletas até fora de casa.

céus, eu realmente peço desculpa por só ter postado agora mas eu não tenho tido cabeça para fazer nada. Espero que não tenham deixado de ler a fic!

comentem e votem, significa muita para mim, ly all.

Aphrodite || h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora