End Of All Days (CONCLUÍDO)

Capítulo 7

LUÍZA MADSON

Tenho tido dias de paz, finalmente.

Aqui na comunidade é bem tranquilo, cada um faz sua parte para vivermos em harmonia.

Ainda não tenho uma tarefa definida. Faço de tudo um pouco, e acho isso bom, aprendo todos os dias, e não tenho uma rotina, que aliás, é algo que odeio.

Jared é outra pessoa, parece mais leve, mais feliz. Acho que a música tem esse efeito nele, ele tem cantado todos os dias, compôs canções novas, e eu sou seu publico fiel.

Amo passar horas o ouvindo, quando ele canta parece que tudo o que há de ruim desaparece, só existimos ele, eu e a música entre nós.

Tenho descoberto sentimentos novos ao longo desse tempo convivendo com ele. Não sei qual nome dar ao que sinto, mas tenho vontade de ficar perto dele o tempo todo, de cuidar, de arrancar suas dores, de vê-lo sorrir sempre...

Quando ele está longe, em alguma busca eu sinto uma saudade terrível e quando ele fala com outras garotas... eu sinto uma raiva tão grande, algo que não consigo controlar.

Leona diz que me apaixonei por ele. Que isso está escrito na minha testa, mas não quero que seja isso. Me apaixonar por Jared Leto? No meio do apocalipse?

Quais são as chances de não acabar com o coração partido?

Por mais que eu não admita, ela tem razão. Me apaixonei por ele, mas não tenho coragem de dizer.

É como se ele fosse alguém inalcansavel para mim.

Olho para o horizonte à minha frente, estou na torre de vigia, esperando alguém para me render. O sol está se pondo, deixando o céu em um tom rosado, o silêncio predomina, nem os pássaros estão cantando, só ouço o som da voz na minha cabeça, me chamando de burra.

Um som atras de mim chama minha atenção. Luna. Ela veio me substituir.

- Boa noite Luíza, vai descansar que eu assumo daqui.

- Ok. Obrigada. Boa noite.

Vou caminhando devagar, curtindo o clima frio.

Talvez eu devesse conversar com o Jay, falar do que sinto, nunca fui de guardar meus sentimentos para mim. O máximo que eu posso receber é um não, mas a amizade dele é tão importante pra mim, tenho medo de abrir meu coração e ele se afastar.

Ainda estou no meu dilema quando chego na porta de casa. Como de costume entro sem bater e me arrependo imediatamente.

Jared e Sarah estão se agarrando no sofá. Fico parada sem saber o que fazer, se dou meia volta, se entro como se nada estivesse acontecendo.

Meu coração dói, mas pelo menos tive minha resposta. Como pude pensar, nem que seja por um segundo que um cara como ele poderia olhar para mim?

Os dois finalmente percebem a minha presença, param o que fazem e ficam me encarando.

- Eu... desculpa, não queria atrapalhar.- Minha voz já sai embargada, eu preciso sair daqui. Não posso chorar na frente deles.

- É, mas atrapalhou. A gente deveria ter ido para o quarto Jay. - Sarah diz toda manhosa, mas Jared a ignora, se levanta e vem na minha direção.

- Luíza, eu não deveria... me desculpe.

- Tudo bem Jay, estamos na sua casa, eu que sou a intrusa aqui. Podem continuar.

Saio quase correndo em direção ao banheiro. Mal fecho a porta e as lágrimas caem.

Burra. Burra. Burra. Como pude deixar me apaixonar por ele?

Ligo o chuveiro e me permito desmoronar. A água morna leva minhas lágrimas, mas não consegue tirar a tristeza do meu coração. Choro alto, meu coração está apertado, esse sentimento é desesperador.

Termino meu banho e me enrolo na toalha. Vou para o quarto prestando atenção ao redor. Graças a Deus não cruzei com nenhum dos dois.

Entro no quarto e tomo um susto ao ver Jared sentado na cama.

- Jay! Você me assustou.

- Me desculpe. Luíza, porque você estava chorando no banheiro?

- Eu não estava chorando...

- Estava que eu ouvi, e agora olhando para esses olhos vermelhos não tenho dúvida.

- Jared, me desculpa, mas não quero falar sobre isso. Só quero colocar meu pijama e dormir, e pode ficar tranquilo que vou dormir na sala, você e Sarah podem ficar a vontade.

- A Sarah vai dormir na casa dela. Isso que aconteceu foi um erro, eu não sei porque fiz isso. Ela apareceu aqui do nada...

- Jay, não precisa me explicar nada, não é como se fosse da minha conta.

- Preciso- Ele se aproxima de mim e segura meu rosto entre suas mãos - Porque é de você que eu gosto.

- D-de mim? Mas vocês estavam...

- Eu sei, eu estava com medo do que sinto, tentei ficar com ela pra ver se você saía um pouco da minha cabeça, mas não tem jeito. Eu sinto muito Luíza, não queria me apaixonar por você, sei que não tenho nada a oferec...

O interrompo com um beijo, um beijo apaixonado e desesperado.

Ele fica parado no começo, acho que não esperava por isso, mas logo ele retribui. Me beija com fome, com vontade... sua boca tem gosto de hortelã, sua língua quente dança com a minha. Ele aperta minha cintura com força e eu colo mais nossos corpos, embrenho minhas mãos em seus longos cabelos.

Sinto seu membro duro roçar minha barriga e me esfrego nele sem pudor, me sinto em chamas, só quero ele, pertencer a ele e já não posso mais esperar.