Capítulo 9-Coriane

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Faço um breve tour pelo Palacete e damos de cara com Élia.

-Graças a Deus te encontrei! Você não sabe o quanto eu andei por esse palácio te procurando! -Ela fala me dando um abraço, quando ela percebe que temos companhia me larga e todos me olham esperando as apresentações.

-Ah! Claro! Rei Myk, conselheiro Lucca essa é Lady Élia da casa Samos. -O queixo da minha amiga cai e reprimo uma risada. Ela faz uma reverência para Myk e me olha.

- Rei Myk? Tipo o rei de Lakeland Myk Inr Cynet? Aquele que você era doida pra conhecer? -Ela fala, e eu dou um tapa no seu braço e sinto que Myk está segurando o riso.

-Acho que não existe nenhum outro rei Myk, não é Élia? -Digo com um tom sarcástico.

- Então majestade, o que o traz a Norta, em especial aqui e nessa época? -Minha amiga pergunta para Myk, me viro esperando a resposta dele, se ele não contar eu também não vou. O rei não tira os olhos de mim.

-Negócios de Lakeland. E se não se importar princesa gostaria de comparecer na sua coroação. -Eu aceno com a cabeça em sinal de afirmativo. Quem fala agora é Lucca.

- Então logo todos ficarão sabendo o que estamos fazendo aqui, não é Myk? -O menino loiro de olhos azuis se dirige ao seu rei que somente acena com a cabeça sem nunca desviar seu olhar de mim.

- Bom, Ane só queria te avisar que sua coroa está pronta e Bash pediu pra perguntar se ele vai entrar com você amanhã? -Depois dessa última frase eu e Myk acordamos de um transe. Tinha me esquecido totalmente de Bash, espero que ele entenda minha decisão. Me viro para minha amiga e a respondo.

-Não, diga a Bash que entrarei sozinha amanhã e que quero vê-lo no meu quarto as oito da manhã. -Rapidamente percebo que minha amiga não tira os olhos de Lucca e ele dela, resolvo ajudá-los.

- Tenho certeza que Lucca está muito cansado e como seus quartos ficam na mesma ala, queria saber se você não se importaria de acompanhá-lo? -Minha amiga logo responde que não, nos despedimos e eles foram, eu e Myk ficamos nos encarando por um tempo. Logo ele quebra o silêncio.

- Então, fez isso para nos deixar sozinhos? Ou para eles ficarem a sós? -Direto ao ponto!

- E se eu disser que foi um pouco dos dois? -Ele levanta a sobrancelha, não esperava tanta honestidade.

- Não me leve a mal, Myk. Posso te chamar de Myk? -Ele acena que sim.

-Então não me leve a mal, Myk. Mas se vamos nos casar precisamos ao menos saber o básico sobre nós. Sempre achei que poderia escolher com quem iria me casar, que me casaria por amor, então quero te conhecer pra ao menos sermos amigos. -Outra sobrancelha levantada, outra vez o surpreendi, sorrio ao quão fácil eu o surpreendo.

- Te entendo. -A única coisa que ele fala.

-Posso perguntar uma coisa? -Ele fala e eu balanço a cabeça em sinal de afirmação.

-Sua amiga disse que você queria me conhecer, é verdade? -ele me pergunta como se fosse uma criança que fosse receber um não para o doce que pediu pros pais.

- Eu não usaria as palavras de Élia, mas sim, eu não sei por que mas sempre te admirei, talvez por que você se tornou rei muito cedo e mesmo assim é um dos melhores. Não sei se posso ser igual ou melhor que meus pais. -falo com a maior sinceridade que consigo. Não sei por que mas não consigo mentir pra ele como minto para todos. Outra expressão de surpresa, começo a rir e ele me pergunta do que estou rindo.

- É que toda vez que abro minha boca pra te responder, você se surpreende como se ninguém nunca tivesse sido sincero com você. -Ele dá um breve sorriso triste. Outra pergunta vem de sua linda boca, tenho que admitir que ele é lindo: Mesma altura do meu pai, moreno, cabelo liso com uma franja que cai na testa, olhos quase negros.

- O que foi aquilo na sala do trono? -Ele me pergunta e eu paro de andar ele vem pra minha frente e me encara.

-Pensei que não tinha poderes. -O que? Como assim?

-E não tenho. Aquilo foi só uma crise de pânico, acontece quando minhas emoções saem do controle só isso. -Dessa vez ele não parece surpreso e sim chocado, como se uma coisa estivesse bem na minha frente e eu não conseguisse ver.

-Você nem ao menos sabe o quão poderosa é ... -Ele deve estar delirando, só pode.

- Coriane...- Odeio que me chamem assim.

-Por favor não me chame assim. Ane basta. -Ele faz que não com a cabeça.

-Seu nome é Coriane e é assim que vou chamá-la. -Ele fala com uma convicção de um rei. Menos um ponto Cynet.

-Coriane, você tem poderes sim. Lá na sala do trono, a sala ficou quente instantaneamente e o calor não vinha de seu pai, vinha de você, faíscas rosas de energia saltavam de suas mãos e seus olhos, literalmente, tinham chamas neles. -Ele só podia estar ficando louco, isso é impossível, mas e se não for? Amanhã, logo depois da coroação falarei com meus pais sobre isso.

-Podemos por favor mudar de assunto? -Falo com a cabeça baixa, e voltamos a andar.

- Se me permite perguntar...Quem é "Bash"? -Ele me pergunta com uma raiva contida na voz. Será que Myk está com ciúmes? Não, isso é impossível, a gente se conheceu hoje.

-O nome dele é Sebastian, Bash é apelido, ele é irmão de Élia e agora meu ex-namorado. -Meu coração pesa na última palavra.

-Ex? -Ele pergunta. E eu logo respondo.

-Sim, se vou me casar com você, não quero que ele sofra e que continue apaixonado por mim, isso seria muito cruel. -Falo dando de ombros, chegamos na ala dos nossos quartos.

-Bom, é aqui que eu te deixo Myk... Boa noite, até amanhã. -Falo já indo embora quando ele me puxa pelo braço e sussurra no meu ouvido com uma voz rouca:

-Amanhã te pedirei em casamento assim que for coroada. Boa noite Coriane, sonhe comigo. -e dá um beijo na minha bochecha, logo entra no quarto e me deixa lá fora no corredor, parada sem reação

A Próxima Rainha Vermelha (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora