Capítulo 14- Coriane

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-Não foi tão difícil, foi? –Ele percebe o efeito que teve sobre mim e seu sorriso se alarga. O conheço a menos de 48 horas e já me sinto muito próxima dele, deve ser pelo pequeno detalhe de sermos noivos.

-Cala a boca Cygnet. –Falo só pra ele ouvir, ele dá uma revirada de olhos e nos dois caímos na risada como cumplices.

-Me daria a honra dessa dança? – Ele fala e estende sua mão, eu a pego e nos dirigimos para o meio da pista de dança. Ele coloca o braço esquerdo na minha cintura e com sua mão livre pega minha mão esquerda, coloco minha outra mão no seu ombro. Mesmo com meu salto 15 ele ainda é muito mais alto que eu. Começamos a dançar e logo percebemos que vários casais se juntaram a nos, entre eles meu pai e minha mãe que sorriem felizes. Depois noto Élia e Lucca dançando juntos, bem perto um do outro, aponto com a cabeça e Myk dá um sorriso genuíno, não sei por que, mas sempre que ele sorri sinto uma vontade incontrolável de sorrir também, pensando bem, não sei de nada quando estou com meu noivo.

-Acho que formamos um casal. –Digo e ele começa a rir. Demoro um pouco para entender o por que do seu riso repentino. Minha cara deve ter sido hilária pois meu noivo não consegue parar de rir.

-E-Eu quis dizer, que juntamos Élia e Lucca, não que nos dois formamos um casal. – Falo tentando me livrar da situação que eu me meti. Apoio minha cabeça em seu ombro e dou risada, ele ri junto comigo e fala:

-Não se preocupe Coriane, eu entendi. Mas nos dois realmente formamos um casal, somos até noivos. –Ele fala e dá de ombros com um sorriso idiota no rosto. Eu reviro os olhos e nos dois rimos. Apesar das circunstancias estou feliz de ter conhecido Myk, ele me faz rir como nunca ri antes.

-Myk, porque você insiste em me chamar pelo meu nome todo? –Pergunto ainda com a cabeça encostada em seu ombro, meu deus que homem cheiroso.

-Bom, é seu nome, é um nome bonito, é uma homenagem para sua avó, e todos te chama de “Ane”, não quero ser como todos. Por que você não gosta de ser chamada de “Coriane”? –Dou um meio sorriso. Poderia muito bem mentir para ele como minto para todos quando me fazem essa pergunta e dizer “Não quero ser lembrada pelo nome da minha avó, e sim pelo meu.” Mas como disse antes, não consigo mentir para ele.

-É um nome de rainha. –Falo dando de ombros. Sinto um sorriso se formando no seu rosto e ele encosta sua cabeça na minha. De repente o sinto tenso, então levanto para olhar seu rosto. Ele olha intensamente nos meus olhos e fala.

-Coriane daqui a dois dias eu irei voltar para meu país, gostaria que voltasse comigo para Detraon. Você viria? Quero que conheça o meu, e futuro seu, reino. –Ele fala como se, pra ele, eu ir fosse a coisa mais importante da sua vida.

-Eu adoraria Myk, mas será que eu poderia levar Élia? É minha melhor amiga... –Tento continuar mas meu noivo me interrompe.

-Claro que sim, e se você não a levasse tenho certeza que Lucca a sequestraria para ir conosco. –Ele fala e damos mais uma olhado nos nossos amigos e vemos eles rindo, e se olhando como bobos. Viramos um para o outro na mesma hora e falamos ao mesmo tempo:

-Com certeza –Rimos com as coincidências.

Eu e Myk paramos de dançar faz um tempinho, estou sentada no meu trono olhando todos rindo e dançando, não consigo conter um sorriso. Mal noto Bash até ele estar completamente na minha frente.

-Podemos conversar? –Ele diz e eu rapidamente balanço a cabeça em afirmação. Pego sua mão e o levo para um canto do salão que está vazio.

-Ane, agora eu entendo o motivo do nosso termino, nem imagino o quão difícil isso está sendo para você... –Ele tenta continuar, mas eu não consigo conter meus braços que já estão ao redor do seu pescoço em um abraço. Só dele ter dito que entende já me sinto a pessoa mais feliz do mundo.

-Bash eu sinto muito fazer isso com você, mas se me casar com Myk, formarei uma união com Lakeland que garantirá a paz por gerações senão para sempre. Tenho que fazer isso. –Ele simplesmente balança a cabeça e me solta.

-Eu conversei com o rei Myk, ele parece ser um bom homem. –Ele diz e eu sei o quão difícil está sendo para ele dizer isso. Eu concordo com a cabeça.

-Eu acho que posso ser feliz com ele. –Digo e nossos olhos se enchem de lágrimas.

-Eu só não quero te perder Ane. –Eu o abraço mais uma vez e ele me aperta forte. Sinto um nó se formar na minha garganta.

-Você não vai Bash, não importa o que aconteça, você sempre estará comigo. –Falo e ainda abraçada com ele pego sua mão esquerda e passo pelo meu mais novo brinco, sinto ele sorrir.

-Ainda somos amigos, não é Ane? –Eu aceno com a cabeça e ele me solta, percebo que ele chorou e sinto uma lagrima quente descendo pelo meu rosto. Beijo a bochecha de Sebastian e falo:

-Sempre! 

A Próxima Rainha Vermelha (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora