Aline Novais
Segunda-feira
11:32am— Inferno! — Arremeso a cadeira de metal contra a porta de madeira me sentindo mais irritada ainda por não conseguir fazer nada para mudar a merda de situação que me encontro. Soube que hoje completou dois dias desde que fui sequestrada, dois dias que estou presa nesse inferno, não por conta desses imprestáveis e sim por conta do carro do ovo que sempre passa aqui na rua, a gravação é de áudio e o motorista sempre sauda os clientes com um "Boa tarde família, hoje é segunda e é o melhor dia para comprar uma caixa de ovo pela metade do preço" alterando apenas os dias da semana.
Já tentei diversas vezes chamar a atenção de alguém que passava pela calçada, às pessoas me olhavam com um olhar de pena, está visível que eles sabem como as coisas funcionam ali, e não iriam mover um fio de cabelo para chamar a polícia ou se quer me ajudar. Dá última vez que tentei gritar por socorro aquele bandido imundo mandou um cara aqui, que me encheu de porrada até que eu ficasse inconsciência no chão sujo daquele lugar.
Sempre busquei ser bastante positiva, sempre acreditei nos melhores das pessoas e busquei ver o melhor em cada situação ruim que me colocavam. Sabia que no final das contas sempre iria aparecer uma solução mas no momento eu me sinto no meu limite, estou tão sobrecarregada com tudo que aconteceu comigo nos últimos dias, não sei o que fazer ou como agir diante disso.
Caio de joelhos no chão frio permitindo que meus ombros caiam cansados. A cabeça tomba para baixo e eu sinto as primeiras lágrimas descerem pela minha face. Estou cansada, cansada de tentar achar uma solução pra essa situação de merda que eu me encontro. Quando meus familiares dariam falta de mim? Quando alguém seria inteligênte o bastante para juntar os pontos e mandar alguém atrás de mim? Como meus pais devem estar se sentindo com o meu desaparecimento céus? como eles pagariam o parcela do apartamento no mês que vem? Sinto meu peito apertar com a possibilidade deles terem que deixar o apartamento por não conseguirem pagar sozinhos.
Ouço mexerem na fechadura da porta e fico em alerta de imediato, rapidamente me coloco de pé e seco as lágrimas em meu rosto e melhoro a minha postura.
Trinco o maxilar ao ver a cara infeliz daquela mulher. Descobri ontem que o seu nome é Paolla, logo após ouvir um dos caras que anda atrás dela a chamar. Junto dela vejo uma garota de fisionomia seria caminhar para dentro do Barraco, seus cabelos são longos e ondulados e seus traços parecem familiares.
Retorno a olhar para a siliconada que hoje está estreando um sutiã transparente permitindo que todos enxergasse o contorno do seus seios.
— Como a piranha está se sentindo hoje? — Pergunta largando uma sacola com comida em cima da mesa, preciso me manter no lugar para não ir até lá em busca de alimento.
Por causa do meu mal comportamento de ontem eles me deixaram sem almoço e janta, o único alimento que comi foi o resto do couve que guardei da feijoada, desde então estou com o estômago vazio.
— Estou ótima, agradeço pela comida mas dá próxima vez pede pra eles deixarem o bife mal passado, odeio ele muito frito. — Provoco de volta com um falso sorriso, ela fecha a cara com minha resposta.
Nunca perdi a oportunidade de tirar uma com a cara dele, não fui com a cara dessa mulher desde quando a conheci e não vou mesmo abaixar a cabeça pra ela.
— Pode deixar, dá próxima vez eu trago a comida do cachorro, vai tá no ponto diretamente pra a cadela.
— Não precisa trazer sua comida pra mim não boba — Expando meu sorriso, ela fecha os punhos pronta para avançar em mim mas a garota do seu lado a impede — Você eu não conheço — Cruzo meus braços a olhando.
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