Lost In You | Shawn Mendes

41. I Got Lost In You!

Con Calma, de Daddy Yankee explode nas caixas de som da casa noturna, enquanto observo Cameron conduzir gentilmente Haysla para a pista de dança.

Dou um gole em minha bebida e, apesar de já ser o terceiro copo, não estou nem um pouco bêbada.
Hoje decidi pegar leve.

Não quero ter que parar no hospital pra tomar glicose ou pra fazer uma lavagem estomacal, como já aconteceu outras vezes que sai com Hays. Ela não tem limites e acaba me levando junto em suas bebedeiras alucinantes.

Sinto os cabelos da nuca se arrepiarem e sei que o motivo não é a lembrança de meu último porre, e sim a proximidade entre mim e Shawn.

Depois de dançar loucamente algumas músicas, resolvi sentar um pouco no sofá e me recuperar de todo o suor e quentura do meu corpo. Como o bom cavalheiro que é, Shawn me acompanhou e está sentado ao meu lado a cerca de dez minutos.

Nesse meio tempo, o flagrei mandando mensagem de texto para um contato salvo como "John".

Me animei achando que os dois tinham finalmente se acertado, mas ele revelou que na verdade se tratava de John Mayer.

Quase infartei, por ser uma grande fã do cantor. E como não sou boba, nem nada, tentei a todo custo fazer Shawn me passar o número de telefone dele, infelizmente falhei na missão.

Mas entendo os motivos que ele tem pra não me passar. Não se pode sair distribuindo o contato dos famosos por aí.

- Qual a pessoa mais famosa que você tem no celular? - Me dou um soco mentalmente. Fala sério, a gente está em uma balada e eu fico fazendo perguntas ridículas.

- Acho que é a Taylor Swift. - Ele sorri pra mim. - O Ed Sheeran não tem celular.

Abro a boca numa expressão surpresa e ele ri, como se já esperasse essa reação.

- Sério? Como que faz pra conversar com ele então?

- Você tem que mandar um e-mail.
- Shawn leva seu copo de rum com coca aos lábios.

- Caraca, pra mim e-mail só serve pra enviar currículo e olhe lá. - E receber um monte de propaganda de loja, é claro.

- Acho legal esse jeito dele.

- Eu admiro muito. Acho que não conseguiria viver assim, infelizmente. - Digo pensativa.

Querendo ou não, o celular é uma bela mão na roda, pra quase tudo.

Quando penso em me aprofundar mais em minha reflexão sobre o uso do celular na atualidade, a belíssima voz de Sam Smith surge, cantando Dancing With Stranger. Isso me faz lembrar que estou em uma festa e não em casa conversando, depois de um almoço de domingo.

- Você quer dançar, estranho? - Faço uma péssima piada, mas mesmo assim Shawn ri e se levanta. Coloca a mão na base da minha coluna e me guia até a pista.

Passo meus braços ao redor de seu pescoço e os seus se cruzam em minha cintura, me puxando pra mais perto.

Deito minha cabeça em seu peito e absorvo cada batida forte de seu coração, é um som maravilhoso.

E pouco me importa que não estamos dançando no ritmo da música, só consigo notar o quão satisfatório é estar nos braços de alguém.

Dançamos juntos boa parte da noite, se é que, mover os pés sem sair do lugar possa ser chamado de dança. Só paramos quando meus pés clamam por alivio, de todas as sandálias que eu podia ter escolhido, mirei justo na mais desconfortável.