Será que eu mando mensagem? E se ela me dar um vácuo? Ou até um block?, deixo minha cabeça voar em pensamentos. Tomo coragem e mando mensagem:
"E aí, sou eu, Toni. Como vc tá? Não vi vc pelo corredor hoje, mas vi seu amigo. Ele é maneiro!"
Em dez minutos, a resposta chega:
"Oi, Toni. Eu tô bem, mas não tenho saído. O Kevin falou com vc? Ele é um louco."
"Pq louco?" - pergunto.
"Pq ele gosta de fazer amizade com gente que ele nem conhece. Bem-vinda à Kevinlândia!"
Eu sorrio, por mensagem e na vida real. Ficamos conversando por um bom tempo e eu não percebo a hora passar. Arrisco:
"Quer dar uma volta por aí?"
A resposta demora um pouco mas vem:
"Tá louca? Se a Carla nos ver, ela nos mata."
"Não se estivermos com segurança."
"As palavras 'segurança' e 'Toni' não combinam na mesma frase, mas vamos. Vou só ajeitar meu cabelo."
A espero na porta do meu quarto e quando a vejo sair do seu, fico impressionada: o cabelo dela estava caindo por cima dos ombros e ela estava com uma calça legging com um casaco amarrado na cintura. Sua blusa era transparente com cerejas vermelhas e rosa desenhadas nela. Ela vem andando na minha direção e para à seis passos.
- Me promete que não vai me dar coices como na última vez lá na UTI? - pergunto, rindo.
- Depende, se você não for chata... eu prometo. - ela rebate, me olhando de cima a baixo.
- Touché. - ela ri e eu retribuo.
Seguimos andando, mantendo a regra de distância, e vamos conversando sobre várias coisas. Ela fala de Kevin e como ela e ele são melhores amigos, fala de como chegou ali, como é lidar com a FC desde sete anos de idade. Eu evito falar de mim e ela respeita, vendo a expressão de angústia em meu rosto. Se nem eu sei meu passado, como posso contá-lo para alguém? Apenas contei para ela que sou criada pela minha tia e ela é meu porto seguro, também é tudo que eu sei.
- Lembrando agora: quando nos conhecemos você estava sem a sua máscara. Você está seguindo o tratamento, não é? - ela pergunta. Aquilo acaba comigo.
- Cheryl, assim... pra quê eu vou fazer um tratamento que só serve pra me iludir se eu sei que já vou morrer? - digo, encostando na parede. Ela faz o mesmo na parede oposta.
- Para te dar mais tempo.
- O tempo é relativo. Só tem ele quem quer e eu não quero. - digo.
- E você não pensa na sua tia? Imagina se ela perder você? - ela fala.
- Você está aqui por causa da sua mãe?
Abaixo a cabeça e digo:
- Obviamente não, mas sim pelo meu irmão. Eu sei que ele gostaria que eu continuasse aqui, forte como eu sempre fui. - vejo ela prender o choro.
- Por quê ele "gostaria"? O quê houve?
- Nada!
- Qual era o nome dele?
- Jason. Ele era meu irmão gêmeo, só sinto falta dele. Muita, na verdade. - ela não aguenta mais segurar o choro e o solta.
- Ele...?
- Não, Toni! Olha... eu quero ir para o meu quarto, okay? Desculpa! - ela sai andando e eu fico pensando o quê pode ter acontecido. Eu preciso descubrir para ajudar ela. Mas mais uma vez, eu fui uma fofa, não é, Antoinette Topaz?! Merda!
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A Cinco Passos de Você | Choni
عاطفيةEssa é uma história inspirada no livro do filme "A Cinco Passos de Você". Só juntei o melhor livro com o melhor casal da série Riverdale!