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Quão estranho é o comprimento da vida! Atenta para a sua curteza, repara na sua vastidão. São breves os anos nossos, e passam como o vapor, e findam-se sem que saibamos quando, mas também são extensos, e árduos, e nos trazem profusas oportunidades; piscamos e voam as décadas, urgimos e arrastam-se as horas. É enigma do Detentor do Tempo, insondável nos feitos e na vontade. Vive, pois, com esta dualidade em mente, como o martelo que sabe cravar e arrancar: no que se pode esbanjar – o amor, a compaixão, a retidão, a esperança e a contemplação –, gasta os teus dias como se fossem os últimos; porém, no que se deve moderar – a liberdade dos atos, os bens, as palavras e as decisões –, planeja como se fosses partir em avançada idade. Isto a vida demanda: hás de ser ora pródigo, ora austero.

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⏰ Última atualização: Jul 26, 2019 ⏰

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