devagarinho, abro os olhos e sinto o infinito na pontinha dos dedos.
mergulhada em branco, me viro na cama e perco oportunidade de não gritar, já que eu só estou aqui porque penso demais.
cortinas fantasmagóricas me amarram na asa de um avião, o ar é rarefeito e a minha boca está aberta. nem um som se é propagado no meu vácuo do infinito.
logo mais, perco totalmente a força e clamo por sangue, já não sinto mais nem uma agulha em minha pupila.
meu estomago se contorce, olho pra baixo e vejo as luzes de paris; novamente por sangue eu chamo, pois não há prova maior de que não estou morta.
quente, vermelho e ríspido pinga de mim de imediato.
sinto o corte do vento ferir ainda mais o que se é sagrado, portanto, meu coração quente salienta um hino sobre graça .
a sacré-cœur se entende pela minha visão periférica, e de tão grande, perco o chão.
tudo branco, desde então.
mas ainda assim, há um córrego dentro de mim, guiando matrimônios até o fim da linha com outro pingo de sangue.
estou amarrada, enforcada e logo percebo ter sido fisgada pelo meu próprio anzol, pois sinto o sangue inundar o que é branco de um azul cálido, calmante e sufocante.
sei que estou viva, meu travesseiro está encharcado.
sinto a dor da queda, ninfas limpam meu rosto e não há mais sangue pingando de mim. meus pulsos tensionam pois sabem direitinho quando estão sendo presos novamente.
vejo tudo branco novamente. as luzes, o avião e o sagrado coração à entorpecer meu fígado como se eu houvesse atracado um barco num mar de vinho.
dou risada, portanto.
ninfas são semelhantes à mim, em partes.
todas nós gostamos de formas arcaicas de diversão.
tão logo não passará.
eu me divirto.
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𝖺𝗎𝗀𝗎𝗌𝗍
Poetry‧⁺◞ ̑̑: 𝖌𝖔𝖉 𝖐𝖓𝖔𝖜𝖘 𝖜𝖊 𝖑𝖎𝖐𝖊 𝖆𝖗𝖈𝖍𝖆𝖎𝖈 𝖐𝖎𝖓𝖉𝖘 𝖔𝖋 𝖋𝖚𝖓 30/08 - #1 drabble 30/08 - #1 idk 30/08 - #1 textos 30/08 - #1 desabafo