égoïste, égocentrique, manipulateur, cynique est pourri et gâté.
est c'est pour ça que je t'aime pas.
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houveram tempos onde eu conseguia sustentar toneladas de palavras com a pontinha do nariz, do mesmo jeitinho que uma foca. falei sobre dor como se eu sentisse algo e fiz acreditarem em mim. mas, afinal quem mesmo tem coragem de acreditar numa mentira esfarrapada assim?
existem dois polos que sustentam o meu corpo sem que me faça cair de joelhos num abismo. um deles fala sobre a verdade absoluta, independente de qualquer realidade, cultura ou crença. mas por ora também existe o lado que sempre vai falar mais alto: o lado da minha própria verdade.
verdares manipuladas de verdade verdadeira. não pedi para que acreditassem em mim, porque acreditariam sem que se questionem de que o que estão fazendo é certo ou errado. sobretudo, estarão apenas fazendo o trabalho sujo de alimentar o cliclo vicioso de me ver sempre no limite.
ganância despeja espessa como água quente mas não atinge um milímetro sequer de pele. suas mãos selam os meus lábios e me faz chover bastante. falo de chuva de verdade que ninguém sabe de onde partiu, já que minutos antes, o céu nunca esteve tão límpido e tão azul.
henri é aquilo que reparte qualquer coisa em metades desiguais; tudo aquilo que mesmo não possuindo uma faca e nem mesmo um isqueiro, abre um corte facilmente cirurgico em quaisquiser partes de um ego.
e um ego não pode ser reconstituído do mesmo jeito que fazem com partes queimadas de um corpo resgatado de um incêndio, um ego não pode ser posto no mesmo lugar duas vezes como objetos descartados de uma cena criminal.
cortinas se abrem e em suas mãos, existem sete terços de uma verdade arrancada à força de alguém. ríspido e inconveniente como programado para ser, pega o microfone com as duas mãos, morrendo de medo de que escorregue com a ajuda de todo o mel que pinga de suas mãos.
houveram tempos onde fui controlável, estancável e mortal.
houveram tempos onde rugi alto do topo da montanha mais alta existente e cultivei esperanças em todos os milhões de espectadores que prestigiaram em tempo real, a posse do trono de um novo ditador inconsequente e desigual.
hoje, me entranho em corpos perguntando se mereço realmente estar vivo, porque parei de ser leão e voltei a ser fantasma. voltei a ser feito da mesma matéria que as pedras em que meninas com tranças no cabelo insistem milhões de vezes até conseguirem fazer pular três ou quatro vezes dentro de um lago podre de sujo.
a face de um fantasma não reflete mais no mesmo espelho que antes.
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𝖺𝗎𝗀𝗎𝗌𝗍
Poésie‧⁺◞ ̑̑: 𝖌𝖔𝖉 𝖐𝖓𝖔𝖜𝖘 𝖜𝖊 𝖑𝖎𝖐𝖊 𝖆𝖗𝖈𝖍𝖆𝖎𝖈 𝖐𝖎𝖓𝖉𝖘 𝖔𝖋 𝖋𝖚𝖓 30/08 - #1 drabble 30/08 - #1 idk 30/08 - #1 textos 30/08 - #1 desabafo