tornei-me parte do que sempre remediei.
estou com a barriga doendo de tanto gargalhar.
haviam noites de lua cheia onde a janela do meu quarto permanecia aberta por horas à fio e até mesmo com a presença de gotas raivosas contra o meu corpo quente. me deixei ser alagada pela fúria de estar congelando à cada pedacinho do céu que consumia o meu corpo numa festa calorosa de despedida. gargalhei com a boca bem aberta e disposta o suficiente à me deixar ser consumida por qualquer coisa, por bem ou por mal.
no final da noite, meu nariz escorria e os meus olhos saíam de órbita, preenchidos pelo azul que refletia do céu matutino. a lua se escondia e todas as entidades se enterravam debaixo dos meus lençóis sujos, torcendo para que eu me deitasse com eles pelo menos por meia hora do meu dia.
mas eu sempre me neguei, durante um ano e pouquíssimas semanas, onde eu buscava a escada que ficava no sótão e subia infinitos quilômetros para me sentar junto do lado mais escuro do terraço, atirando pedrinhas nas pessoas que ficavam abaixo dos meus pés, fugindo dos próprios monstros que lhes abraçavam e que suspiravam de puro afeto quando se deitavam consigo.
nunca me veio à calhar que a cama do diabo sempre fora mais confortável e que mentir às vezes é saudável.
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𝖺𝗎𝗀𝗎𝗌𝗍
Poetry‧⁺◞ ̑̑: 𝖌𝖔𝖉 𝖐𝖓𝖔𝖜𝖘 𝖜𝖊 𝖑𝖎𝖐𝖊 𝖆𝖗𝖈𝖍𝖆𝖎𝖈 𝖐𝖎𝖓𝖉𝖘 𝖔𝖋 𝖋𝖚𝖓 30/08 - #1 drabble 30/08 - #1 idk 30/08 - #1 textos 30/08 - #1 desabafo