9 - Hora da verdade

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Chegando em casa decido contar de uma vez pra minha mãe, que obvio já sabia antes mesmo de mim. Como ela consegue? Sentei-me a mesa, depois de um banho de vinte minutos. Com o coração na mão, não sabia por onde começar, nunca fui de fazer rodeios, mas o medo da reação e o que poderia acontecer me assustava a ponto de me fazer enrolar a língua. Ela já havia começado a janta e estranhou minha atitude ao sentar e puxar assunto.

_ Diga Jéssica, o que você fez? Minha mãe só me chama de Jéssica quando não esta com paciência e tenho certeza que este é um dos momento que ela não esta pra conversas fiada.

Respiro fundo e começo, já esperando sua reação.

_ Eu terminei com Antônio... na verdade ele terminou comigo, disse que não daríamos certo e acho realmente que nossa união não faria bem pra nenhuma das partes.

_ Só isso? Pergunta desconfiada. Eu digo que ela tem o dom de prever as coisas, mas ninguém acredita.

_ Estou gravida! Digo de uma vez pra que meu castigo também seja algo rápido de se absorver.

Minha mãe para de falar e me olha, não consigo decifrar qual tipo de emoção se passa neste exato momento, juro que ela me colocaria porta a fora, que no máximo levaria minha roupa do corpo, imaginei tudo, ela me batendo, me escorraçando, mas não aconteceu nada disso. Enxugou suas mãos na barra da blusa e me abraçou, chorou junto comigo, não me acusou, não me chamou de irresponsável só me deu colo, tudo que precisava neste momento, colo de mãe.

Me prometeu com a atitude do abraço que recebi, que estaria ao meu lado na criação deste bebe, senti em muito tempo que tinha minha mãe ali comigo. Não me julgou, não me humilhou, só esteve ali pra mim como mãe, pra uma filha que carece de amor e atenção, mas naquele minuto era a filha mais amada do mundo.

Começa aqui, a minha luta e do meu bebê para se manter neste mundo, para sentir, para ser!

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