Minha vida não é, digamos uma vida normal, mas nada que seja considerado anormal, vindo de onde veio, mas nada que uma pessoa forte não possa suportar por gostar da mesmice ou por não ter opção. Meu nome é Jéssica, tenho vários apelidos, rsrs, isso depende de cada fase da minha vida e por quem se aproxima de mim, cada apelido é uma história deixada por pessoas que me marcaram de alguma forma. Hoje posso dizer, sem sombra de dúvidas que sou uma mulher firme e forte, e apesar de tantas decepções, quedas e subidas, aprendi que tudo nesta vida tem seu tempo, sua hora e que nada nos é permitido por Deus, a não ser para que tenhamos uma lição, um aprendizado.
Antes de tudo que me aconteceu (deixando bem claro que não me vitimizo em nenhum momento). Era uma menina simples, sem muitos amigos, não muito social, tinha um foco em mente: estudar para ser alguém na vida e dar o que fosse de melhor a minha mãe. Sempre tímida, evitava a aproximação de qualquer pessoa, via isso como algo suspeito, de alguém que se aproveita de situações para beneficio próprio. Grande parte dessas situações aconteciam na escola, quando se lembravam da minha existência ao fazer trabalhos de grupo ou prova de dupla, ai surgia gente ate da china querendo sentar ao meu lado, mas quando terminavam, pareciam água em estado de ebulição, evaporavam-se.
Minha família é composta por mim, minha mãe e meus irmãos, os gêmeos Josy e José, que são a vida dos meus pais. Meu pai Pierry não mora com a gente, tem sua família perfeita , mas vez ou outra aparece para tirar minha paz. Minha mãe, Maria, é uma mulher que não existe qualidades para defini-la, nos criou sozinha, pois meu pai aventureiro, nunca esteve presente em nossa criação, ela é uma mulher fechada para o mudo, não aceita de forma alguma o desrespeito em sua casa, religiosa ao extremo, rígida e correta com as coisas. Graças aos seus puxões de orelhas nós nos tornamos pessoas de bem, pois criar filhos sozinhas neste mundo violento e devasso não é pra qualquer família, imagina para uma mãe sozinha.
Minha mãe tem um carinho igual por nos três, mas tenho certeza que se algo acontecer com José ela cometeria alguma loucura, pois a ligação entre eles é uma coisa surpreendente, da mesma forma meu pai com Josy, e onde eu fico nessa historia? Tinha minha avó, também Maria, meu alabastro onde se retirava tudo de impuro e triste, e fazia transparecer o que tinha de mais iluminado em mim, era meu porto seguro, mas me deixou a alguns anos atrás, foi difícil aceitar sua perda, digo isso porque ainda não superei o vazio que ficou em mim quando ela partiu. Agora sou eu contra o mundo.
Minha mãe nunca me permitiu levar amigos em casa, não podia sair, a não ser para a igreja e a escola, ela cronometrava todos os meus passos, caso eu me atrasasse, ela ia atrás e era confusão na certa, pra ela não tinha lugar e nem horário para se corrigir os filhos, mas como era a mais velhas, as coisas eram piores pra mim.
Ficava olhando minhas amigas com as famílias, tendo do bom e do melhor, não digo somente coisas materiais, mas me refiro do sentimento, do amor envolvido, das demonstrações de afeto e isso me iludia a cada cena na qual presenciava, era de partir o coração querer um abraço e não poder recebe-lo em casa, acho que isso acabou interferindo mais que o normal em minha vida social, ter um pai presente, que estava em todos os momentos da vida, seja eles bons ou ruins, ter um pai que é pai e faz jus a esse termo, a companhia, a afeição, a atenção. Quem não queria né?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sentir
Chick-LitComo pequenas decisões influenciam uma vida... Depois de tanto se decepcionar com um futuro incerto, Jéss decide arcar com as consequências de ser uma garota ingenua e decide ser uma mulher. Será que ela terá forças pra seguir? Vamos conhecer Jéss...