Naquele tempo, como nos dias de chuva, havia uma névoa encobrindo os campos. E eu como sempre, tinha uma opinião contraria aos demais. No entanto, sempre mais tarde, acabava concordando com os demais. Odiava certas discussões infundadas e baseadas em suposições, mas nunca tinha visto algo tão inexistente e persistente assim, e se existia, estava bem distante de mim. Mas a distancia era cada vez mais próxima, as relações entre verdades e mentiras eram um vácuo perturbador que enriquecia muitos pensamentos, que às vezes mórbidos demais onde o exagero dominava cada olhar sobre as coisas simples e passageiras da vida. E como sempre depois da chuva vem o sol. O calor pra mim nunca chegou, e desde então passo a pensar em formas diferentes entre pensamentos e soluções que ainda não consigo descrever.
Tudo se parece com o hoje, e o ontem do amanhã parece não chegar. Tudo se repete como um longo e monótono refrão. E assim fica: a chuva para o calor; o sol para a lua, inverso e semelhante, o pecado e o perdão valendo-se de coisas inúteis e totalmente perdido. Tudo pode ser mal aproveitado ou ignorado, mas nada é pra sempre imperceptível a olho nu.
Quando boa parte do mundose esconde é porque quer aparecer. Não me sinto a vontade em declarar o que sepassa na cabeça das pessoas quando nem eu mesmo entendo a minha. Tudo se tornasemelhante e inversamente ligado a um paralelo e gigantesco universo depossibilidades farteis, basta um pouco de imaginação. Os sonhos são semprepossíveis, o impossível é não sonhar por mais ridículo que seja.
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As Cores Cinza do Amanhecer
RomanceTextos aleatórios e totalmente conectados entre si por uma linha tênue dos pensamentos