[DEGUSTAÇÃO] Amizade em Jogo

Capítulo 8

Ela sabe, o jeito de agradar
Um sorriso brincando no olhar
Me fascina com seu jeito de ser
Ela é tudo enfim que eu preciso ter.

Um Sonho a Dois - Roupa Nova

Eduardo

Meu peito está tão eufórico, me sinto como na primeira vez que joguei a copa do mundo. Nossa, eu não sabia que sentia tanto a falta da Beatriz, como pude nunca mais vê-la, ou ouvi-la?

Ela formalizou a denúncia contra o maldito, que acabei descobrindo nem ser o marido dela, moravam juntos há três anos, penso no tanto que ela aguentou ao lado daquele sujeito.

Eu tinha poucos dias pra resolver tudo com ela, expliquei o que realmente queria e ela ficou em choque, mas aceitou me ajudar, ainda não falei sobre valores, mas meu advogado está preparando um contrato de confidencialidade, é minha amiga, mas dinheiro fala mais alto, muito mais.

— Você precisa sair daqui, conhecer gente nova, eu já sou velho, não vou sair da minha casa. — Seu Jorge é teimoso feito uma mula, mas está incentivando a neta desde o primeiro instante, nós não contamos a ele o que eu pretendia, apenas disse que ela ia ficar comigo um tempo, até baixar a poeira.

— Mas vô, eu vou ficar preocupada com o senhor, estando aqui sozinho. — Ele bufa e a olha com cara feia.

— Não me use como desculpas, vá viver sua vida, de verdade dessa vez. — Eles estão discutindo a quase meia hora e eu já estou impaciente. — Vou ficar bem, não se preocupe comigo minha filha. — Ainda nem acredito que a avó dela morreu, me sinto um péssimo amigo. O pior.

— Eu posso vim ver meu avô a qualquer momento Edu? — Sorrio, parece que temos uma decisão, fico tentado a pular de alegria, mas é tão infantil e com certeza me achariam louco.

As sensações que sinto por estar nessa casa mais uma vez não sei descrever, é pura nostalgia, costumávamos brincar de baralho naquela mesinha de centro que fica no meio dos sofás, uma vez quebrei o vidro da coisa e ela assumiu a culpa, não desmenti, apenas segui o desenrolar da situação.

— Sim, a hora que quiser, ele pode ir também, mando alguém vir buscá-lo. — Suspira aliviada. Ficou uma semana no hospital, sua pele ainda está pálida, mas está se recuperando bem. — Precisamos ir, eu não quero apressa-la, mas estou fora muito tempo. — Ela balança a cabeça, limpando o rosto pálido mais uma vez.

— Vou arrumar minha mala, é rápido, não vou levar muita coisa. — Explica se adiantando. Ricardo leva ela até a pequena casa em que morava com o maldito ex.

Vou para o hotel e espero, andando de um lado a outro com impaciência, me sentido mais eufórico do que deveria, não esperava ficar tão mexido com o reencontro, não pensava nutrir sentimentos ainda, mesmo com todo o tempo que passou, acho que fiquei somente balançado por conta de como tudo aconteceu e de como a encontrei naquela casa. Foi terrível e assustador.