A lua estava cheia aquela noite, um choro ecoava, fazendo com que o silêncio da negra floresta fosse quebrado.
-Ela é tão linda. -A bruxa de cabelos negros disse sorrindo para o pequeno bebê ruivo.
-Por que ela está tão quieta? -Rodrigo pergunta.
-Porque ela sabe que precisa estar quieta.
-Não tem nada de errado com ela?
-Não. -Ela diz rindo. -Ela é simplesmente perfeita.
A bebê começa a chorar e Lavínia a aquieta cantando uma música em sua língua.
-Nokby plakwee
Neno kriry neno
A forles zvoca teyo
Nid ato vedwit theon lyuve teyo. -A bebê para de chorar e sorri a vendo cantar. -Moma lyuve teyo, konfedy.-Eu queria tanto que vocês duas pudessem ficar a salvo. Longe disso tudo, sem precisar fugir.
-Ela o olha. -E talvez tenha.
***
-Você perdeu muito sangue, não é seguro ficar de pé tão cedo.-É necessário. Não vou deixar que nada de ruim aconteça com ela.
-Eu também não.
-Ela põe a mão no rosto dele -Eu sei, mas eu sou a bruxa aqui. -e sorri.
-Ok, mas o que você está procurando? -Ele pergunta vendo ela revirar um baú.
-Meu li... Achei! -Ela tira um livro preto de dentro.
-O que tem nesse livro?
-Feitiços.
-Acho melhor sair daqui.
-Não! Eu vou precisar de você para montar um altar.
-T-Tudo bem.
***
-Assim está bom? -Ele pergunta após terminar de colocar um monte de madeiras sobre a outra.-Sim! -Ela senta de pernas cruzadas em cima do "altar". -Me dê a criança.
-Nossa filha. -Ele diz a entregando.
-Foi o que eu disse. -Ela coloca a criança na sua frente.
-O que você faz agora?
-Digo as palavras.
-Quais palavras?
-Você verá.
Ela fecha os olhos, respira fundo, abre os olhos novamente e começa a ler o livro preto em sua frente.
-Esconda-me no oculto, onde ninguém me descobrirá. Eu não mais voltarei, até finalmente você me achar.
Dizem que a lua ficou vermelha, como sangue e depois daquele dia, ninguém nunca mais ouviu falar de bruxas.
Ela entregou a criança nos braços de seu marido e em seguida caiu fraca.
-Ei! -Ele segura a cabeça dela com uma mão. -Você está bem?
-Estou sim.
-Você perdeu muito sangue.
-Eu te amo.
-Não.
-Não o que?
-Isso não é uma despedida.
-Eu preciso que você cuide muito bem da nossa menina.
-Não, por favor.
-Ela aperta a mão dele. -Você precisa cuidar dela.
-Eu não consigo.
-É claro que consegue... Eu te amo, Ana.
-Esse vai ser o nome dela?
-Sim! Anastácia... Me diz, qual o seu nome?
-E as bruxas?
-Elas não existem mais.
-Gustavo.
-Que nome lindo. -Ela sorri. -Eu te amo muito, Gustavo.
-Eu também te amo muito, Lavínia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ANA
Mystery / Thriller[DEGUSTAÇÃO] O século era XVI, época onde bruxas passeavam floresta a dentro e ninguém se importava, tempo onde bruxas não eram só uma lenda. Porém, dias sombrios vieram, e uma caçada começou, fazendo com que bruxas virassem o que elas sempre temera...