Parte 2 - Séc. XXI - Cap. 7

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-Ana, anda logo! -A mulher de cabelos curtos e ruivos entra no quarto.

-Eu deixei você entrar? -Ana, apelido de Anastasia, que odeia esse nome, aliás, pergunta fazendo careta.

-O nosso voo sai em 30 minutos.

-Peça para ele esperar.

-Eu estou falando sério.

-Eu também.

-Ok, já chega! Anastasia Gussev, se você não estiver no carro nos próximos 5 minutos, você vai ficar aqui sozinha.

-Legal, eu não queria ir mesmo.

-Argh! ANA!

-Ok! Para de ser tão chata! Eu vou estar no carro em 4 minutos e meio, não se preocupe.

-Ótimo, obrigada.

-De nada.

Ela se olha no espelho e solta o cabelo ruivo despenteado.

-Você disse 4 minutos e meio.

-E você disse que nunca se casaria de novo, mas olha nós duas aqui.

-Entra no carro.

-Cadê o padrinho?

-Querida, eu não sei.

-Como assim? Você disse que sairíamos daqui às 15:00?

-Sim, eu disse.

-Liga para ele.

-Ela estende o celular -Liga você. -e entra no carro. -Mas no caminho.

-Não, mãe, por favor.

-Sem discussões.

Quando ambos começam a andar com o carro, um homem alto começa a correr atrás.

-Mãe, para! O padrinho. -Ela desce do carro e corre para abraçar o homem.

-Pensei que iria me esperar.

-Eu tentei, mas a Maitê é muito chata.

-Eu sei disso.

-Eu estou ouvindo vocês dois. -Maitê diz saindo do carro.

-Ele ri. -Eu te amo, garota.

-Eu também te amo, padrinho.

-Vou sentir saudades.

-Também. Queria que pudesse ir comigo, não quero ficar sozinha lá.

-Você não vai. Vai ter sua mãe, a Gigi e seus novos amigos.

-É outro país, com uma língua que eu mal sei falar.

-Vai aprimorando aos poucos.

-E até lá o que faço?! Sinal de fumaça?

-Que tal libras?

-É diferente.

-Então mímica, mas eles vão te entender.

-Ela sorri e o abraça mais uma vez. -Te ligo quando chegar.

-Está bem. Vai logo, antes que sua mãe fique louca.

-Ela já é.

-Ok! Vamos logo.

***

-Aqui tem umas praias bonitas. -Maitê diz, enquanto olha umas fotos em seu celular.

-Hum.

-Você sempre quis morar em um lugar com praias.

-No nosso país.

-Esse é o nosso país, agora.

-Não é mesmo.

-Ok. -Ela bloqueia o celular. -Ana, você tem duas escolhas: "ficar emburrada durante 2 anos e reclamando da vida" ou "você pode dar uma chance para essa nova vida." Pense nos novos amigos, na nova casa e... você vai poder dirigir logo logo.

-Você não entende.

-Não, eu realmente não entendo. É a primeira vez que eu saio do meu país, mas eu realmente não entendo.

-Mas você é velha.

-Velha?! Eu só tenho 32 anos, garota.

-Quase o dobro da minha idade... Mãe, fala sério! Você realmente acha que vou me dar bem aqui?

-Ela suspira. -Eu não sei se eu vou me dar bem aqui, querida, mas precisamos tentar. Ok?

-Tanto faz.

-Eu vou ao banheiro.

-Tá.

***

"-Eles estão vindo.

-Ela é tão linda. -O bebê começa a chorar.

-Ela aperta a mão dele. -Você precisa cuidar dela.

-Eu não consigo.

-É claro que consegue... Eu te amo, Ana.

-Esse vai ser o nome dela?

-Sim! Anastasia.

-Não! -Uma mulher loura grita, enquanto está em uma fogueira.-Ana, me ajuda.

-Você fez por merecer, titia.

-Aaaah!"

***

-Ana? -Maitê a chama e ela dá um pulo da cadeira.

-Desculpa.

-O que foi? Chegamos?

-Não, mas você estava inquieta. Tudo bem?

-Sim... -Ela vira olhando para a janela. -Eu estou bem.

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2020 ⏰

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