-Ana, anda logo! -A mulher de cabelos curtos e ruivos entra no quarto.
-Eu deixei você entrar? -Ana, apelido de Anastasia, que odeia esse nome, aliás, pergunta fazendo careta.
-O nosso voo sai em 30 minutos.
-Peça para ele esperar.
-Eu estou falando sério.
-Eu também.
-Ok, já chega! Anastasia Gussev, se você não estiver no carro nos próximos 5 minutos, você vai ficar aqui sozinha.
-Legal, eu não queria ir mesmo.
-Argh! ANA!
-Ok! Para de ser tão chata! Eu vou estar no carro em 4 minutos e meio, não se preocupe.
-Ótimo, obrigada.
-De nada.
Ela se olha no espelho e solta o cabelo ruivo despenteado.
-Você disse 4 minutos e meio.
-E você disse que nunca se casaria de novo, mas olha nós duas aqui.
-Entra no carro.
-Cadê o padrinho?
-Querida, eu não sei.
-Como assim? Você disse que sairíamos daqui às 15:00?
-Sim, eu disse.
-Liga para ele.
-Ela estende o celular -Liga você. -e entra no carro. -Mas no caminho.
-Não, mãe, por favor.
-Sem discussões.
Quando ambos começam a andar com o carro, um homem alto começa a correr atrás.
-Mãe, para! O padrinho. -Ela desce do carro e corre para abraçar o homem.
-Pensei que iria me esperar.
-Eu tentei, mas a Maitê é muito chata.
-Eu sei disso.
-Eu estou ouvindo vocês dois. -Maitê diz saindo do carro.
-Ele ri. -Eu te amo, garota.
-Eu também te amo, padrinho.
-Vou sentir saudades.
-Também. Queria que pudesse ir comigo, não quero ficar sozinha lá.
-Você não vai. Vai ter sua mãe, a Gigi e seus novos amigos.
-É outro país, com uma língua que eu mal sei falar.
-Vai aprimorando aos poucos.
-E até lá o que faço?! Sinal de fumaça?
-Que tal libras?
-É diferente.
-Então mímica, mas eles vão te entender.
-Ela sorri e o abraça mais uma vez. -Te ligo quando chegar.
-Está bem. Vai logo, antes que sua mãe fique louca.
-Ela já é.
-Ok! Vamos logo.
***
-Aqui tem umas praias bonitas. -Maitê diz, enquanto olha umas fotos em seu celular.
-Hum.
-Você sempre quis morar em um lugar com praias.
-No nosso país.
-Esse é o nosso país, agora.
-Não é mesmo.
-Ok. -Ela bloqueia o celular. -Ana, você tem duas escolhas: "ficar emburrada durante 2 anos e reclamando da vida" ou "você pode dar uma chance para essa nova vida." Pense nos novos amigos, na nova casa e... você vai poder dirigir logo logo.
-Você não entende.
-Não, eu realmente não entendo. É a primeira vez que eu saio do meu país, mas eu realmente não entendo.
-Mas você é velha.
-Velha?! Eu só tenho 32 anos, garota.
-Quase o dobro da minha idade... Mãe, fala sério! Você realmente acha que vou me dar bem aqui?
-Ela suspira. -Eu não sei se eu vou me dar bem aqui, querida, mas precisamos tentar. Ok?
-Tanto faz.
-Eu vou ao banheiro.
-Tá.
***
"-Eles estão vindo.
-Ela é tão linda. -O bebê começa a chorar.
-Ela aperta a mão dele. -Você precisa cuidar dela.
-Eu não consigo.
-É claro que consegue... Eu te amo, Ana.
-Esse vai ser o nome dela?
-Sim! Anastasia.
-Não! -Uma mulher loura grita, enquanto está em uma fogueira.-Ana, me ajuda.
-Você fez por merecer, titia.
-Aaaah!"
***
-Ana? -Maitê a chama e ela dá um pulo da cadeira.
-Desculpa.
-O que foi? Chegamos?
-Não, mas você estava inquieta. Tudo bem?
-Sim... -Ela vira olhando para a janela. -Eu estou bem.
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ANA
Mystery / Thriller[DEGUSTAÇÃO] O século era XVI, época onde bruxas passeavam floresta a dentro e ninguém se importava, tempo onde bruxas não eram só uma lenda. Porém, dias sombrios vieram, e uma caçada começou, fazendo com que bruxas virassem o que elas sempre temera...