Murilo procura Minerva e ela conta tudo sobre Olívia

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Murilo fica de plantão do lado de fora do prédio da Olívia e quando ela sai, ele entra,  se mistura com umas pessoas que vão pegar o elevador e o porteiro não o vê. Ele vai até ao apartamento de Olívia. 

Murilo toca a campanhia e a babá Minerva abre.

- Quem é você? 

A moça que ajuda Minerva em casa, Vera, aparece.

- Quem é dona Minerva?

- Eu não sei. O porteiro não avisou que vinha gente aqui.

- Desculpa senhora, eu entrei escondido, eu preciso falar com a senhora e é urgente, não me mande embora.

- Não, não vou mandar, mas quem é o senhor? - Pergunta Minerva.

- Eu sou o professor de espanhol da Olívia e gostaria de fazer algumas perguntas sobre ela.

- Olha, eu não tenho nada pra falar dela não.

- Meu filho Vitor esteve aqui alguns dias atrás, ela colocou meu filho contra mim, ele sumiu e eu preciso de sua ajuda.

- Ok, pode entrar. Mas tem que ser breve tô arrumando minhas coisas pra ir viajar, vou pra Minas amanhã cedo pro enterro da minha prima.

- Tudo bem, serei breve.

- Dona Minerva a senhora deseja que eu fique aqui com a senhora? - Pergunta Vera.

- Não Vera, quero só que você me ajude junto com o professor a me colocar sentada na poltrona.

- Tudo bem.

Murilo e Vera colocam Minerva na poltrona, Murilo senta na poltrona ao lado e Vera vai pra cozinha.

- O que a Olívia andou aprontando?

- A senhora é o que dela?

- Eu sou babá. Quer dizer, eu fui babá.

- Bom, tudo começou quando eu cheguei na Escola Falando Em Línguas e comecei a dar aula. A Olívia pegou uma obsessão por mim que não pára mais. Ela já disse até que eu abusei dela, mas eu não abusei. Infelizmente, ela me seduziu e eu como sou homem e achar ela super atraente, me envolvi com ela. Mas foi só uma coisa de carne, tesão e nada mais além disso. Agora ela não sai mais do pé e tá usando meu filho contra mim, meu filho está apaixonado por ela.  Conversa com ela, pede pra ela deixar eu e meu filho em paz. Eu só quero voltar ser um professor, ser pai e ter minha vida pacata de sempre.

- Olha, qual seu nome mesmo?

- Murilo.

- Professor Murilo, não vai adiantar nada eu falar com Olívia, ela não me ouve e não ouve mais ninguém. Infelizmente, essa linda menina sofre de um transtorno obsessivo, ela não aceita ouvir um não de ninguém, não aceita ser rejeitada. Já se tratou com os melhores médicos, mas ela pára de tomar os remédios no meio do caminho. Já se apaixonou por um psiquiatra e quase fez da vida dele um inferno. Ainda bem que ele casou e foi embora do Rio. 

- Fora esse médico, ela já perseguiu algum professor antes de mim?

- Eu digo com aperto no coração, mas ela ficou obcecada pelo professor de inglês lá em Jacarepaguá, na escola de Idiomas Bil Clinton. Esse ela infernizou tanto que o homem perdeu esposa e filha. O homem teve que sair do país para se livrar dela e a esposa dele e a filha nunca mais ouvi falar. Na época Olívia tinha 18 anos.

- Por que ela é assim? O que aconteceu com os pais dela?

- Os pais dela eram alcoolatras e morreram num acidente de carro quando ela tinha 15 anos. E eu como sempre criei essa menina continuei criando. Fui morar no apartamento luxuoso do Recreio com ela, eu e meu marido marinheiro. Aos 16 anos, Olivia começou a apresentar esses transtornos, não aceita que ninguém contrarie ela, quando é contrariada, ela agride. Como eu disse antes ela começou a se tratar nos melhores médicos. Quando melhorou um pouquinho foi pra farra, beber e se drogar, meu marido e eu começamos a dar duro nela. Ela não gostou muito, meses depois meu marido morreu de infarto e ficamos só eu e ela.

- Imagino a senhora cadeirante tendo que cuidar dela com esses problemas.

- Pois é, eu sofri o acidente junto com os pais da Olívia, eu fui a única que sobrevivi e fiquei assim. Quando meu marido marinheiro morreu, Olivia começou a beber mais, e jogar. O dinheiro da herança dos pais acabou rápido, ela não investiu em nada. A empresa que a mãe tinha, Olivia vendeu e gastou o dinheiro em jogos e mais jogos. E hoje quem sustenta a Olivia sou eu com minha aposentadoria e a pensão do meu marinheiro. 

- Você conheceu meu filho Vitor que esteve aqui?

- Claro, um rapaz muito educado e ele está numa casa minha dentro da comunidade, mas pode ficar tranquilo que lá é pacificado.

- A senhora poderia me passar o endereço? Eu preciso muito ver meu filho.

- Claro, anota aí no seu celular.

Minerva passa o endereço e Murilo vai até a comunidade atrás do filho.

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