Meu despertador toca 6 horas da manhã como sempre. Me levanto sem esforço e começo minha rotina
Escovo os dentes, lavo o rosto, passo protetor solar, troco de roupas de dormir para uma de treino e coloco uma muda de roupa limpa na bolsa para trocar mais tarde
—Bom dia, Taylor—Minha vizinha, senhora Golder, sempre falava comigo antes de sair, as vezes achava que ela espera por mim
—Bom dia, senhora
—Tome cuidado na rua, menina
—Pode deixar—Aceno para ela e vou em direção a minha padaria preferida com os melhores croissant do mundo
Devoro dois com um copo de suco de laranja e me sinto pronta para ir treinar, mas sempre acabo comprando mais dois, porque eu sempre término o treino morta de fome
Entro no ônibus vazio, sento no fundo e coloco meu capuz e meus fones de ouvido e observo o dia começar a todo vapor do lado de fora das janelas
Leva 15 minutos mas chego na delegacia, entro no saguão e cumprimento as recepcionistas Jena e Sindy
Entro no elevador e aperto o botão da academia e quando as portas estavam para se fechar vejo Samanta vindo correndo
—Espera!—Ela grita no meio do saguão e paro o elevador
Ela entra e logo poe as mãos no joelho e arfa tentando recuperar o fôlego
—O...Obri...ga...do
—Tudo bem?
—Si...Simmm—Ela se endireita e abana seu rosto que estava corado—Nossa...—Ela tira uma garrafa de sua bolsa de treino e bebe o que me parece, metade da garrafa—Bem melhor—Ela limpa a boca com o dorso da mão
As portas se abrem para a academia e por sorte ainda não tinha muita gente, vou para o vestiário para deixar minhas coisas
—Taylor?—Olho para Samanta com a sobrancelha erguida, ela quase não me chamava pelo nome—Eu acho que precisamos conversar—Ela estava seria
—Sobre?—Me encostó no armário e a encaro esperando que ela falasse
—Eu sei sobre o caso da sua mãe—Reviro os olhos, eu não queria ouvir isso, já bastava Quin ontem
—Não estou afim, Samanta—Falo pegando minha bandagem e minha garrafa
—Sério, Tayor—Ela me segura pelo braço e me para—Eu estudei esse caso do Brasil, foi um dos primeiros casos que me deram para avaliar
—E?
—Você não sabe aonde está se metendo, sabe?—Ela me olha como se eu fosse louca
—E você sabe?—Cruzo meus braços e passa a mão pelo rosto de forma frustrada
—Eu tenho uma noção, mas não sei muito, meus recursos no Brasil não eram o suficiente para obter informações internas daqui, no entanto, o que eu sei é que essa pessoa está bem acima de nós, você não faz ideia do que mexer nesse caso pode fazer com a gente, Taylor
—Eu sei exatamente o que esse caso pode fazer comigo se eu não resolver ele e deixar todas as famílias que perderam suas filhas sem justiça... Eu não vou desistir de derrubar quem quer que for sem lutar—Ela comprime seus lábios, mas quando ela volta a me olhar vejo um brilho neles
—Eu sabia que você diria isso...—Ela me da um pequeno sorriso—Te conheço a pouco tempo, no entanto, as vezes parece que crescemos juntas. Em fim, eu vou te ajudar, não importa no perigo que eu possa me meter, afinal, você é minha parceira e devemos ficar unidas, não?—Ela me estende a mão e parece que estou vendo Samanta pela primeira vez
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