Capítulo 1

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Hawkins

Alinta tinha chegado em Hawkins há cerca de três dias. Ela passou a morar com Jack, um dos colaboradores do Dr. Brenner, que estava temporariamente afastado e agora tinha retornado com a missão de mantê-la segura, coletar informações e informar Brenner.

Embora Alinta tenha explorado a cidade nos últimos dias, não detectou nada de anormal até o momento. Apenas enfrentava sonhos perturbadores com ratos, despertando-a assustada. Talvez fosse apenas seu trauma ou simples pesadelos que já eram familiares para ela.

Eram 16:00, e Alinta estava em seu quarto, fazendo anotações sobre o que havia observado na cidade. No entanto, basicamente, nada de significativo havia acontecido. Ela não tinha ido ao shopping, local para o qual Brenner a direcionara, pois precisava desfazer as malas e ajudar Jack com algumas tarefas domésticas.

Duas batidas na porta foram seguidas pela entrada de Jack.

- Senhorita Alinta - Jack chamou do lado de fora, e Alinta abriu a porta usando seus "poderes".

- Pode me chamar de Alinta ou Ali, Jack - ela respondeu, soltando a caneta e encarando-o.

- Eu preciso ir ao centro comprar algumas coisas, e o senhor Brenner disse para a senhorita começar a se organizar e procurar os russos.

- Certo, vou começar pelo shopping, como ele disse. Talvez lá eu ache algo.

- Lembre-se do que ele falou, Alinta. Faça amigos e tente ser o mais natural possível - disse Jack com um sorriso.

- Vou fazer isso. Desço em 10 minutos, pode ser? - perguntou ela, levantando-se da cadeira.

- Pode sim. Vou esperar lá embaixo para te levar - Jack fechou a porta, e Alinta começou a procurar por uma roupa mais adolescente, mas ainda normal. Optou por uma calça jeans, blusa preta de manga curta e um tênis, complementando com um casaco jeans da cor da calça. Amarrou o cabelo, e estava pronta.

Alinta desceu as escadas, ouviu um barulho na cozinha e encontrou Jack organizando algumas ferramentas.

- Quer ajuda? - ofereceu Alinta.

- Não precisa, já está tudo guardado - disse ele, colocando o martelo numa caixa e fechando-a. - Vamos?

- Vamos - respondeu a garota, seguindo-o até a porta. Entraram no carro, e Jack deu partida.

- Você vai conseguir fazer tudo sozinha? Quer ajuda em algo?

- Pode ficar tranquilo, eu me viro.

- Certeza?

- Sim, é só eu tentar descobrir se tem algum Russo tramando no shopping... sério? No shopping? Que besteira? Eu não vou encontrar nada lá, e isso é um fato.

- Você talvez ache alguma coisa... ou talvez não ache nada... Brenner falou que poderia ser uma pista falsa, talvez seja ou talvez não.

- Só esperar para ver - disse Alinta, ficando em silêncio durante o resto do caminho, observando a estrada até chegarem ao shopping e esperando algo a guiar até os russos.

Na verdade, Alinta tinha sangue russo e era designada para matar russos. Era uma situação estranha para ela, mas não se importava. Não tinha um forte vínculo com suas origens. Para ela, era como se não importasse de onde viesse; era apenas uma máquina que devia obedecer aos comandos, ou seu pescoço explodiria.

- Chegamos - disse Jack sorrindo. Ele era muito carismático, fazendo Alinta se sentir uma pessoa normal. Era como se um pai estivesse levando sua filha ao shopping para tomar sorvete e assistir a um filme, mas Jack não era seu pai. Ele a estava deixando lá para encontrar russos e, no final, matar cada um deles. - Ache alguma resposta até as 20:00, certo? Estarei aqui nesse horário.

- Certo, vejo você mais tarde - disse a garota, saindo do carro em direção à entrada do shopping.

A multidão a deixava nervosa, mas ela só precisava encontrar uma pista sobre os russos. Aquilo não seria fácil.





**Quebra de tempo**





Alinta procurou por lugares, qualquer coisa que a levasse aos russos, mas nada. Em um segundo de distração, ela sentiu alguém esbarrar nela.

- Ei, garota - disse uma menina de cerca de 10 anos, acompanhada de outra da mesma idade. - Você acabou de derrubar meu sorvete.

- Problema é seu. Olhe por onde anda primeiro e depois venha me culpar por seus erros - respondeu Alinta, séria.

- Pois bem, senhoritas certinhas, você vai me pagar um novo sorvete - disse a outra menina.

- Me leve ao lugar onde vende esse sorvete que eu compro, e você some da minha frente.

- Hm, vamos - a garota levou Alinta até o local, e a ruiva revirou os olhos, entrando no estabelecimento onde algumas pessoas estavam sentadas, tomando sorvete e conversando. Ela foi direto para o caixa, onde uma garota de cabelos curtos escrevia algo em uma caderneta e ouvia música com fones de ouvido. - Licença?

- Ah, oi - a garota pulou do balcão. - O que deseja?

- Sorvete de chocolate e morango na casquinha.

- Certo... já preparo para você - disse ela, um pouco enrolada, enquanto fazia o sorvete e repetia algo que Alinta tentava ouvir. Em russo. Uma ótima oportunidade para Alinta se envolver.

- Gato prateado?-Alinta fala e a garota na sua frente a encara

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001 / Steve Harrington Onde histórias criam vida. Descubra agora