A Sombra de Um Sentimento - 03

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Rayan

Um legado pode ter família? Ele pode
receber carinho? Amor? Afeto? Pode se apaixonar? Ter filhos? Eu acho que sei a resposta para todas essas perguntas.

"Não"

Não importa o quanto a vida seja injusta, não podemos fazer nada para muda-la. Amon deixou um legado terrível para seus descendentes, quem diria que um pacto o tornaria em um demônio? Mas Amon foi o primeiro de muitos. Abstael, foi o segundo mais famoso, um dominador de sombras incrível, porém, como legado de um demônio, ele foi fadado a viver como um criminoso, fugindo sempre. Em pouco tempo ele sucumbiu ao mal, se juntou aos Invasores de Terras, e juntos começaram os ataques a algumas pequenas províncias no País da Água. Mas quem poderia o culpar? Talvez ele estivesse tão cansado quanto eu, porém ele se deixou ser vencido.

Durante muitos anos de minha vida eu acreditei que tudo o que diziam ao meu respeito estava errado, eu não era o monstro que todos diziam que eu era, mas eu era tão inocente que ainda acreditava que um dia poderia ser adotado. Como todos sabem, o tempo pode ser cruel. No início da puberdade eu desacreditei nisso, iria seguir a vida daqui para frente apenas para me proteger, e cuidando apenas de mim e de minha fiel companheira, Gabriella. Ela me mudou bastante, ela me fez acreditar que um dia possamos mudar o mundo, porém ela morreu, só que o seu legado não acaba aqui, pois eu irei levar sua ideologia para frente, vou honrar sua memória e vou mudar o mundo!

-Não se esqueça de se alimentar bem! - sua doce voz rompeu meus pensamentos, me trazendo ao mundo real.

-Hã? - pisquei os olhos duas vezes seguidas e me virei para ela.

-Seu plano de mudar o mundo, não vai conseguir completar se não estiver se alimentando bem - ela sorriu tombando a cabeça para o lado. Minha mãe, Elizabeth Langdon.

Não mãe de sangue, ela me acolheu desde aquele dia, o dia em que, bom. Ela me levou para sua casa, e me criou como seu filho, o que seria uma atitude contestável, imagine levar um estranho para sua casa, e cria-lo como filho, qualquer um a chamaria de louca, mas eu a chamo de mãe.

-Certo, mãe - dei uma rizada baixa comendo um pedaço de maçã - Pronto!

-Você não existe. Seu pai pediu para ajudar na floricultura hoje.

-Mas hoje eu tenho treino com a Jess, não vai dar, mãe - disse me levantando e indo sorrateiramente ate a porta - Eu preciso treinar para conseguir chegar na academia.

-Não vem com essa desculpa de novo! Você ja escapou várias vezes de ajudar seu pai.

-Foi mal - abri a porta e saí deixando apenas uma mão para dentro. Acenei e disse alto - Eu te amo!

Sai de casa rindo. Corri pela pequena estrada ate chegar a floricultura de meu pai, e ao chegar observei por uma janela, Higor Langdon, meu pai. Ele era um homem forte, alto e de pele bronzeada devido aos anos de trabalho em pescaria. Tinha olhos profundos e verdes como o mar, cabelos curtos e negros. Em seu rosto algumas marcas eram visíveis, dizendo ele, elas tinham algumas histórias fantásticas que não cabia a ele explicar agora.

-Você concentra - ele começou a falar. De primeira não pude ver com quem ele falava. Logo ele continuou -Aproxima as mãos, e concentra toda a sua energia, e apenas vá - ele fez como havia instruído, e entre suas mãos uma esfera de energia azul começou a brilhar, logo ele jogou aquela esfera para o ar e ela estourou jogando água para todos os lados, regando várias plantas próximas.

-Certo! - ela disse, chamando minha atenção para outro ponto da estufa. Uma garotinha de longos cabelos loiros estava la, ela seguiu as instruções, e de modo mais lento repetiu fazendo o mesmo que meu pai. Água voou para todos os lados.

O Que SintoOnde histórias criam vida. Descubra agora