Como se Salva uma Princesa? - 04

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Meu caminho ate o vilarejo não fora nada conturbado, o que era desanimador. Claro que estar em segurança era bom, mas nenhum combate no caminho? Nenhum ladrão querendo me interceptar?

Ao cair da noite já pude ver as luzes das tochas que iluminavam uma pequena trilha entre as árvores ate o vilarejo que se estendia a minha frente. Suspirei cobrindo minha cabeça com um capuz para que nenhum dos moradores me vissem, pois alguns ali já haviam testemunhado o uso de minhas habilidades. Ao chegar em uma estufa amarrei as rédeas de meu cavalo em uma pequena tora de madeira cravada ao chão, e logo em seguida tirei meu capuz entrando pela porta da frente.

-Senhor Langdon, finalmente veio. A terra que seu pai me pediu chegou a quinze dias, ainda bem que veio hoje, pois a energia residente nelas poderia acabar se demorasse mais - Danas, o vendedor da loja saiu de trás de sua pequena bancada e veio me cumprimentar.

-Por isso que meu pai me mandou hoje, ele temia que isso fosse acontecer.

-Seu pai é um homem sábio... - Ele parou por alguns segundos e ficou me olhando como se estivesse encantado com algo, e então ele disse - Isso em suas costas... como pode? - ele pegou uma pequena lente que estava envolta em um metal dourado muito parecido com ouro. Ele olhou para o cabo de minha espada que estava em sua bainha que ficava nas minhas costas, ele se aproximou sacando a espada um pouco para que pudesse ver um pequeno pedaço da lâmina - Isso é metal negro. Como você conseguiu essa espada? não importa, se livre dela, esse metal maldito é capaz ate de matar seu usuário se ele não for um dominante das trevas.

-Metal negro? O que é isso? - Me afastei dele colocando a mão sobre o cabo da mesma.

-Metal negro é um tipo de metal produzido pela dimensão sombria, lugar que só um dominante das trevas pode acessar. Ao longo dos anos quando Amon enfrentava inimigos ele espalhava vários desses metais pelo mundo, mas nenhum deles pode ser usado por ninguém, as armas produzidas desse metal "lutavam" contra quem as possuía, isso as fez com que o país da Água fosse responsabilizado por algumas mortes, das pessoas que tentavam usar esse metal. Todos os fragmentos foram recolhidos pelo mundo e foram destruídos. Agora, se livre dessa arma, garoto.

-Certo... okay. Acho que já vou indo, me entregue a terra e aqui está o pagamento - Deixei sobre a bancada do homem uma sacola com o dinheiro para o pagamento.

-Tudo bem, um minuto senhor Langdon.

Assim que ele saiu de la eu desembainhei a espada vendo sua extensão, ela não era grande, e sua largura a fazia parecer bem mais pesada do que de fato ela era. Passei meus dedos pelas runas que estavam desenhadas em ambos os lados de sua parte chata, elas tinham um pequeno relevo, e ao toque de meus dedo elas começavam a brilhar em um roxo escuro. Suspirei e voltei a embainhar a espada esperando que o homem voltasse.

-Aqui está, terra adubada com energia, para manter sua magia contida eu tive de bordar essa sacola usando minha própria energia. Eu poderia cobrar mais caro por isso, mas como havia negociado um preço anteriormente com seu pai, vou manter o preço. Quer que eu leve pra você até o cavalo?

-Não precisa, eu consigo levar eu mesmo, e obrigado por não aumentar o preço. Tenha uma boa noite - Por de baixo das mangas de minha camisa eu manipulei as sombras para que elas se espalhassem de meu braço por meu ombro, ate minhas pernas, para me fornecer apoio necessário. Logo eu peguei aquele enorme saco de terra e o coloquei sobre meu ombro. Seu tamanho o fazia parecer extremamente pesado, porém com o apoio das sombras ele não estava tão pesado - Obrigado pelo serviço.

-De nada e volte sempre, garoto.

Saindo de seu estabelecimento eu fiz a mim mesmo um favor cobrindo minha cabeça novamente com o capuz, olhei para os lados e desamarrei as rédeas do cavalo do toco e fui caminhando e o guiando ate uma pousada que tinha um pequeno estábulo. Caminhei em passos lentos ate o mesmo, deixando meu cavalo em um pequeno alojamento. Saí de la entrando na pousada. Ao entrar meus ouvidos se atentaram, pois uma conversa chamou minha atenção. Naquele instante deixei uma pequena bola negra cair por minha mão livre. Paguei por uma noite para mim e minha montaria e logo segui para o quarto.

O Que SintoOnde histórias criam vida. Descubra agora