HARU | Jin [BTS] ABO

9 • Omnia tempus habent

- Desculpe, Bora-ah. - O ômega mantinha as mãos unidas próximas do pescoço, enquanto respirava com dificuldade, parecia sentir dor. Seu rosto estava vermelho como um tomate e ele olhava para todos os lados, menos para ela. - E-eu não... eu... é que... - Nao conseguia falar e suspirou, frustrado.

Bora compreendeu o ômega, estavam indo rápido demais. Não que Jin fosse um frouxo, mas provavelmente havia valores e não queria ter a sua primeira relação com uma alfa assim, no sofá da casa dela. Ficou o admirando, vendo como cada gota de suor ficava disposta em sua testa, como sua boca estava vermelha de tanto beijá-la, seu pescoço largo com pintinhas, seu peitoral definido. Definitivamente Jin era uma obra de arte, pensou.

- Tá tudo bem, Jin-ah. - Bora se inclinou e deitou sobre ele, apoiando a cabeça no ombro direito do ômega. - Eu que sou uma apressada e gulosa.

Jin suspirou. - Mas é que... Aish... - Suspirou novamente, mas frustrado.

- Não precisa se desculpar, eu entendo. - Ela virou a cabeça para cima, o encarando. Deixou um selar na mandíbula dele e se levantou, colocando a blusa novamente no corpo. - Minha hora vai chegar. - Pegou a blusa do ômega e a alcançou para ele. - E quando chegar, quem me tirar de cima de você vai ser coroado o novo Rei Arthur. - Sorriu safada, fazendo Jin ficar mais vermelho que já estava.

- Sua boba. - O ômega se levantou também e foi para a cozinha verificar as panelas.

A alfa se distraiu arrumando a mesa para os dois e era observada pelo ômega, que mantinha os braços cruzados e um sorrisinho nos lábios. Jin mal acreditava que o destino havia colocado a alfa mais linda no seu caminho. Tinha medo de acordar do sonho, em sua cama, sozinho e carente.

Quando Bora terminou de arrumar os talheres, olhou para Jin e o pegou lhe observando. - Aish, não fica me olhando. - Murmurou tímida.

- A comida tá pronta. - Jin pegou a travessa com macarrão e colocou sobre a mesa, voltou e pegou os outros ingredientes, deixando a alfa de queixo caído.

Sentaram à mesa e Jin começou a servir ambos. - Massa com coq au vin. - Servia a massa para ambos e depois colocou o frango com o molho. - Tinha uma garrafa de vinho aberta na tua geladeira. - Olhou para ela com os olhos semicerrados. - Sua pinguça.

Quando Bora iria abrir a boca para protestar sobre a garrafa, escutaram um estrondo na rua e as luzes do apartamento piscaram até se pagarem por completo.

- Tem vela? - Jin comentou e Bora sentiu ele pegando em sua mão. - Bora?

- Que clichê... - Ela se levantou rindo, tateando até a gaveta da cozinha onde ficava as velas, as encontrando. - Vai ser jantar à luz de velas? Já posso riscar da minha lista de momentos clichês para passar antes de morrer.

Comeram até não sobrar nada na panela, rindo e conversando sobre ambos, se conhecendo pouco à pouco.

- Eu tenho que ir. - Jin terminava de colocar a louça suja na máquina de lavar-louça.

Bora fez um bico com os lábios, chateada. Se aproximou do ômega e passou os braços pela cintura dele, enfiando o nariz no peito e aspirando o cheiro inebriante de morango. - Morango é minha fruta favorita.

- Meu avô tinha uma árvore de sândalo no pátio dele, quando eu era pequeno sempre deitava embaixo e ficava sentindo o cheiro das florzinhas. - Jin apoiava a cabeça nos cabelos dela, sentindo o cheiro do shampoo que ela usava misturado com sândalo e canela. - Canela, amo o gosto. - Desceu o rosto até o pescoço dela e deu um beijo, fazendo movimentos circulares com a língua. - Maravilhosa.

Bora sentia arrepio até o último fio dos cabelos. - Vai logo antes que eu te morda. - O empurrou até a porta, a abrindo. - Quando chegar em casa, me manda uma mensagem. - Olhou para o corredor escuro. - Espera, vou descer contigo.