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Lua🌛

Tô no recreio comendo sozinha mermo porquê só tem mandada aqui. Melhor sozinha que mal acompanhada.

Maas, como o inimigo é atrevido, logo eu tenho meu sossego roubado de mim...

Júliana: Alá, se não é a nojenta metida a princesinha da favela.- chega com as putinhas dela cruzando os braço e eu cruzo as perna toda trabalhada na calma.

Se eu tivesse com fome, eu até me daria ao trabalho de voar no pescoço dela, mas meu buchin tá chei, então...

Mó paixxx!

Lua: Tá, mas e a marmita? Vem com farofa? - olho com deboche e tomo meu suco devagar.

Juliana: tá me chamando de marmita? - chega perto com olhos cerrados e eu rio.

Ora ora, temos um Cheroki Romer aqui em...

Lua: se a carapuça serviu.- dou de ombros fechando a garrafinha.

Júliana: tá se achando muito, piranha.- debocha.

Lua: eu posso, gata.- sorrio calma jogando o cabelo pra trás e ela respira fundo.

Júliana: tá querendo levar na cara, né? - fala ameaçadora e eu rio.

Lua: E quem vai dar?..- levanto a olhando nos olhos.

Júliana: tu que não se garante numa briga comigo.- rio debochada.

Lua: quer apostar? - olho nos seus olhos.

Juliana: na hora da saída, vagabunda.- acinto e ela se afasta.

Lua: De acordo, Piranha.- falo ameaçando também e elas saem com cara de deboche.

Ah minha santa Valeska Poposuda, dai-me paciência.

Achando que pode comigo, alá.

Logo eu que tô doida pra arrancar essa progressiva mal feita dela na mão.

Ela que me aguarde.
.
.
.
3 horas depois...

Saio naquele sol do carálho e ponho o livro na testa por conta do sol.

Tadinha da minha cutis de nenem nesse calor...

Porran, Rio de Janeiro ainda pega fogo um dia desses...

Concentrada no sol, eu até esqueço da rapariga lá, mas logo o diabo vem pra acertar as contas...

Júliana: ei, piranha! - continuo andando.- ei, Luara! - paro e olho pra ela.

Hm, isso mermo, educação quando fala comigo, vaca.

Lua: oi, lindona.- debocho indo pra perto dela.

Júliana: tu não disse que se garante? Quero ver agora.- debocha pondo as mãos na cintura.

Ah meu Deus, é cada carrapato com tosse.

Lua: vem, ué. Ta esperando um tapete vermelho, piranha?- dou de ombros sorrindo e ela bufa tirando o tamanco brega dela.

Parece um toro de melissa, alá.

Ela vem pra cima de mim mas eu já dou um tapão na cara dela com toda força do meu bracin de grilo fazendo ela cambalear pra trás com a mão na cara e eu bocejo.

Esperava mais...

Juliana: vagabunda! - fala com ódio e vem de novo na minha direção.

É, num sabe brigar mas tem persistência a menina. Continua assim que um dia tua ainda dá um murro no meu joelho, vaca.

Já dou logo um murrão no nariz dela e ela logo cai. Monto nela e dou mais um tapa com força pra situar e ela ja fica mole.

Lua: isso é por todo deboche comigo.- dou um murro e, por eu estar de anel, corta a bochecha dela.- E isso é pra você aprender a nunca mais me provocar, sua marmita de bandido.- dou outro murro e ela apaga fazendo todos gritarem ao redor.

Carai, deu nem pra esquentar. Que bela bosta!

Levanto fazendo um coque no meu cabelo enquanto olho em volta e vejo que tem um monte de gente olhando.

Ah meu Deus.

Lua: que foi? Perderam o cú na minha cara? - debocho e pego minha mochila do chão andando pra ir pra casa.

Aff, mó fome. As coxinha do recreio deu pra quase nada...

Minhas lombriga tá se roendo aqui.

Quando atravesso a rua, escuto um assovio e franzo a sobrancelha me perguntando se é comigo.

Olho pro lado e vejo themônio, vulgo: Yuri. Encostado em sua moto me olhando.

Aff, mentira.

Gente, num era só pra vir deixar? Quê que esse estagiário de capeta tá fazendo aqui, viado?

Ah, foda-se. Vou fingir que nem vi.

Volto á andar mais uns dois minutos, depois vejo uma moto parar em minha frente me assustando.

Lua: que susto, caralho! - ponho a mão no peito e ele revira os olhos.

Yuri: bora, sobe logo! - fala sério e seco como sempre.

Ah meu Deus, ta se achando demais não, mona?

Mandando em mim do nada. Putaria da porra.

Lua: por quê tu é assim, em? - ponho as mãos na cintura decidida a gastar meu tempo pra descobrir como ele se aprimorou até chegar a esse nivel de filha da puta.

Yuri: assim como? - olha pra mim serio novamente mas sem a marra de sempre e eu estalo a lingua.

Lua: sério, chato, sem expressão..- gesticulo calma e ele dá de ombros.

Yuri: eu sou assim, porra.- diz sério.- E sobe nessa porra logo que eu tenho hora pra tá na boca. Num sou pago pra ser moto taxi de ninguém não.- manda sem paciência e eu respiro fundo cansada de tentar discutir com esse chato toda vez.

Lua: só vou porquê tá muito quente.- debocho ajeitando minhas pulseiras e ele cerra os olhos.

Reviro os olhos e subo na moto sentindo o estofado quente queimar o couro do meu rabo até a sétima camada do inferno.

Puta merda, custava ter me esperado em baixo de uma árvore? Sifudê.

Me distraio com a dor não percebendo ele acelerar e num ato involuntário, eu o agarro.

Na hora ele para a moto rapido, sua respiração fica acelerada e ele se arrepia me fazendo perceber o meu gesto e me afastar.

Eita, parece que eu fiz uma coisa agoniante pra ele...mas eu só o toquei.

Quando o solto ele respira fundo e volta a ligar a moto.

Yuri: Da próxima, segura direito e presta atenção.- sussurra serio e acelera novamente, mas dessa vez eu já tava segurando no ferrinho de trás.

Porra, não me canso de me surpreender com a estranhice desse cara.
.
.
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....

Ele para na minha casa e eu desço arrumando a juba me lembrando do ocorrido.

Não gosto dele, mas se por algum motivo isso é desconfortável pra ele, minha obrigação é pedir desculpa.

Lua: desculpa, foi sem querer, de verdade.- falo seria e ele ajeita o boné parecendo se incomodar com a citação.

Ih.

Yuri: De boa.- fala inquieto e sai na moto rapidão.

Reviro os olhos ja me arrependendo de ter me desculpado.

Idiota do caralho.

Ele sempre é assim...de poucas palavras...e cara de cu.

Mas foda-se, já tô acostumada mermo.

Falo com os meninos e entro em casa quase correndo.

Mó fome! Necessito COMIDITA EN MI BUCHITO JÁ!

A Problemática Da Rocinha Onde histórias criam vida. Descubra agora