A Problemática Da Rocinha

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VOTA, CARÁLHO!

(Boa leitura🌹)

Alê🐝

Bom, faz uma semana que eu tô deitada nessa cama sem poder ir pra canto nenhum.

Só pro banheiro, e é com a Lya.

Cara, é orrível não poder nem dar um passo sem ter alguém por  perto só pra dizer "Doida, volta pra cama, mermã. Olha a menina." E essa pêssoa se chama Lya.

Ô Deus...

Mas, tudo pela minha filha.

Cara, tá muito difícil as coisas pra mim.

Eu era uma patricinha, morava na zona sul, tinha tudo que é luxo, e principalmente, tinha meus pais que eu tanto amo me dando carinho.

Mas agora eu não tenho mais eles...

E tenho as palavras duras que eles me disseram, ainda martelando em minha mente...

Isso me deixa muito triste. Mas tem coisas que me deixam um pouco mais feliz.

Tipo, eu tô numa casa marávilhosa, com pêssoas mais maravilhosas ainda, e sendo tratada muito bem.

Até pelo seu Lucas, acredita?

Quer dizer, bem, bem, ele não me trata, ainda me olha torto e as vezes me dá uns trancas. Mas tá mais interessado na nossa filha.

Eu diria até bem mais interessado.

Teve até um dia que eu até me emocionei um pouco. Foi o dia que ele chegou de umas 3 da manhã e veio pro meu quarto. Ele achou q eu tava dormindo, mas eu não tava.

A Gabi fica chutando toda hora, principalmente de noite, então eu quase não durmo a noite.

Mas ele não sabe disso...

Então, ele entrou no meu quarto e se ajoelhou no chão perto da minha cama...

Flashback...

Lucas: Eaê, menor?...- sussurra contra minha barriga.- Quando tu vai dar as cara aqui, pô? Porra, tô quereno saber como é tua cara de joelho.- sussurra meio impaciente.

Meu Deus...será que eu tô sonhando?

Ele tá mesmo dizendo essas coisas pra filha dele que ele tanto desprezou, e até 10 horas atrás ele desprezava?

Meu Deus, será que esse ogro tá mudando?

Por favor, tomára.

Ele levanta um pouco a mão pra tocar na minha barriga, e eu até me arrepiei em pensar nele tocando em mim denovo, mas ele suspira e abaixa a mão.

Porra...

Lucas: Aê, foi mal aí pelas merda que eu disse com tu e com a vagabun...com a tua mãe.- se corrige e eu reviro os olhos.- É que tu num era oq eu tava planejano, tá ligada? Mas tu é minha filha, e eu quero ser um pai bom pá tu. Num quero ser igual teu avô.- suspira.- Mas agora eu tenho que ir. Tô cansadão e tenho missão amanhã. Tchau, piveta.- sussurrou bem perto da minha barriga e deu um rápido beijo nela.

Foi tão rápido que quase não consegui sentir seus lábios me tocarem.

Mas valeu o gesto.

Ele sai devagar e fecha a porta bem devagar.

Nossa, não sou capaz de falar o quanto eu fiquei feliz, mano.

Carálho, meu coração ta acelerado.

Ele quis dar carinho pra ela...

Ele tava tão perto de mim...

Meus pensamentos trouxas são interrompidos por um chute da Gabi.

Acho que ela quer mais conversa com o papai.

Alê: Ele já foi, filha....- sinto um novo chute, mas mais fraquinho. Sorrio e acaricio minha barriga.- Sim, filha...ele vai voltar...ele vai...