Welcome to my life

5K 254 39
                                    

Josephine

07:00AM
Merda!
Hoje é o primeiro dia de aula, e adivinhem? Eu estou super atrasada. O dia já começou uma verdadeira bosta. Eu não conheço ninguém nessa maldita escola e para piorar, estou atrasada.

— Anda logo Josephine!  — Ouço meu pai gritar no corredor. Termino de colocar minhas coisas na mochila e saio bufando do quarto. Desço rapidamente as escadas encontrando meu pai na cozinha, tomando seu café preto e lendo o jornal como todas as manhãs.

— Oi papai. — dei um beijo em sua testa e peguei uma maçã. — Tchau papai. — Estava saindo pela porta quando o ouvi me chamar.

— Tomás irá te levar. O carro já está lá fora. Direto para casa mocinha, ele estará te esperando às 12:00PM. — Disse e eu assenti revirando os olhos. — Lembre-se, tome cuidado, algumas pessoas vão te reconhecer pelo sobrenome. — Assenti mais uma vez impaciente e ele entendeu. — Boa aula meu amor.

— Até mais tarde papai. — Sai rapidamente de casa e logo entrei no carro. — Olá Tom, corra o mais rápido que puder, estou mega atrasada. — O olhei praticamente implorando e ele riu arrancando com o carro.

Seu sorriso é lindo, aliás, ele é lindo. Ele é um pouco mais velho e é basicamente meu melhor amigo, me considera uma irmã mais nova. O pai dele trabalha na minha casa como zelador a anos, então praticamente crescemos juntos. Ele veio comigo da Austrália, era a única condição para que eu viesse, minha mãe acabou por casar com um cara totalmente imbecil, ele tentou me bater uma vez que estava bebado e meu pai ficou sabendo, não me perguntem como. No dia seguinte do ocorrido, meu pai já estava na porta da minha casa avisando minha mãe que eu iria morar com ele. Minha mãe não discutiu pois sabe que meu pai não perde nenhuma, absolutamente nenhuma discussão. Meu pai voltou para Seattle e me deu vinte dias para arrumar todas as minhas coisas, me despedir e coisas do tipo. Ele me matriculou na faculdade imediatamente, vou cursar Administração, ele diz que vou ajudar a administrar o negócio da família.

Bom, minha família é bem complicada. Meu pai é um dos maiores traficantes de Seattle, divide o território com uma família do outro lado da cidade. Ele odeia que eu tente me envolver, mas fica um pouco difícil quando a casa é cercada por seguranças armados 24 horas por dia. Ele cuida de drogas, armas é coisas desse tipo. Não é a vida que eu queria, mas infelizmente é a que eu tenho. Tirando isso, somos uma família normal. Meu pai é um homem incrível, e eu como filha única, sou literalmente sua princesa.

O caminho foi rápido e logo estava do lado de fora do campus. Tom estacionou o carro e tirou o cinto para poder virar para trás e me encarar.
O tranquilizei com um sorriso e sai do carro.

— Espere Jo. — Ele me chamou fazendo com que algumas pessoas nos olhassem curiosas. — Estarei aqui no horário da saída, qualquer coisa me ligue que venho antes. — Assenti e ele me puxou para um abraço. — Se cuida pequena. — o abracei de volta.

— Obrigada Tom, até mais tarde. Me deseje sorte! — Disse saindo e ele riu. Me afastei e quando olhei para trás, o carro já não estava mais lá. Suspirei e olhei para o que me aguardava.

Andei até a secretaria para pegar algumas informações. Uma mulher de cabelos pretos e longos estava na mesma e sorriu assim que eu entrei.

— Olá! Me chamo Cristina, em que posso ajudá-lá? — me olhava curiosa e imaginei que ela tivesse por volta de seus 40 anos.

— Me chamo Josephine, comecei hoje e estou totalmente perdida.— dei uma risada baixinha e pude ver que seu sorriso ainda continuava lá.

— Josephine Langford, correto? — disse pegando uma ficha em uma pasta qualquer, assenti e ela prosseguiu. — Bom Josephine, como está adiantada, posso te mostrar o campus e te explicar como tudo funciona. — a olhei com a sobrancelha arqueada.

— Estou adiantada? meu pai me disse que as aulas começavam as 07:30AM. — eu disse e ela sorriu.

— Acredito que seu pai tenha se confundido. As aulas começam as 08:00AM, eu mesma passei todo o cronograma a ele. — Ele fez isso para que eu não me atrasasse. Filho da mae. — Podemos ir? — perguntou pegando alguns papéis.

— Claro. — a acompanhei durante um enorme corredor cheio de pessoas. Garotos me olhando com olhinhos curiosos, se conhecessem o meu pai, nem me olhariam. Já as garotas, também me olham curiosas, mas algumas tem um pingo de insegurança, talvez. Me considero bem bonita e bom, nunca me disseram o contrário. A sra Cristina continuou falando coisas e talvez eu não tenha prestado total atenção. Ok, se eu já não estava prestando muita atenção, agora não estou prestando mais nenhuma. Um grupo de garotos me chamou atenção, na verdade, um garoto me chamou atenção. Ele estava fumando, uma garota estava em sentada em seu colo e alguns garotos sentados no chão. Eles riam e zombavam de algo, e quando me dei conta estava parada na frente deles. Seus olhos verdes me encararam dos pés à cabeça, me senti desconfortável mas ignorei.

— Bom dia garotos! — Cristina disse e alguns responderam, o garoto de olhos verdes me fitava ainda e depois a encarou revirando os olhos. — Hero, gostaria de voltar a sua casa com uma advertência no primeiro dia de aula? — sorriu irônica e o ouvi bufar. — Ótimo, achei que não.

— E quem é você gracinha? — um garoto com uma corrente com um cadeado no pescoço me perguntou.

— Ela é a srta La...— a interrompi.

— Josephine. E você? — o encarei.

— Samuel. Mas pode me chamar de Sam. — Me abraçou, mas não me mexi. — Ou de amor. — sussurrou em meu ouvido me fazendo o olhar incrédula.

— Podemos ir? Acredito que tenha perdido tempo demais aqui. — Mantive a voz firme e sorri para a mesma quem me encarava.

— Parece que a gatinha está estressada. — uma voz rouca se pronunciou assim que me virei. Uma risada preencheu o ambiente e vi que desta vez, o garoto de olhos verdes havia falado e logo, a vadia em seu colo começou a rir tentando chamar atenção.

— Estou bem tranquila na verdade. Apenas tenho coisas mais importantes. — disse dando de ombros. Ele me encarou e surgiu um sorriso em seus lábios.

— Claro, deve ser muito importante chegar na primeira aula sem se atrasar. — disse e a vadia riu novamente. — Nerd.

— Não me importo com isso. Qualquer coisa é melhor do que continuar perdendo o meu tempo com drogados inúteis. — Sorri e vi sua expressão mudar. Sem dar tempo para uma resposta, sai de lá com Cristina que continuava a falar sobre o campus.

Dangerous Onde histórias criam vida. Descubra agora