Just a little runaway

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Josephine

Minha respiração estava pesada e senti algo roçar em minha bunda, merda! Tirei sua mão de minha boca e me virei pronta para gritar com ele. Mas novamente ele foi mais rápido, sua mão foi p minha boca a tampando-a e sua outra mão em minha cintura colando mais nossos corpos.

— Fica quieta ou então vão nos pegar. — Disse surrando olhando em meus olhos. Assenti e ele tirou a mão da minha boca. Nossas respirações se chocavam, e nossos olhares se mantinham um no outro. — Eles já foram, você quer sair daqui? — me perguntou.

— E por que eu iria sair logo com você? — arqueei uma sobrancelha e ele abaixou a cabeça sorrindo.

— Eu não vou te machucar, não se você ou seu pai atravessarem meu caminho. — Engoli em seco e naquele momento, me vi tentada a aceitar. — Ok, então estou indo. Boa sorte em tentar sair e voltar viva. — Se virou indo ao portão, mordi meu lábio inferior e olhei para o céus pedindo a Deus que me desse algum sinal se eu estiver fazendo merda.

— Espera! — Disse e ele logo se virou sorrindo. — Eu vou com você, mas não posso voltar muito tarde. — Ele assentiu e me puxou pela mão, senti um arrepio percorrer todo o meu corpo mas ignorei. Caminhamos até sua moto e o mesmo subiu, ele me entregou o capacete e pensei em questiona-lo mas seria bobagem. Apoiei em seu ombro e subi, suas mãos puxaram a minha para seu abdômen.

— Segure firme, eu não costumo ir devagar. — Disse e logo deu partida. Passamos pelo portão e logo vi minha casa se afastando aos poucos.

Hero ia rápido a todo momento, eu normalmente não gosto disso mas neste momento era um tanto...legal, talvez. Paramos em um bar, ele encostou a moto e esperou que eu descesse, descendo logo em seguida.

— Esta com fome? — me perguntou e lhe entreguei o capacete.

— Um pouco, não como desde o almoço. — Ouvi minha barriga roncar.

— Aqui tem o melhor x-salada da região, a não ser que você queira algo mais chique. — deu uma risadinha, me fazendo revirar os olhos.

— X-salada está ótimo. — ele assentiu e acenou com a cabeça para a entrada. O segui e havia alguns homens nos encarando. Sentamos em uma mesa um pouco afastada, perto de uma mesa de sinuca. Uma mulher de aparentemente quarenta anos se aproximou com um bloquinho na mão.

— Olá! O que vão pedir? — Perguntou e sorriu para Hero, que provavelmente deve conhecê-la.

— Eai Lily, vão ser dois x-saladas com fritas.— Hero disse e ela anotou em seu bloquinho. — Quero uma coca-cola e...— parou me encarando.

— Pode ser uma coca-cola também. — sorri.

— Ótimo, já trago o pedido de vocês. — Saiu e nos deixou sozinhos. Hero me olhava com curiosidade.

— Anda logo, pergunta. — Sua cara foi de surpresa para um sorriso divertido.

— O que fez você se mudar para cá? Você sabe o que seu pai faz, então.. — me olhou esperando que eu continuasse.

— Minha mãe se casou com um cara que bom, não era bom. — Engoli em seco me lembrando. — Ele tentou algumas coisas e não sei como meu pai ficou sabendo, no dia que meu pai foi me ver ele estava tentando me bater, estava totalmente bêbado. — Hero me olhava com atenção, então continuei. — Eu não queria vir, mas era melhor do que ficar lá com aquele homem. Sei o que meu pai faz e não sinto um pingo de orgulho, mas o que eu posso fazer?! — ri ironicamente.

— Eu não queria te assustar hoje. Eu só estava estressado e acabei por descontar em você. Nossos pais são amigos e rivais ao mesmo tempo, então ambos esperam um deslize do outro. Por isso é melhor que não saibam que saímos. — Sorriu para a mulher que trazia nossos pedidos. Agradeci e esperei que ele continuasse. — Você corre perigo por ser filha dele, eu também corro, mas sei me virar. — Pegou uma batata.

— Aonde quer chegar? — perguntei dando uma mordida no lanche.

— Em lugar nenhum. Você precisa ter algumas aulas de auto-defesa e talvez de tiros também. — Engasguei.

— Ok, se eu pedir isso para o meu pai ele vai rir da minha cara. — Falei e ele deixou escapar uma risada.

— Eu posso te ajudar com isso, mas fica um pouco mais difícil quando você tem um guarda-costas vinte e quatro horas por dia. — Ele deu mais uma mordida em seu lanche.

Ficamos ali tentando armar um esquema onde ele conseguisse me dar aulas e acabamos ficando mais do que o esperado. Roubei algumas batatas de seu prato o que o deixou indignado, então ele deu uma mordida no meu lanche. Meu celular começou a tocar desesperadamente. Tomás, merda!

— Alô?

Oi Srta. Josephine, já está dormindo?

— Estou quase.

Ah sim, queria conversar um pouco, mas tudo bem. Amanhã falamos.

— Até amanhã. — Desliguei, ok, aquilo era um aviso. Tom já sabia como me alertar e ele sabia que eu nunca dormia cedo, aliás me chamou de senhorita, ele nunca me chamava assim. Olhei para Hero que acabava de tomar seu refrigerante. — Preciso ir.

— Ok, já está tarde. — Hero pagou e caminhamos até sua moto, e logo estávamos voltando a minha casa.

Hero parou do lado de fora, claro. Liguei para Tom que já estava na frente do portão me esperando. Desci da moto e lhe entreguei o capacete, seus cabelos estavam bagunçados pelo vento.

— Hum...Obrigada por ter me tirado daqui. — Senti minha bochecha corar. Que merda é essa?

— Não foi nada, me empresta seu celular. — Entreguei e ele discou algo, me devolvendo rapidamente. — Meu número, caso precise. — Sorri em agradecimento e olhei para Tom que esperava impaciente no portão.

— Preciso entrar, boa noite Hero. — Ele apenas colocou o capacete e deu partida, sumindo pela rua. Entrei rapidamente e Tom me ajudou a entrar em casa sem ser vista.

Subi para meu quarto sorrateiramente o destrancando, me tranquei no mesmo e logo me joguei na cama. Peguei meu celular, discando seu número.

Alô?

— Obrigada, de novo. — ouvi sua risada do outro lado.

Boa noite, Josephine. — Desliguei e não demorou muito para que eu adormecesse.

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