Primeiro Contacto, Parte 3

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Quarta-feira, 20:15

Olly: ia responder-te por email mas vi que estavas online. parti-me a rir com a tua receita. alguma vez na história da espionagem houve um espião que assumisse que era espião? acho que não. chamo-me olly e é um prazer conhecer-te.

Olly: o que quer dizer o "f"?

Madeline: Furukawa. A minha mãe é descendente de japoneses, pertence à terceira geração. Sou metade japonesa.

Olly: e a outra metade é o quê?

Madeline: Afro-americana.

Olly: tens algum diminutivo madeline furukawa whittier ou estás à espera que eu te chame madeline furukawa whittier?

Madeline: Não tenho nenhum diminutivo. Toda a gente me chama Madeline. Às vezes, a minha mãe chama-me minha querida ou meu amor. Isso conta?

Olly: não, claro que não. ninguém te chama m ou mádá ou maddy ou mad-maddy? eu arranjo-te um diminutivo

Olly: nós vamos ser amigos


Quinta-feira, 20:19

Madeline: Já que vamos ser amigos tenho umas perguntas para te fazer. De onde é que vocês são? Porque é que estás sempre de boné? A tua cabeça tem um formato esquisito? Porque é que te vestes sempre de preto? Outras perguntas: tens consciência de que existe roupa de outras cores? Posso dar-te sugestões, se precisares. O que é que fazes quando estás no telhado? Que tatuagem é essa que tens no braço direito?

Olly: tenho respostas: somos de todo o lado mas sobretudo da costa leste. rapei o cabelo antes de nos mudarmos para cá (erro brutal). sim. fico super sexy de preto. sim. não preciso de nenhum, obrigado. nada. código de barras

Madeline: O que é que tens contra as letras maiúsculas e os sinais de pontuação?

Olly: quem disse que tenho alguma coisa contra

Madeline: Tenho de ir. Desculpa!


Sexta-feira, 20:34

Olly: então, o castigo é muito grave?

Madeline: Eu não estou de castigo. Porque é que pensaste que eu estava?

Olly: bem alguma coisa te fez desaparecer à pressa ontem à noite. imagino que tenha sido a tua mãe. acredita em mim, eu sei tudo sobre estar de castigo. e tu nunca sais de casa. desde que chegámos nunca te vi na rua

Madeline: Desculpa. Não sei que dizer. Não estou de castigo mas não posso sair de casa.

Olly: grande mistério. és um fantasma? foi o que eu pensei que tu eras no dia em que chegamos e te vi à janela. E que grande sorte que eu tinha se a vizinha bonita da casa ao lado não fosse de carne e osso

Madeline: Primeiro era espia, agora sou um fantasma!

Olly: não és um fantasma? então és uma princesa de um conto de fadas. qual delas é que tu és? a cinderela? transformas-te em abóbora se saíres de casa?

Olly: ou és a rapunzel? tens o cabelo bastante comprido. atira-o para fora da janela que eu subo para te salvar.

Madeline: Isso sempre me pareceu pouco prático e bastante doloroso, não achas?

Olly: sim. quer dizer que não és a cinderela nem a rapunzel. então és a branca de neve. a tua madrasta malvada fez-te um feitiço para junca saíres de casa e para que o mundo não saiba como és bonita

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