PRÓLOGO

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"O amor é capaz de fazer tudo desmoronar" — Tóquio, in La casa de papel

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"O amor é capaz de fazer tudo desmoronar" — Tóquio, in La casa de papel.

     Eu sabia que cairia desde o primeiro momento em que vi seus olhos passearem por mim, mas também sabia que embora suas ações fossem medidas em comentários curtos e sorrisos amargos, eu sabia que ruiria

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Eu sabia que cairia desde o primeiro momento em que vi seus olhos passearem por mim, mas também sabia que embora suas ações fossem medidas em comentários curtos e sorrisos amargos, eu sabia que ruiria.

Entretanto, confesso que se ao menos soubesse que olhares podem ser proibidos assim com sentimentos amargos, eu teria traído minha própria definição a tentar entender o verde musgo de seus olhos.

Mas agora, talvez as coisas não sejam como antes e nem a sensação de esperança seja a mesma de antes.

Por por mais que encare as pessoas que entram e saem da grande mansão, sei que provavelmente tudo o que todos sempre disseram seja verdade e que aquelas promessas que fizemos, não passavam de nada mais válido que um deslize.

Porém, mesmo sentindo que meus pés fraquejam na medida em que meu corpo se desloca entre os corpos suados e se retém a redor de copos coloridos, as escadas são meu equilíbrio mais certo.

Misturando-se entre raiva e rejeição, por saber que de certo modo o amor só existe quando à equilíbrio e que por mais que façamos tudo, no final ele acaba por desmoronar.

E eu sabia, que no final iríamos cair num abismo que não voltava e que por mais que o tempo se espalhasse em memórias de papel, tu conseguirias tudo de mim.

Meu coração e meu corpo na mesma proporção.

Contudo, assim como poderíamos ter tudo, poderíamos ser bons para ambos, porque sempre buscamos ser um só em meio à dor e embora estivesse procurando por ele, meu coração errava as batidas em função dos meus passos.

Abanei a cabeça, subindo as escadas desesperada e passando por corredores longos e espessos, exibindo em suas paredes quadros da Roménia antiga e países que pouco conheço.

Meus batimentos cardíacos eram demasiado rápidos para que conseguisse suportar, assim como o azedo na ponta da língua em função do quão perto estava

Abri a porta de seu quarto com rapidez, sustentando os pequenos detalhes das pessoas beijando-se por cima da cama e se entretendo numa aura devassa demais para aperceber-se de que a porta fora aberta.

Entretanto, ver tudo, só me fazia perceber que era mesmo verdade.

A menina acariciava sua jaqueta no tom carmesim, explorando seu corpo, definido com os dedos e a contrapartida os olhos dele não pareciam se surpreender ao ver-me parada em seu encalço.

Entretanto, embora se movesse para me alcançar ou rebater acerca de algo, sai do quarto à passos rápidos.

Abandonado a mansão e fugindo do que alguma vez foi nosso, entretanto, assim como o corpo cai e a mente corrói, ele me alcança alguns segundos depois.

Vagando pela escuridão que a pequena área protegida por sua família tem e passando pelos pinheiros, sem cuidado algum.

— Darling, espera. — ouço ele dizer, num grito que agita meus batimentos cardíacos e me corrói.

Mas por uma função de segundos, me pergunto, pelo o que devo esperar?

Se da mesma forma que esperei tanto de si, fui decepcionada e no final não tive nada em troca, além de mentiras e algo que ainda arde de forma incessante.

— Darling. — sua mão puxa meu braço com força, me colando a seu corpo segundos depois e com desdém, sinto que a qualquer momento mais lágrimas vão cair.

— Não me chame assim, merda. — me solto de seu agarre, tentando não chorar ao rever aquela cena de minutos antes e mesmo sobre os passos desenquadrados que dou, meu corpo cai.

Cai com tudo pela terra repleta de galhos que rasgam minha pele nua e humedecem-me de maneira desonesta.

Dói.

Dói tanto que me corrói e embora sinta suas mãos voltarem-se a mim, tenho a certeza de que por mais dolorosos que os passados sejam, posso muito bem me virar sozinha nessa cidade de Anjos vermelhos.

— Sky, eu posso explicar. — vejo uma lágrima brotar de seus olhos, recordando-me do quão isso nos dói e mesmo latente à errar me atenho a não voltar.

Porque se caímos uma vez.

Uma segunda só nos faria desmoronar e eu não quero cair no mesmo erro que antes.

Explicações podem dar-nos respostas satisfatórias para o que buscamos, mas não podem remendar erros cometidos de maneira ciente e nem arranjar objectos quebrados.

Mas por alguma razão, trilhar as mesmas linhas que ele me faria bem e se fosse para dar um beijo ao homem que me quebrou uma última vez eu daria.

E assim não retornaria, mas agora, quebrada e com o coração magoado, não sei se ainda faria sentido entregar uma parte de mim a si, e não cair.

Porque no final ele estava certo que poderíamos ser desonestos, mas agora, talvez entenda aquelas palavras referidas em meio ao nosso último olhar, naquele chalé.

Que o amor faz tudo desmoronar e que agora, estamos aqui, fadados ao fracasso sem nem ter começado.

Encaro-o uma última vez, suspirando de maneira ordeira e limpo meus joelhos ralados, não esperando mais nada do homem e dizendo a mim mesma que agora, nada mais vai ser como deveria ser e que mesmo indo embora, talvez não seja nada.

— Nunca mais volte a me procurar, Hazel.

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𝐖𝐇𝐘 𝐃𝐈𝐃 𝐖𝐄 𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐃𝐄𝐃 | 𝟏 Onde histórias criam vida. Descubra agora