Wicked Games

2º Capítulo

--> Amores, muito obrigada por mais de 90 leituras *-* Aqui fica o capítulo 2 :D <-- 

 Não tardara muito após Tracy ter adormecido para que o seu telemóvel tocasse com o despertador. Ao meio dia, aquele aparelho electrónico que Tracy detestava apenas quando a despertava, avisava-a que tinha duas horas para se arranjar, almoçar e ir trabalhar. E ela assim o fez.

Começou por tomar um duche rápido, e em seguida foi para o quarto onde vestiu a t-shirt pretas, as calças vermelhas e calçou os ténis all-star pretos da farda do café onde trabalhava. Em seguida, elaborou uma maquilhagem bastante simples que para além da preparação da face, incluía rímel, eyeliner preto fino e um bálsamo hidratante com um toque suave de cor vermelha.

Enquanto estava na sua cozinha e preparava o arroz para fazer na máquina própria, Tracy relembrava alguns momentos da noite passada. Sabia que não o devia fazer mas era mais forte que ela. Cada memória dos beijos e carícias de Jason faziam cada sensor nervoso do corpo de Tracy dançar.

Após almoçar, escovar os dentes e retocar o bálsamo labial, Tracy dedicou-se a entrançar os seus longos cabelos negros, numa trança embutida. Colocou os seus óculos de sol em formato de Olho de Gato, pegou na mala e saiu de casa caminhando até ao American Dinner onde trabalhava em Part-time.

Fora neste mesmíssimo sítio onde Tracy fez dos melhores e mais fiéis amigos com que podia contar, e fora aqui há precisamente dois anos que conhecera Jason. Ele começou por aparecer lá pela primeira vez em negócios, porque um dos seus colegas já era um cliente frequente, no entanto nas semanas seguintes Jason começou a aparecer quase que diariamente e exigindo sempre ser atendido por Tracy. Antes de sequer saber a fama que Jason tinha entre as mulheres, ou simplesmente no público em geral, este tipo de atenção fazia com que Tracy se sentisse especial.

Mas agora tudo tinha mudado, Jason já não frequentava o dinner e Tracy sentia-se tudo menos especial.

Após chegar ao seu local de trabalho , ter guardado os seus pertences no seu cacifo e posto o avental, Tracy pôs mãos à obra e foi para o balcão, onde iria ficar a servir até às duas da manhã. Começou logo por atender um cliente que lhe pediu um café e em seguida outro que lhe pediu um batido de morango.

Ao contrário destes dois clientes, Jason nunca se sentava ao balcão. Ele escolhia sempre a mesma mesa, encostada a uma das paredes cor-de-rosa velho decoradas com poster de Marilyn Monroe, Elvis Presley, Coca-cola, entre outros. Sempre que Tracy o atendia, Jason tentava fazer conversa com ela e tentar saber algo mais de uma rapariga que tanto o fascinava, mas todas essas tentativas foram em vão, até a um certo dia em que em vez de se encontraram no sítio de trabalho de Tracy, estes aparentemente estranhos encontraram-se num local que seria impensável para Tracy que um homem como Jason o frequentasse. A Praia.

Flashback

A praia ficava apenas a escassos minutos a pé da casa de Tracy. Ainda que fosse Outono e estivessem 16º, o Sol brilhava fortemente iluminando a cidade, e como estava de folga Tracy decidiu passear um pouco pelo paredão perto da praia. Depois de passear, decidiu aventurar-se na areia, onde após estender a sua toalha, Tracy sentou-se a ler um livro cuja capa estava coberto com papel de embrulho azul escuro. Como apenas estava ela e mais meia dúzia de pessoas ali, o barulho não a incomodava enquanto lia, por isso dispensou a companhia da música e deixou-se embalar pelo som do mar e da ligeira brisa que se fazia sentir.

No entanto, cerca de 20 minutos após se instalar no seu sossego, Tracy ouviu uns passos que se afundavam na areia e pouco depois sentiu um peso atrás de si. Quando se virou para observar quem teria tal audácia, Tracy ficou perplexa ao observá-lo. Aquele sorriso de rapaz traquina, capaz de cortar a respiração a qualquer rapariga heterossexual, o seu cabelo volumoso cuidadosamente penteado e que se mantinha no sitio com a ajuda de algo que deveria ser cera; O seu corpo que deveria se assemelhar ao de um Deus grego pela maneira perfeita como assentava no seu fato.

-Por aqui, menina Tracy? - questionou educado, como de costume com o seu sorriso.

-Isso pergunto eu senhor Clark – Olhou-o de sobrolho erguido.

-Por favor, senhor Clark é o meu avô! - disse soltando uma gargalhada – Chame-me de Jason, Tracy.

- Só se parar de me chamar de você – riu

- Combinado e espero que seja mútuo – sorriu-lhe – Mas ainda não me disseste o que andas por aqui a fazer.

- Moro aqui perto, estou de folga e está um lindo dia se sol – disse olhando em redor – E tu? Estás a fugir de alguma reunião que não interessa para nada, mas que depois até precisas de alguns pormenores?

- Quase ! - riu alto – estou a fugir da minha mãe que quer a todo o custo que eu vá a um jantar qualquer de beneficência que ela vai dar em casa – suspirou tentando demonstrar como estava exasperado.

- Porque não vais? O que tem assim de tão mau um jantar de beneficência? Além do mais, é em casa da tua mãe. Podes ir embora quando quiseres – olhou-o tentando arranjar uma desculpa esfarrapada para melhorar a situação.

-Porque aquilo é o maior tédio de sempre. Mais de metade dos convidados são mulheres entre os 50 e 60 anos, que passam a vida a queixarem-se de problemas da menopausa ou da dor de cabeça que os netos lhes dão – soltou uma gargalhada – mas se tivesse alguém com quem falar, talvez tornasse as coisas mais interessantes, sabes? -olhava-a de alto a baixo sorrindo.

Nessa noite, Jason levou Tracy ao seu primeiro jantar de beneficência e não só lhe fez companhia, mas também foi apresentada aos seus pais que a definiram como 'encantadora' e digna de 'futura nora', sendo esta última definição dita apenas a Jason . Nessa noite, Jason levou Tracy a casa e despediu-se nela com um beijo terno no rosto e uma troca de sorrisos muito cúmplice.

-FlashBack-

Amy, uma das colegas de turno de Tracy aproximou-se dela oferecendo-lhe uma chávena de café forte e um cupcake fresco.

- Estás com uma cara Tracy... que raio se passa contigo? Nem a maquilhagem consegue disfarçar essas olheiras – dizia limpando o balcão e olhando a colega.

- Nem queiras saber...- disse respirando fundo e bebendo um pouco do café e fazendo uma careta no fim – está forte, obrigada.

- Conta tudo amiga, deixa sair o que te incomoda aí dentro – observa-a calmamente

- Eu estive com o Jason – respirou fundo .

- Amiga, eu disse para deixares sair tudo. Ou seja, estava a tentar pedir para seres específica, e contares TUDO – riu

- Eu estive com o Jason na casa dele, na cama dele a noite inteira. Estou a ser específica o sufciente Amy? - olhava o cupcake para não encarar a amiga.

- O Quê? ESPERA TU.....? - olhava Tracy incrédula – Mas Tracy vocês acabaram...Não percebo porque sequer ainda se falam , quanto mais estarem juntos assim...

- Obrigada por me lembrares Amy, eu já não me sentia frustrada nem nada do género ! - Tracy respirou fundo e saiu pela porta dos fundos encostando-se a parede e sentando-se tentando reter toda a informação. O que faria agora? Como iria agir perante ele?