Twin ➵ L.T

14º Capítulo

Eu: Desculpa- murmurei e saí dali a correr

Corri o mais que conseguia até à saida mas nem a meio do caminho ia quando comecei a ouvir o Louis chamar pelo "meu" nome e muito provavelmente começou a vir a correr até mim. Nunca tive muito jeito para desportos, especialmente atletismo, mas acelerei o máximo que conseguia e só desejava encontrar um cantinho onde me pudesse esconder...

Com muito esforço, saltei umas grades que eram mais ou menos baixas e voltei a correr. Cheguei a uma zona com armazens e escondi-me entre dois. Sentando-me no chão de cimento contra a parede de um escondido.

Meti os joelhos contra o peito e escondi lá a cara enquanto os soluços me saíam involuntariamente pela boca. Conseguia ainda ouvir Louis chamar por mim mas tentei fazer o menor barulho possível, dada as circunstâncias, para que ele acabasse por desistir e voltar para trás.

Como é que eu cheguei a isto? Como é que estou a fazer-me passar pela minha irmã? Como é que ela aguenta todo este ódio? É algo horrível alguém dizer na nossa cara que nós estamos com alguém por um contrato, por dinheiro... Não sei como é que ela aguenta, mas eu não aguento!

O pior de tudo nem é o que dizem mas sim o que me fazem sentir... Por vezes as palavras podem magoar muito mais que qualquer gesto mas as pessoas não se dão conta, e quando dão fingem que não se importam.

Alguém dizer-nos cara a cara que nós vivemos numa mentira ou que estamos a ser falsas e interesseiras faz-nos sentir como se toda a nossa vida não fizesse sentido, como se tivessemos vindo ao mundo para sofrer.

Porque é que alguém diria algo assim? Porque é que alguém magoaria alguém verbalmente quando nem conhece os factos? As pessoas vêm aquilo que os outros lhes mostram mas escolhem naquilo em que acreditam...

Louis: El- suspirou de alivio enquanto se aproximava de mim

Tentei suprimir os meus soluços e olhei para ele. Sinceramente, estava sem paciência nenhuma para aquilo tudo agora e só me apetecia sair dali para fora. Não queria mais estar em festivais, não queria estar mais com o Louis, não queria mais nada senão ir para casa e enrolar-me na minha cama enquanto chorava sozinha.

Sei que os insultos eram para a minha irmã mas, ainda assim, conseguiram atingir-me a mim. Talvez seja por isso que ela é bem mais forte que eu psicologicamente... Está à tanto tempo com o Louis que teve de aprender a lidar com estas situações.

Louis: O que se passou?- perguntou enquanto me limpava as lágrimas do rosto

Eu: Não, Louis- disse enquanto o afastava- Estou farta, desculpa mas não consigo- disse enquanto me levantava

Louis: O que queres dizes com isso?- perguntou num tom frágil

Eu: Desculpa, não aguento mais

Olhei-o por alguns segundos e conseguia notar o seu coração a partir-se através do olhar. Por muito que me custasse saí dali e fui até fora do recinto com a maior das calmas. Voltei a meter os meus óculos de sol e fingi um sorriso no rosto, como se nada tivesse acontecido.

Quando passei a saida do festival suspirei de alivio e rapidamente apanhei um táxi. Disse a minha morada ao condutor e sem mais perguntas ele começou a levar-me até lá. Como estava de óculos de sol ele não conseguia ver as minhas lágrimas mas ainda assim limpei as que estavam presentes no rosto.