Se eu estivesse sozinho
Se eu não te conhecesse
Talvez eu teria desistido
Perdido no meio do marMas meu coração ainda está em chamas
Com um desejo ardente
Vou te ganhar de volta, é nosso destinoEu queria que você me (me) amasse (amasse)
Como amou ontem, não solte minha mão nunca mais
E toda vez que meu coração (coração) bater (bater)
Mova seus pés no mesmo ritmo, pra que você nunca mais se perca
- Heartbeat🌼
Taehyung
- Só estou falando, tem certeza que não quer morar comigo? - Hoseok pergunta a milésima vez no telefone. Pela barulhada de cachorros latindo, sabia que ele estava em sua clínica veterinária.
- Não precisa Hyung... Eu vou ficar bem - Respondo colocando as minhas coisas dentro do carro
- Como se sente em voltar? - Hoseok pergunta com receio em sua voz. Eu sabia o por que...
- Eu... Meio que não tenho escolha - Respiro fundo pensativo. Novamente aquela dor tinha voltado, e agora... Seria todos os dias. Estava chegando o meu fim...
- Tae... Vai ficar tudo bem, vai conseguir o tratamento adequado - Hoseok diz baixinho. Droga, não queria que ele sofresse por causa da minha doença.
- Sabemos que não é verdade - Seguro as lágrimas que ameaçavam a sair - Eu não estou apto para doação de medula óssea, Hoseok... - Minha voz sai fraca, sem forças.
- E vai desistir por causa disso? - Pergunta - Taehyung, você é um artista fenomenal... Terminou sua bolsa, estava conhecendo o mundo, por que você decidiu disso?
- Eu já visitei todos os lugares que eu queria visitar, Hoseok - Sorrio triste - Eu estou pronto... Está na hora de eu voltar pra casa...
E com isso, finalizei a ligação. Depois da despedida de Hoseok e seu aviso que estaria me esperando no aeroporto de Daegu.
Decidir voltar depois de alguns anos, me trouxe muitas noites mal dormidas e dias sem me alimentar direito, não se tratava somente da doença... Mas também por que eu iria encontrá-lo, depois de tanto tempo. Eu iria encontrar a razão do meu coração partido, meu primeiro amor.
Jungkook.
Eu sempre lia as matérias sobre sua vida, ele era famoso, bem conhecido no ramo esportivo. Jungkook vencia todas as lutas, era realmente difícil ele perder uma. Sempre ganhando medalhas de ouro, troféus cada vez maiores e recebendo um grande carinho das pessoas que o admiravam. Eu não conseguia odiá-lo, eu tentei mas fracassei. Não conseguia, eu era fraco quando a tratava de Jungkook.
Ele ficava cada vez mais bonito, seus cabelos negros em uma bagunça sexy, seus músculos bem definidos, sua boca carnuda, seu dentinho de coelho que tanto admirei e o seu sorriso travesso. Ele havia crescido, havia mudado. Todos nós...
Eu sorria sempre em ler suas matérias e fotos nas redes sociais, mas foi no ano passado que meu mundo gelou, ao ver aquela foto com o loiro de sorriso dócil.
Jungkook estava namorando...
Seu nome era Park Jimin, lindo... Incrivelmente lindo e parecia ser uma pessoa muito querida. Estudava dança e tinha um talento admirável, seus covers postados no Instagram eram a prova viva disso. Ele amava Jungkook, sempre postava uma foto do mais velho, juntos, sorrindo, se beijando...
Hoseok havia me falado para parar de me torturar, era verdade. Aquilo era um tormento, eu mesmo estava me condenando, aquilo não me fazia bem. Passava noites chorando, lembrando de tudo o que vivemos... E por que de repente tudo deu errado. Por que você nunca me procurou? Era a pergunta que sempre me fazia.
Todos esse anos longe, vivendo e estudando nos Estados Unidos... Eu nunca consegui encontrar alguém capaz de mexer com o meu coração, não como Jeon Jungkook havia feito. Nunca consegui me relacionar com alguém, era um encontro ali e outro lá, mas nunca passava do terceiro. Ninguém era como você... Pensava eu, sozinho em meu apartamento.
Pensando assim, faz até parecer que eu sou infeliz. Mas não era, apenas carregava uma dor profunda em meu peito, mas isso não me afetava totalmente. Eu tinha minha arte, minhas mãos eram consideradas habilidosas bastando que eu estivesse sob uma folha ou um quadro branco. Eu conseguia sorrir sempre que meu lápis traçava os pequenos detalhes das minhas utopias. Eu viajei muito, conheci todos os lugares artísticos do mundo e vi todas as pessoas que tanto admirei.
Eu amava artes...
Amava as cores...
O contraste das cores em um simples quadro branco
Isso era a minha felicidade.
Mas nada dura para sempre...
Ainda me lembro, que ano passado, eu estava na sala de artes da faculdade de Artes Visuais.Fiquei sozinho, depois que Rose, minha amiga de turma, havia saído para comprar nosso almoço. Eu observava a árvore enorme que ficava em frente a janela, e comecei a desenhar, sorrindo, admirando os pequenos detalhes da natureza, aqueles bem pequenos que ninguém olhava, por serem insignificantes. Mas não eram para mim...
Comecei a colorir com as diversas cores. Amarelo, verde, azul celeste, uma onda magnífica de cores vivas. Até eu ver o vermelho... Não era aquele vermelho vivido, era um morto e escuro. O vermelho que pingara do meu nariz, se espalhava na tela do meu desenho, o destruindo completamente.
Imaginei que algo estava errado, e estava. Eu estava doente, ficando mais fraco a cada dia que passava, desanimado para tudo e para todos. Havia abandonado meus desenhos, não conseguia enxergar e nem sentir a sensação doce e magnífica em meu coração. A vida não fazia mais sentido para mim, nada fazia. Eu apenas estava acompanhado o tempo, esperando....
Depois de colocar todas as coisas dentro do carro., olho de relance para minha mãe que tentava controlar as lágrimas. Ela estava em pé em frente a nossa humilde casa na fazenda do meu avô. Eu tinha ficado quase cinco meses ali, apenas aproveitando o ar fresco da zona rural, longe do ar tóxico e gélido da cidade de Busan.
E hoje, voltaria para Daegu.
Precisava voltar...
Foi lá que eu comecei a minha história antes do meu pai morrer. Onde eu cresci, precisava ir para onde meu coração queria que eu fosse. Precisava parar de apenas observar os ponteiros de minutos e segundos do relógio
Precisava viver.
Enquanto eu ainda escutava meus batimentos cardíacos.
- Você poderia ficar... - Mark, um amigo que havia conhecido se pronuncia, sorrindo de lado.
- Eu... Prometo voltar - Falo com certa aflição. Eu não sabia se iria voltar - Eu vou ficar bem - Solto por fim
- Meu bem, como você vai se cuidar...? - Minha mãe se aproxima colocando suas mãos quentes em meu rosto - Precisa de cuidados Taehyung...
- Mãe, eu preciso viver - Sorrio beijando suas mãos - Eu vou ficar bem. Irei continuar meus estudos na faculdade de lá, a professora Ayu já cuidou de tudo.
- Vai ficar sozinho ? - Mark pergunta preocupado
- Não... - Minto - Vou ficar com o Hoseok, ele tem uma casa, um quarto... Eu vou ficar bem - Sorrio de lado para minha mãe que limpava as lágrimas. Ela nunca iria permitir que eu voltasse se eu contasse que ficaria sozinho, em nossa antiga casa.
- Prometa que vai me ligar todos os dias e que vai tomar todos os seus remédios? - Minha mãe me abraça apertado.
- Prometo omma... - Respondo baixinho. Correspondendo o seu abraço maternal.
- Eu te amo muito, Tae!, você é tudo que eu tenho, filho... - Ela diz com dificuldade na voz devido as lágrimas que rolavam em seu rosto tão semelhante ao meu.
- E eu te amo mais ainda, mãe - Sorrio, deixando as lágrimas rolarem em meu rosto.
E depois de dezenas de abraços e lágrimas. Eu entro no carro e sigo em direção ao lugar onde tudo começou...
O lugar onde meu coração foi totalmente quebrado...
O lugar onde eu me apaixonei
Por Jeon Jungkook.
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HEARBEAT
FanfictionTaehyung e Jungkook foram o primeiro amor um do outro na época da escola, onde tudo era somente contos de fadas, onde a responsabilidade de adulto não era aplicado em nenhum momento. Porém, a vida é uma roda gigante contínua, a realidade adulta sobr...