Memória Feliz

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Era uma vez, num canto isolado da minha mente, uma memória que dançava e cantava uma canção. A letra transmitia um sentimento de paz inigualável, percebido nas coisas mais simples da natureza e nos gestos comuns do dia a dia:

"É ameno o sol que me aquece / A brisa que varre as folhas me convida a dançar / Com vida, a flor aparece / É gentil a mão que está a me acenar..."

Com meio sorriso no rosto, a memória também cantarolava a saudade. Aquele sentimento que nos transporta para outra época resgatando tudo o que foi e/ou poderia ter sido.

Mesmo sendo um absurdo gastar saliva com isso - afinal o que já foi está muito longe, e o que não foi não ultrapassou a linha que traz tudo à existência - ainda assim a memória era feliz. Quando encontrava conforto no contentamento sabia que podia olhar para trás sem mágoas e para frente com esperança.

A vida que levamos condensa a nossa maior capacidade como seres humanos: fazer escolhas. Agora eu escolho navegar, e ao mesmo tempo viver.

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