0.13

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Naquele momento eu queria gritar e dizer que ia para casa, sei lá, fazer birra. Mas minha outra metade estava curiosa com qual diversão ele me faria.

Fiquei com muito medo quando seu carro estacionava em um local vazio e praticamente escuro. Colei meu corpo contra o banco enquanto o moreno abria a porta do meu lado.

─ Não vai sair?

─ Pra falar a verdade, eu não sabia que sua diversão era levar garotas para esquartejar em lugares escuros.

Aquele filme me alienou por completo. Oh, céus, cuide de mim. Pera, estou perdendo o foco para a risada do Uchihão.

─ Sua criatividade vai além dos limites, Sakura. Venha.

Tirei o cinto e saí logo, antes que ficasse ainda mais estranho. Tudo bem, ele até poderia fazer nada comigo, mas tenho minhas desconfianças.

─ Segure minha mão, ok? ─ ele ergueu sua palma, me fazendo segurá-la hesitantemente.

─ Só vou segurar porque estou assustada.

Suas orbes escuras reviram, e por um momento eu somente quis que um buraco se abrisse no chão e me engolisse. Ok Saky, deixa de bobeira e aproveita.

Caminhamos mais um pouco, até que luzes se acendem ao nosso redor. Minha boca se torna um perfeito "o" diante da beleza das luzes. Agora, podendo examinar melhor o lugar, vi que era um parque de diversões.

─ Os proprietários pediram que alguém se voluntariasse para testar esse parque para finalmente abrir... Eu disse que iria e traria alguém, mas Itachi não quis vir.

Meus olhos brilharam e a primeira coisa que fiz foi correr em direção da entrada, que era bem colorida e tinha dois homens numa recepção agradável.

─ Bem vindos ao Kono Park! ─ saudaram-nos alegremente. Me curvei e puxei o Uchihão pela mão.

─ Vamos! Vamos!

Tinham poucas pessoas lá, algumas supus que fossem voluntários e funcionários.

─ Que tal montanha russa? ─ sugeri, feliz por não ter que enfrentar uma grande fila.

─ Pode ser.

Seu sorriso era pequeno, tive uma impressão de que algo estava errado.

🌌🌙

─ Por que não me avisou que tinha medo de altura? ─ indaguei, arrumando o cabelo de Sasuke, que estava para todos os lados.

─ Eu tenho medo de velocidade.

─ Ah, claro, e anda com o carro numa velocidade baixíssima.

─ Tá bom, Sakura, eu tenho medo de altura. Satisfeita?

Dei uma risada, me sentindo maior que ele; certamente tenho mais coragem para altura e ele está sentado no banco, enquanto estou em pé na sua frente arrumando o cabelo com cheiro de Elseve.

─ Bom saber.

Um dos homens que estava na barraca perto de nós caminha em nossa direção e entrega os pedidos. Tudo bem, eu já tinha terminado de dar uma de cabeleireira, agora é hora de me alimentar.

Nossa, Elseve tem um cheiro tão contagiante, né?

Comemos em silêncio, ora outra resmungando verdades sobre a vida, mas quando se trata de comida o negócio é sagrado. Até que seu telefone tocasse escandalosamente, fazendo com que algumas pessoas olhassem para nossa mesinha. Puta que pariu, hein?

Não pude ler o visor, mas tive ideia de quem era quando Sasuke disse algumas palavras de boca cheia.

─ Karin, eu tô comenfo. Okay, fefois eu vou pra sua casa.

Se você acha que eu estou querendo enfiar um hashi no olho desse moleque quando quero atenção, você está super com razão. Meu Yakisoba poderia até esfriar, mas Harunos prezam pela comida e atenção, se é que me entendem.

─ Você... tem compromisso? ─ pergunto como quem não quer nada, beliscando minimamente o arroz dentro de uma tigela.

─ É a Karin. Ela quer que eu apareça na casa dela.

Seria uma droga se ela descobrisse que seu namorado estava comigo. E, merda, por que ele não me falou que era compromissado?

Não que eu estivesse interessada.

Mas quem aí não acha (ou nunca achou) estranho um homem compromissado com uma mulher celibatária que atire a primeira pedra. Atire a primeira e a segunda, porque a segunda poderia vir como extra na minha testa pra ver se eu tomo juízo.

─ Vamos no carrossel, e no fim da noite compramos um algodão doce, certo?

Assenti, amarrando o cabelo que voava com o vento. Ninguém merece comer com cabelo caindo na boca, né miglis?

─ Parece que só tem a gente aqui.

─ E só tem a gente aqui. ─ ele olha ao redor, sorrindo simplista. Terminei de comer e fiz questão de pagar por uma refeição incrível como essa. Terei que voltar aqui mais vezes, é receptivo.

─ Vamos logo para o algodão doce? Acho que estou tão satisfeita que não quero vomitar depois.

Ele deu uma risadinha e me puxou pela mão até um carrinho, uma mulher estava sentada ali com um grande sorriso estampado na cara.

─ O que gostariam? Temos variedades de doces. De sorvetes até as balas!

─ E o algodão doce?

─ Perdão senhor, hoje eu não trouxe os materiais que precisaria. Mas que tal um sorvete? É por conta da casa.

O moreno me encarou, como se perguntasse se eu queria. Assenti com um sorriso aberto. Eu amo sorvete, mais do que qualquer outro doce. Se alguma vez já citei outro doce e falei que amava, não pode esquecer que amo sorvete.

Era tão lindo ver o creme colorido tomando uma forma na casquinha. Peguei tão apressada que parecia esfomeada.

─ Ué, não vai pegar, não?

─ Estou cheio, se eu comesse mais alguma coisa sinto que poderia explodir.

Começamos a caminhar até a saída, eu comia delicadamente o sorvete. Sou aquelas que quando ama alguma coisa, come bem devagar para aproveitar mais. Acredito que a colher poderia derreter primeiro.

─ Me dá um pouco. ─ balbuciou Sasuke quando estávamos de frente para seu carro.

─ Não.

Ele suspirou e agarrou minha mão, subitamente pulei do lugar onde eu estava.

─ Ei! Me devolve!

O Uchihão miserável pegou um pouco de sorvete com o dedo e passou na minha cara, em seguida limpou os resquícios do dedo com a língua, me entregando o doce.

─ Vamos logo. ─ entrei dentro do carro, sentindo minha pele ruborizar. O moreno fez o mesmo e, sem dizer nada, deu partida no veículo.

°√°√
O que estão achando até agora?

O Uchiha e EU | SASUSAKU Onde histórias criam vida. Descubra agora