— Não. Você não vai. Não vai me deixar aqui de novo.
— Ah Rick... Não sou mais sua garotinha. Não pode mandar em mim.
— Claro que posso. Sabe por que? — Ele se aproxima de mim em passos firmes me deixando cada vez mais intimidada — porque eu sei que aí dentro ainda existe a Melzinha. A garotinha indefesa e delicada de sempre. Você nunca deixou de ser essa garota. Nunca deixou de me amar. Nunca deixou de ser minha babygirl. E eu nunca deixei de ser seu Daddy. Portanto, você vai continuar me obedecendo como uma boa garota faria — Eu abro minha boca para protestar mas ele me interrompe — e não diga que você não é mais aquela garotinha, eu posso ver nos seus olhos o quanto você está assustada. Eu permiti que você saísse daqui. Mas não vou permitir que saia da minha vida novamente. Então pare de bancar a mulher sem coração e volte a ser a minha Melissa. Aquela que tem medo de escuro e que acha que unicórnios existem.
— Eu não posso voltar a ser a sua Melissa Daddy. — limpo as lágrimas de meu rosto.
— Por que não?
— Porque a sua Melissa não era a segunda opção. A sua Melissa não precisava competir com outra mulher por atenção. Você me apagou da sua vida.
— Nós podemos começar de novo princesa — ele coloca as mãos em meu rosto — reescrever nossa história.
— Não estamos em um filme, Daddy.
— Porra Melissa! Eu sei que eu errei! Mas você também errou! Duas vezes! Eu te perdoei.
— Mas eu não te bati e te expulsei da sua casa. Você não sabe o quanto eu me senti horrível Daddy. Não sabe o quanto me senti humilhada!
Daddy se ajoelha e abraça minha cintura colocando a cabeça em minha barriga.
— Me perdoa princesa. Por favor me perdoa. Eu faço tudo o que você quiser. Mas me perdoa. — Eu tento segurar minhas lágrimas e afundo meus dedos em seu cabelo — por favor baby. — ele sussurra.
Eu o seguro o fazendo levantar. Seus olhos fitam os meus , consigo ver o brilho em seus olhos formado pelas lágrimas.
Agarro a gola de sua blusa e o puxo para mim. Colo meus lábios nos dele. Rick abraça minha cintura e eu levanta meus braços logo agarrando sua nuca.
Paramos pela falta do ar.
— Daddy. Eu quero que você seja feliz. Com ela. Ela vai te dar um filho, amor. Você vai ser pai, isso é maravilhoso, eu nunca posso te dar a felicidade que ela pode.
— Claro que pode amor. Claro que você pode. — Eu abaixo a cabeça negando enquanto escuto suas palavras.
— Vai buscar — pedi olhando para Kelly que estava chorando no início da escada, mas logo ela vai até seu quarto.
— O que? O que ela vai buscar Melissa? — Rick pergunta, eu me afasto dele um pouco quando Kelly volta com o papel nas mãos.
— Vou te esperar lá fora — ela diz, eu aceno e ela sai me deixando só com Rick.
— O que é isso amor? — a cada vez que ele me chama de amor sinto um aperto maior em meu peito.
Eu entrego o papel para ele, ele o olha.
— O exame que comprova que, ao menos eu, nunca poderei te dar a felicidade de ser pai. — falo.
Ele continua olhando o papel e depois me olha, não ouso me mexer até que Rick avança e me abraça, eu choro em seus braços.
— Está tudo bem amor — ele me afasta um pouco e segura meu rosto logo depois deixando um beijo em minha testa — Não importa princesa. Eu quero você, só você. Nós podemos adotar uma criança ou... Sei lá. Mas eu te amo, eu quero ser seu.
— Rick não torne isso mais difícil. Megan está grávida, é a vida de uma criança em jogo. Você vai casar com ela. Eu também te amo. Mas vai ser melhor assim.
— Amor, por favor não volta para Los Angeles. Não vou suportar ficar de novo longe de você.
— Não. Não vou voltar. Mas não vou me intrometer na sua vida.— entrelaço nossos dedos. Ele leva minha mão até sua boca e a beija — Não espere que eu vá no seu casamento.
— Eu te amo — ele me dá mais um selinho.
Ouvir aquelas três palavras saindo de sua boca era como uma faca cravada em meu coração.
Saí de seu aperto e caminhei vagando lentamente pela casa até a porta da frente.
Vejo Kelly vindo em minha direção.
— Você está bem? — ela pergunta vendo meu rosto.
Eu aceno e forço um sorriso - Nada que uma boa tequila não resolva.
Ela sorri sem ânimo e nós vamos até um bar.
Bebemos.
Bebemos.
Bebemos mais.
E bebemos até esquecermos nossos nomes.
Fomos de táxi para o hotel e quando finalmente achamos meu quarto, caímos na cama e dormimos.
Só quero esquecer este dia horrível.
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