|2. elevɑtor|

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Troquei a idade do Steve de 27 pra 29. Eu achei ele muito novo pra trabalhar com o Howard.
E o Tony de 22 pra 24.


Tony não tinha problema nenhum em acordar cedo, ele até gostava, era um sentimento de que o dia rendia mais quando acordava cedo. Claro que não madrugava, acordar antes das seis da manhã era um sacrifício, e agradecia por não ter este problema na empresa de seu pai pois precisava chegar lá somente às nove.

Mas naquela segunda feira, não foi assim. Ele não estava nem um pouco feliz por acordar cedo. Teve que passar o domingo todo fazendo hora extra em casa, lendo e relendo relatórios pois naquela segunda-feira iria ocorrer uma reunião extremamente importante para a empresa, e seu pai precisava dele lá. Ele não iria participar diretamente, pediu para seu pai não o incluir, mas mesmo assim precisava saber sobre o assunto e do que se tratava.

Tony entrou no prédio tomando um gole de seu café extra forte tentando controlar o sono. Estava com tanto sono que se ficasse parado por muito tempo acabaria tirando uma boa soneca, mesmo se estiver em pé. Cumprimentou a secretária que ficava ali no térreo e seguiu seu trajeto. Entrou no elevador e deu mais um gole em seu café. Como sempre, ele estava sozinho ali. Pegou seu celular e ficou em suas redes sociais até perceber que o elevador parou no quinto andar. Tony trabalhava no quarto, mas naquele dia precisava ir direto para o nono andar, onde ficavam as salas de reuniões. A empresa era bem grande. E seu pai queria aumentar o prédio ainda mais. 

Escutou duas pessoas rindo, mas apenas uma delas entrou no elevador. Steve Rogers.

— Boa sorte na reunião hoje! — Disse Bruce rindo, o que fez o loiro bufar. Tony o conhecia da empresa, sempre o via junto de seu pai, mas nunca conversaram. Dava para ver que era um homem legal, e muito inteligente.

— Vou precisar. — Revirou os olhos e se ajeitou no lugar, ficando perto do garoto que estava encostado na parede, concentrado agora somente em seu café, pois guardou o celular. Rogers nem precisou apertar o botão do andar desejado pois Tony estava indo para o mesmo lugar.

— Bom dia, Anthony. Também vai para a reunião? — Perguntou educadamente. O moreno queria falar "me chame de Tony" mas não tinha intimidade. Odiava ser chamado de Anthony, formal demais ao seu ver. E somente seu pai o chamava assim.

— Bom dia, Rogers. Infelizmente sim. — Disse a verdade. Ele preferia enfrentar uma fila enorme para comprar algo, do que ir para a maldita reunião. 

Ficaram em silêncio. Mais duas pessoas entraram mas logo saíram. Já estavam perto do nono andar, quando o loiro começou a assobiar uma melodia. Tony conhecia aquele som de algum lugar.

Come togheter, right now, over me... — Steve murmurou mas Tony conseguiu escutar. Ah sim, agora lembrava! Fora a música que cantou no bar em sua última apresentação no Seventy. Que coincidência, não?

— Então gosta de The beatles, senhor Rogers? —Disse deixando uma risadinha escapar. Olhando bem para o loiro agora ao seu lado, The Beatles combinava com ele, e com o seu estilo. Não por ser velho, Tony não achava Rogers uma pessoa velha. Achava ele bem divertido, pelo que via nos jantares que seu pai lhe arrastava, e também por sempre estar alegre na empresa. Se não fosse tão tímido, o moreno até tentaria uma amizade com ele.

— Senhor Rogers? — Riu — Me chame de Steve, Anthony. E quem não gosta de The Beatles? — Fez uma careta que fez o moreno rir.

— Bem, então me chame de Tony. E quem não gosta de The Beatles deveria ser preso. — Sorriu e o loiro sorriu junto.

— Fui em um bar sábado e cantaram essa música, agora ela não sai da minha cabeça. — "assim como você" queria completar.

Bar. Cantaram. Coincidência demais para Tony.

— Bar, hum? — Perguntou tentando controlar seu nervosismo. Viu a porta abrir mostrando que já haviam chegado no nono andar.

— Sim, um bar, estrelinha. — Disse piscando para o moreno logo em seguida e saiu do elevador indo para a sala da reunião.

— Merda. — Murmurou para si mesmo — Merda, merda, merda. 

Agora estava tudo ferrado. Seu sonho, os finais de semana no bar. Rogers o viu. Merda! Rogers o viu! O melhor amigo de seu pai, o viu cantando!

Nem percebeu quando já estava correndo entre as pessoas tentando chegar até Steve. Entrou na sala depressa e se sentou ao lado do loiro. Bem, não era onde ele havia planejado sentar, pois Steve estava bem ao lado de seu pai, na ponta da mesa, mas ele precisava conversar com o loiro, antes que a sala se enchesse de empresários.

— Você não pode contar isto para ninguém, por favor, Rogers, meu pai, ele não pode saber disso, se ele saber- foi interrompido por Steve segurando em sua coxa. Okay, ele não esperava por aquele toque.

— Ei, Tony, fique calmo. Eu não vou contar nada, pode confiar em mim. — Se aproximou mais do garoto e sussurrou as palavras em seu ouvido. Tony estava com medo de tudo ir por água abaixo, mas agora estava nervoso. A mão em sua coxa, a boca perto de seu ouvido... Oh céus!

— Você confia em mim? — Perguntou para Tony, que virou a cabeça para poder ver Steve melhor, e por um instante se perdeu no azul dos olhos do outro.

— Confio. — Disse em um fio de voz. Se alguém visse aquela cena, os rostos tão próximos, as respirações se misturando, diria que eles estavam próximos de um beijo.

— Ótimo. — Se afastou um pouco mas não tirou sua mão da coxa do menor. Viu Howard entrar na sala e seu filho ficou ainda mais tenso. Steve apertou um pouco a coxa do garoto e deixou um leve carinho ali e lhe deu um sorriso, como se dissesse para ficar calmo pois tudo iria ficar bem.

Os próximos minutos foram tediosos. A mão de Steve não estava mais em sua coxa, e o moreno, estranhamente, sentiu falta do toque. Quando a reunião acabou, e a Howard Enterprise saiu com mais uma vitória, Tony foi o primeiro a se levantar da mesa e sair da sala. Ele precisava respirar. Se sentia sufocado com tantas pessoas ao seu redor em um lugar onde ele era obrigado a estar. Sua ansiedade estava atacando, e ali, rodeado de pessoa que não conhecia, indo e vindo, ele ficou ainda mais nervoso. 

Rogers viu o garoto saindo apressado da sala e foi logo atrás. Ele estava agindo estranho, e parado ali no corredor vendo as pessoas apressadas em sua volta, até parecia uma criança perdida de sua mãe no shopping. O loiro foi até o bebedouro e encheu dois copos com água, e caminhou até Tony.

— Ei, Tony, tome um gole de água. — Viu Steve lhe entregando um copo. 

— Obrigado. — Disse depois de beber a água e controlar a respiração. Por que Rogers estava o ajudando? Eles nem eram próximos.

— Não há de que. — Ficaram um pouco em silêncio. 

— Que dia você canta no bar? — Perguntou se aproximando mais do moreno, não podia deixar ninguém escutar.

— Sexta e sábado. Porquê? — Perguntou curioso.

— Então, te vejo lá sexta. — Deu mais uma de suas piscadinhas e saiu dali deixando um Tony mais nervoso do que antes.

Se recuperou e foi enfrentar o elevador novamente, mas desta vez não teve o prazer, ou melhor, o desprazer de encontrar Steve Rogers lá dentro.

Precisava falar com Carol, e urgentemente.

sᴇᴠᴇɴᴛʏ sᴏɴɢs『𝒔𝒕𝒐𝒏𝒚』Onde histórias criam vida. Descubra agora