Prólogo

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Talvez você ainda se lembre, daquela doce menina que foi criada no meio da família Massari. E da mulher que ela foi se tornando a cada dia, meiga, gentil, amiga, comprometida, responsável, amável, divertida e sonhadora.

Você com certeza se lembra dessa menina. Muito mais do que eu mesma.

A verdade é que, ninguém sabe o que fez a Molly mudar tanto, muitos desistiram de tentar descobrir, e quem apenas decidiu não abandona-la, como sua irmã Antonela, foram as pessoas que mais se decepcionaram. Porque é isso que ela faz agora, machuca, principalmente aqueles que a querem bem.

Mas teve também quem a amou, do jeitinho que ela é, quebrada, ele enxergou seu pedido de ajuda, e esteve lá, quando tudo o que ela precisava era enfrentar sua dor.

Ele não pediu para ninguém voltar a ser o que era, pois ele a conheceu assim, embora soubesse que ela precisava se reencontrar, não soube guia-la de volta pra casa, pois naquele momento ela nem tinha onde chamar de lar.

Ele não a prometeu um mundo, pois o mundo que ele conhecia, não era bom pra ela.

Ele não a prometeu um futuro, pois acordar já era uma dádiva, sobreviver era seu carma, e no fundo ele sentia que o seu já estava traçado, pois por mais que seu coração fosse puro, suas mãos estavam sujas.

Ele a ensinou conversar, sem dizer uma só palavra, mas ele não disse que isso só era possível, com quem nos enxergava de verdade, e Dean, ela sentia que ele era o único que podia enxergar a sua alma.

Ele foi quem a salvou da morte, mas você foi quem a trouxe de volta a vida, foi o único que lutou verdadeiramente, para trazer aquela garota de volta, e eu confesso que por um momento, acreditei que isso fosse possível, como você acreditou nela, e nesse gesto simples você a fez acreditar que a vida era feita sim, de recomeços e ela estava disposta a recomeçar, por você. 

Eu tentei te avisar, muitas, e muitas vezes, eu tentei te avisar. Ela apenas se parece com a Molly, você acreditou no olhar, que diz ainda ser tão inocente, mas eles só refletem a bagunça que se tornou. Eles não enxergavam nada além de portas fechadas, um certo dia, enxergaram você.

E no momento em que ela mais precisou, você não confiava mais, foi no exato instante, em que ela viu o brilho dos seus olhos apagarem pela segunda vez, que nada mais importou.

Ela não tinha mais nada a perder!



E Se Ele Não Cair? - Disponível Na AmazonOnde histórias criam vida. Descubra agora