Prólogo

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As ondas do mar batem nas muralhas do castelo enquanto a água e aí vinha o cabelo da moça chacoalhava com o vento, seus olhos encaravam horizonte e toda vez que fechava ela se sentia dentro do Estrela Negra, onde seu pai viveu por muito tempo.

 Desde muito nova ela ouvia as histórias do pai e sentia que sua vida como uma princesa não era seu desejo, ela queria ser livre, se sentir viva.

Antes de assumir sua verdadeira identidade seu pai foi Malton, um pirata temido por todos, ele fazia parte dos quatro piratas mais procurados do sete mares.
Sua mãe não chegou a fazer o juramento, mas por alguns meses ela se tornou tripulante do estrela negra, havia ajudado Malton a conseguir o mapa mais desejado, tanto pela marinha quanto pelos piratas.
 Ele usou mapa apenas para encontrar Selene depois disso o guardou em um lugar seguro, nenhuma pessoa viva no mundo poderia saber,nem mesmo Selene.A lenda do mapa havia acabado junto com a lenda do temido pirata,todos acreditavam que ele estava morto e com ser seu corpo estava o pergaminho.
 Enquanto todos estavam almoçando a jovem jogou uma pedra ao mar, desejando fazer parte dele um dia.Havia uma lenda que dizia que é o jogar uma pedra branca ao mar e fazer um pedido o Mar daria um jeito de realizar e a jovem acreditava nisso que o mar traria o que ela almejava.


—Marina, sua mãe está lhe esperando!
—Eu já estou indo meu Pai!
—O que tanto olha?
—Eu fico me imaginando livre no mar, vivendo as aventuras que você viveu!
—Quando se entra no mar, você só se vê livre quando ele desejar!
—Eu entendo mas o mar me chama, as vezes eu acordo toda molhada, porque sonho com as grandes tempestades do mar.
—Sua mãe lhe passou o dom dela Marina, o mar vai te chamar até que você atenda ao seu chamado!
—E quando irei atender? Eu preciso seguir o meu caminho meu pai!
—Sei disso, estamos pensando em algo Marina!
— Eu sei que você não deseja que eu siga seu caminho, mas eu preciso viver essa minha escolha!— Marina, não queremos perder-la! O mar é falso, ele nos trai!
— Vamos para dentro, mamãe deve estar louca com Joaquim e Arthur!
 — Eles arrancaram a peruca da Condessa de Campos e logo em seguida jogaram para os cachorros!
— Não acredito, pai que capetinhas!

Enquanto os dois riam um navio surgia de longe, durante anos os navios atracavam no Porto espanhol para descarregarem seus temores e desejos, mas dessa vez eles estavam atrás de uma pessoa, a famosa filha do falecido Malton.

—Como consegue viver com o fato de que todos me apontam como filha de Malton e não sua?
—Como é meu nome?
—William!
—Quando eu deixei de ser William, quem eu fui?
—Malton!
—Então por que devo me importar? Sou seu pai e me orgulho disso!
—Mas eles não sabem que você é Malton!
—E não me importo com isso! Desde que não apontem o dedo para sua mãe!

Quando adentraram o grande salão as pessoas começaram a encarar a jovem, uns diziam que sua beleza era encantadora, outros que era demoníaca, não tinham coragem de olhar em seus olhos, pois ela tinha os mesmos olhos de todas as histórias, negros como a noite e opacos como a névoa.

—Veja o olhar deles minha menina, eles temem você, como temiam Malton! É isso que deseja? Passar a vida toda sendo temida é desprezada pela sociedade?
—Bom eles já temem a mim sem motivos, quero dar a eles um motivo para terem esse medo!—Está sendo motivada por razões erradas!

—Não, minha motivação é a liberdade!

Enquanto caminhava Selene encarava-os de onde estava, os dois eram tão parecidos, tanto na fisionomia quanto na personalidade, não entendiam como ainda não haviam ligado William a Malton, Joaquim e Arthur eram doces igual a mãe, mas a aparência também era do pai, apenas os cabelos dos três filhos eram iguais os da mãe, pretos como carvão.

—Você pode ao menos sorriso Marina! É a festa de seu aniversário!


—Oras mamãe, essas pessoas me odeiam! Não irei ficar de sorrisos!

Depois da Tempestade Livro 2 O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora