31.

50 3 0
                                    




POV Natasha

Bucky e Steve cumpriram a sua promessa e por volta das seis da manhã o alarme no telemóvel do Bucky tocou. Ele levantou-se a custo e eu ainda me tentei agarrar a ele, mas sabia que ele tinha de ir embora para não sermos apanhados. Steve veio ter ao meu quarto com uma cara de sono enorme e com um Tony tristonho ao seu lado. Sentei-me na cama e abri-lhe os braços sabendo que ele avançaria para mim, coisa que fez.

Uma vez ao pé de mim, deitou-se do lado onde Bucky tinha acabado de sair e cobriu-se com os cobertores agarrando na minha cintura enquanto eu permanecia sentada.

"Já trocado e ainda nem sai." Steve comentou com uma voz carinhosa. Tony apenas resmungou um hum ficasses. "Sabes que ficaria se não te causasse problemas."

"E eu também." Bucky acrescentou vindo até mim e deixando um beijo leve na testa. "Durmam bem o resto das horas."

"Vocês também!" Desejei sorrindo-lhe, ele piscou-me o olho antes de sair com Steve.

"Adeus resmungão." Steve falou antes de passar a porta do quarto.

Tony não respondeu, apenas levantando o dedo para o loiro que se riu da sua atitude. Steve fechou a porta com cuidado para não fazer barulho e eu aproveitei para me encaixar no meu irmão.

"Estas bem?" Perguntei sussurrando.

"Estou cansado."

"Não dormiste bem?"

"Não dormi sequer. Fiquei a olhar para o Steve a respirar."

"Que se passa?"

"Fiquei com saudades da mãe.."

"Também fiquei a pensar nisso.." Ele não me respondeu deixando um silencio confortável e triste entre nós, cada qual perdidos nas suas recordações de uma pessoa que amamos demasiado.

"Voltei a escrever Nat.." Ele comentou após uns minutos.

"Tipo letras?" Virei a cabeça na sua direção.

"Sim.. Desde que voltamos da feira que me sinto capaz de o voltar a fazer."

"Sobre o que?"

"Várias coisas. Há uma que é a única acabada, é sobre a mãe."

"Podes cantar-ma?"

"Teria de buscar a guitarra.. E ia fazer barulho."

"Vamos pro jardim ou telhado." Insisti.

Tony suspirou e parecia pensar no assunto por um momento e depois afastou as cobertas de cima de si e saiu do quarto disparado. Quando voltou trazia a sua guitarra e fechou a minha porta o mais delicadamente possível.

Sentou-se a minha frente e eu aproveitei para me sentar também encostando-me a parte de trás da minha cama, ele alisou as cordas e suspirou mais pesadamente.

"Eu escrevi uma parte dela há anos." Ele começou.

"Depois de eles morrerem?"

"Não. Antes. Foi das primeiras na minha vida. Lembraste quando a mãe teve cancro?"

"Como não lembrar, foi o pior susto da minha vida. Tínhamos onze.."

"Exato. O dia em que ela se libertou da doença, um ano depois ela estava a morrer no acidente."

Tentei não me arrepiar com a lembrança do último ano da vida dela. Tínhamos tido um ano tão feliz, passamos uma boa parte dele em férias de família porque o susto tinha sido tão grande que queríamos apenas ver o mundo todo juntos. Lembro-me que Jarvis e Happy vieram, levaram-nos a Disneyland e Maria levou-me aos quartos das princesas fazendo-me a pessoa mais feliz do mundo quando me deixou participar na aula de luta que estava a haver com os cavaleiros. Foi aí que descobri que preferia ser guerreira a uma princesa.

I told you I don't want to join your super secret boybandOnde histórias criam vida. Descubra agora